sexta-feira, agosto 27, 2010

Crónicas de Verão (II)

Dia de partilha de Afectos em familia. Após manhã na praia (antecedida de noite entre amigos), sardinhada em familia. Copos destilados ao sabor do tinto alentejano, peixe tostado no sabor apetitoso ditado pela temperatura mediterânica, que faz o pescado Algarvio ter o flavour adequado e (quase) imbatível. 

Meu pai, meu tio e eu (pausa entre homens): Vagueamos nas memórias de quem já não está, recordamos com nostalgia tranquila os tempos que já passaram. As baterias em aberto no futuro. A preocupação (não) revelada do estado de saúde de meu tio e a doença maldita que o aflige. Mais um digestivo e o positivismo a imperar após momentos de pensamento solto em que o cinzento ganhou vulto. 

Crónicas de Verão (I)

Quase um orgasmo tântrico ao sentir pela 1ª vez em 3 anos, o sabor sensitivo do areal algarvio. Mescla liquida, unida com o mar do calmo atlântico, em que a Ria Formosa funciona como catalizador de união entre o equilibrio de um ecosistema rico, vasto mas mal tratado pela mão humana.

O habitual homem das bolas de berlim gordurosas e sebentas; com pregões gastos mas bem humorados. As habituais miúdas adolescentes a exibirem as formas do corpo firme trabalhado especialmente para a vaidade narcisista - própria da idade - de um conto de verão.

Perto, algumas figuras de meia idade sem noção de estética corporal, crepitam ao sol com um hedonismo fútil e (des)ajustado. Um breve olhar para o meu umbigo envolvido inestéticamente num "pneu" próprio dos excessos de férias, traz-me de volta à realidade.

Somos como somos, pensamos como pensamos, agimos como agimos. Afinal, frutos dos tempos e das atitudes que tomamos e com as quais somos confrontados. Sem dramas...

Note Book

Voltagem a subir, após férias que "sabem" sempre  a pouco mas que me encheram as medidas no sentido obrigatório das coisas simples e aparentemente banais que me realizam: Idas madrugadoras à praia, passeios à beira mar, caipirinhas saborosas, cinema com pipocas e simples convivio com amigos de longa data e familia.

Conforme prometido a  mim próprio, desliguei-me (mediante o possível) do mundo exterior a este pequeno universo mencionado. Telemóveis em (quase) silêncio, idas esporáticas ao universo web e mesmo o destilar de linhas bloguisticas, confinadas a notas soltas (manuais) em bloco livre de pensamentos demasiadamente elaborados.

Partilho agora 5 crónicas de verão. Rápidas e telegráficas, com as palavras leves que plagiei de mim mesmo e das emoções (pulsões) que me acompanharam por breves momentos em férias. Espero que gostem...

Nu(a) e Cru(a)

quarta-feira, agosto 25, 2010

De Volta

Após 17 dias ao sol plantado, regresso à Invicta ainda sob o signo de um tempo seco e quente. Os primeiros acordes laborais já a soarem: Organização de agenda, aparas finais no curso de formação pedagógica inicial para formadores no I.A.C

Hoje sem tempo para muito mais do que uma "Olá" a todos vós, e a promessa de que a partir de agora, artigos, videos e afins vão começar a fluir ao ritmo habitual. A vida segue com boa energia rumo a novos e aliciantes desafios que espero agarrar com a raça que possuo na minha amálgama imperfeita de ser humano que tenta melhorar um pouco ao ritmo dos dias que passam rápidos...demasiadamente rápidos...

sexta-feira, agosto 06, 2010

Off Line

A todos aqueles que por aqui passam; uma nota de afecto e de obrigado sincero. Até dia 23 estarei  off line em gozo de férias relaxantes e merecidas; e como tal sem a fluidez de artigos, imagens e videos na cadência habitual. 

Continuem a visitar este espaço, deixem os vossos comentários. Aproveitem para viajar nos arquivos de 3 anos de artigos e mais de 3 mil posts publicados. E por favor...façam o favor de (pelo menos tentar) ser felizes...

Beijos e Abraços 

Paulo Correia

quinta-feira, agosto 05, 2010

Felina

Almost

Dois dias de intervalo rápido e decrescente, antecedendo a a partida no sábado de amanhã para o Algarve, local (eternamente) eleito de férias ideais. Alguns pormenores de última hora de natureza laboral visando já alguns aliciantes projectos para final de Agosto; marcam a práxis da minha actualidade.

Os telefonemas do costume "da malta", bem como o nervoso miudinho da minha mãe, insistindo em confirmar, até ao tutano do coração de amor, a hora prevista de partida e potencial chegada. Como em tudo na vida, o eterno jogo das viagens entre 2 pontos de referência.

quarta-feira, agosto 04, 2010

(nova) Onda Vermelha

Com a supertaça já no imediato futebolistico, arrisco-me a vaticinar que se avizinha mais um ano de euforia (pré) encarnada ditada pelas proezas messiânicas de Jesus (Jorge). Porto à procura de uma nova (renovada) identidade e com um treinador em fase de afirmação; bem como um Sporting à procura de fugir do abismo existencial e profundo no qual resvalou no último ano.

Com a tendência normal de quem se inclina para o vermelho, arrisco-me a enbarcar já na Joy Ride do carrossel de entusiasmo fanático, com que os apaniguados do deus vivo Jesus-Encarnado já rebolam e sonham na auto estrada competitiva da nova época do soccer indígena.

Matilde & Alice

A vida é mesmo uma besta danada. "Até ai" acho que concordamos todos, as curvas e contra curvas; as estradas sinuosas, às quais se seguem momentos em que podemos apreciar a paisagem metafórica (ou não) e avistar um pôr do sol magnifico ou a imensidão vasta de um mar azul.

Tudo "isto" para vos falar da Matilde e da Alice. Duas meninas corajosas e lindas com necessidades especiais ditadas pelas viscitudes da vida. Mais uma vez, os meus destinos se unem com os frutos do acaso das runas da sorte e "arrastam-me" para uma assessoria global na qual a O.N.G Sonho d'Afectos representa um ponto de encontro de ajuda às crianças mais carenciadas em variados níveis.

Depois do contacto de um mar maravilhoso de crianças aquando da assessoria do I Festival Eco Kids; em que parcerias com a Acreditar e com o IPO (Porto) me levaram a enfrentar a dura realidade de uma doença maldita na esfera infantil; mais uma vez o destino falou e dá me o privilégio de amadurecer a trabalhar.

Com 3 dias regressivos para as almejadas férias, hoje é dia puxado em Gaia na Sonho d'Afectos, seguido de 3 horas de aulas e consequente teste no I.A.C. Com  stress  e adrenalina forte...eu gosto assim...

terça-feira, agosto 03, 2010

Sport Billy...

Anti Chumbos?!

Causa-me o mais profundo dos incómodos, o facto de estar cada vez mais próxima a época temporal na qual as "criançinhas" cá do burgo tuga, pasme-se, não terão metodologias e provas de avaliação de conhecimentos na escola global.

Mais uma onda de facilitismo que irá desaguar num modelo de ensino relaxado, parado e com consequências nefastas a curto-médio prazo. Teremos uma geração de analfabetos funcionais, em que o mérito e a excelência andarão ao mesmo nível da mediocridade geral institucionalizada.

Concordo que o paradigma de ensino para as novas gerações, é diferente do modelo ao qual fui "obrigado" a aderir enquanto estudante do primário até ao ensino superior. Concordo também que o desenvolvimento tecnológico ao serviço do ensino pode encurtar barreiras e facilitar de forma positiva métodos de aprendizagem.

No entanto, já não concordo que deixem de existir "balizas" de avaliação (independentemente da forma das mesmas); dando azo apenas a uma bandalheira sem limites, a um espirito dogmático na qual os "pré" teens e teens de hoje não saibam adquirir o gosto pelo ultrapassar de desafios e não possuam (desenvolvam) o espirito aberto para os desafios destes tempos fucked de vacas magras.

Até Já

Noite de jantar não planeado, e decidido no instinto do selo que une as amizades da vida rápida mas intensa. Vinho da Ângela, rissóis e salgados vários da Fátima (com a ajuda do Mário); e uma salada mista "à minha maneira" com alface verdejante e viva, soja saudável e cogumelos bem apetecíveis.

A conversa derramou-se do frasco contido, e deu azo às despedidas do "até já habitual" com que brindo a minha tribo antes da partida para 20 dias de férias em pleno reino algarvio. Lá, no Algarve, reencontro a minha clã familiar de base bem como a "outra" tribo de amizades de anos e anos de venturas e desaventuras.

Confesso...estou naquela fase em que o corpo (ainda) obedece mas a "moina mental" começa a pedir um descanso, para reciclagem de pilhas de paciência/resistência. Encaro esta pausa - sempre - como o regresso a mim mesmo, no qual recordo vezes sem conta "quem eu sou", "de onde vim" e as razões pelas quais luto e acredito sempre numa vida melhor, mesmo no meio das máscaras e não pessoas que, muitas vezes, temos que enfrentar no nosso dia a dia...

domingo, agosto 01, 2010

No Horizonte

Cresce a ansiedade conforme o dia 8 de Agosto se aproxima do horizonte, devidamente marcado como o primeiro dia de vacaciones de verão. Regresso ao meu Algarve de sempre, aos cheiros e cores que sempre me acompanham na memória de sentimentos, complementada pelo grafismo subliminar de imagens e cenários que "mexem" comigo.

Já penso no mar claro e na areia branca que me irá dar aquela sensação de paz e tranquilidade, que me aplaca e permite recarregar baterias de forma suave e com boas vibes ao redor. A banalidade tranquila de caipirinha, intervalada por cerveja gelada com o riso de amigos e as piadas de sempre, mescladas pelas nossas novas aventuras assimiladas na roda viva da vida sempre em mutação.

Até lá, ultimo as últimas cartas do naipe  laboral, (re)organizando alguns projectos (já) em desenvolvimento e toda a sua dinâmica comunicacional. Preparo também mais uma semana de aulas no Instituto de Artes e Ciências, antevendo a "supresa" já revelada aos colegas e formadores, de que cumprirei a promessa de, nas aulas de "chat" em b-learning, estar comodamente instalado no areal Algarvio...


sexta-feira, julho 30, 2010

Folhas Caidas

Derramo estas linhas com um nervosismo não habitual em mim, calejado em milhares de linhas, em milhões de palavras várias. Os presentimentos (sonhos) estranhos dos últimos dias ganharam corpo infelizmente visivel com laivos de dor alheia, mas que atinge pessoas próximas do meu coração de afectos.

A morte nunca escolhe caminho recto e direito, não escolhe altura própria nem devida. Simplesmente surge com a lentidão irritante de uma folha a cair numa tarde outonal de verão quente. Corrói e salta para o asfalto seco, estilhaçando todos em volta.

Hoje irá se falar na teia mediática da luta inglória mas corajosa de António Feio, que sucumbiu aos 55 anos a um cancro no pâncreas após um ano e meio de combate. Mas hoje também uma menina-mulher vai enterrar seu pai, no anonimato dessa teia do mediático. Uma menina-mulher vai chorar para dentro ou para fora, vai ser amparada pelos muitos que a amam.

Uma menina-mulher vai simplesmente se abraçar à sua mãe guerreira de carne e à sua outra mãe de espirito e amizade sólida que sobrevive a todos os rochedos que a vida derrama na tempestade que não escolhe idades. Faço uma pausa, acendo um chá no corpo quente e fervo no meu ser. Espero um pouco para secar as lágrimas que não derramei hoje à tarde, em troca simples de palavras sempre poucas nestas alturas em que o drama quase nos paralisa.

É uma dor alheia mas que dói, por doer a alguns por quem o meu coração sente. Não conheci o pai da menina-mulher pessoalmente. Apenas um homem, um pai que amava a filha. Neste momento é mesmo o importante da trama do drama: Um pai que amava a filha, uma filha que amava o pai.

O dia desperta lá fora na seiva da vida que se liga à morte. O eterno jogo de ciclos que quebram, começam, recomeçam. Em qualquer sitio do mundo um bebé nasce ou um homem morre. Com a fragilidade  das folhas caidas...

Este texto será certamente lido por muita gente, mas dedico-o essencialmente a Ti e à Tua Mãe...

quinta-feira, julho 29, 2010

Botão d'Rosa

(+)Vergonha

Como já seria de supôr, ficou novamente adiada a leitura do acórdâo final relativamente ao (tristemente) famoso processo Casa Pia. 

Entre enrabanços sucessivos de adiamentos processuais, entre fornicadelas e truques dos advogados de defesa (cerca de 1300 contestações apresentadas...); entre encavadelas de coito (não) interrompido, entre a ligeireza do costume num processo que se arrasta que nem uma puta moribunda no (de)leite de uma cama de ossadas encobertas nos lençóis de cetim dos poderes podres e velhos.

Bem...forma irónica em português de taberna, de vos transmitir a minha indignação sobre o...estado "desta merda toda"...

quarta-feira, julho 28, 2010

Fada(s) dos Dentes

A onda de calor continua em crescendo, despoletando uma dor de dentes forte e intensa, fruto de um dente de siso mal amanhado e com descuido óbvio do detentor que derrama estas linhas. Insónia forçada e teimosamente longa, leva-me a pegar no portátil, emigrar momentaneamente para a varanda, disfarçando na escrita a dor incomodativa.

Lembro-me das histórias de fábula que povoaram a minha versão infantil, onde os contos populares da minha mãe e avós, se misturavam com as "tangas" normais de histórias (re)inventadas pelo clã familiar central mencionado, visando dar ordem e disciplina mental a uma criança irrequitea e ávida de curiosidade do mundo.

Imaginava uma qualquer fada dos dentes, voando raso, recebendo os meus dentes de leite caidos em troca de desejos vários. Com cabelo brilhante e olhos claros, reluzia em associações mentais de criança, fazendo-me voar para cenários desconhecidos e novas aventuras.

Os anos passam e as dores e desafios perfumados por vezes de barreiras densas, são de outro tom. No entanto a capacidade de sonhar e ver nas dificuldades o ponto de partida para novas vitórias continuam a me alimentar a alma - nua - daquelas defesas que nos transformam em animais conformados em que o negro do negativismo impera.

Por vezes não é fácil combatermo-nos a nós próprios e (re)inventarmos os caminhos a galgar. Nessas alturas penso em todos aqueles que amo e respeito, os que estão perto e os que (aparentemente) estão longe e distantes. Afinal, herdei essa capacidade das minhas Fadas dos Dentes...

domingo, julho 25, 2010

Onda de Calor...

Canção do Engate

Dia de calor aproveitado para uma caipirinha à beira mar, seguida de areia nos pés e leitura, molengona e saborosa, destilada até ao final da tarde solarenga. Verão quente com os primeiros incêndios (deliberados ou não...) a surgirem nos media à beira mar plantados, onde o mundo parece parar e a minha mente encontra paz interior.

O meu olhar desvia-se (nada) subtilmente do livro de ocasião (fugaz)para se fixar de forma compenetrada num casal de idosos também colocados no areal tórrido e quente. Ela, com cabelo ainda grisalho e com uns olhos azuis magnéticos; incrustados simetricamente numa tez morena e com traços da beleza de outrora. Ele, com ar malandro e descarado, bigode branco e farto; sinais de vida bem vivida e com maneirismos de uma viuvez de longa data, já aceite na tranquilidade das pedras que povoam o caminho da vida.

Não contenho o riso (in)discreto pela troca de palavras amenas no ocaso das idades; em que o "macho" faz  a corte à "femea". Ela timidamente recua satisfeita pela insistência determinada do "bigodes". Ele solta um riso sedutor e recomeça a "canção do engate". Bom chegar ao limiar do sol e da lua e ainda pensar na arte complexa da conquista. Arrumo a tolha e o livro, e discretamente deixo os love birds sozinhos no areal denso e  já quase deserto.

sexta-feira, julho 23, 2010

Verão Azul

Confesso-vos, que eu - algarvio convicto - tenho a maior das dificuldades mentais de aceitar o verão desajustado que povoa nesta altura a minha Invicta de adopção. Entre ondas de calor galopante, ventos frios e noites em que é necessário puxar o lençol para tapar as partes "pudibundas"; lembro-me com ansiedade da contagem decrescente rumo às minhas vacaciones no meu Algarve de acolhimento umbilical.

Na retina, surgem as imagens que se multiplicam: A velha enrugada do costume a vender no areal branco bolas de berlim gordurosas e açucaradas, o café fumegante bebido em qualquer esplanada perto da praia; ou a imagem sensual/cómica dos corpos femininos reluzentes ao sol, mostrando ora as curvas sensuais, ora a celulite maldita acumulada durante mais um ano.

Já me imagino a pegar na toalha, esticar-me ao sol como camarão a fritar com margarina derretida na crosta e a ler qualquer livro de ocasião. O vento suave do final de tarde a indicar-me caminho para  um mergulho tranquilo; antes de (mais) uma noite com amigos destilada e umas cervejas geladas em qualquer ponto de encontro à beira mar.

Brasil? Palma de Maiorca? Côte D'Azur? Ok...respeito...mas Algarve for me...

quarta-feira, julho 21, 2010

Tacão Alto...

Fascismo

Tenho sempre presente na memória subliminar as histórias várias que meu pai, homem de convicções de esquerda como eu, me contava acerca da tirania de Salazar e seus capangas musculados com forma animal na temida PIDE/DGS.

Pequeno parágrafo introdutório para criticar de forma racinal mas quente, as alterações que o PSD de Passos Coelho quer formatar na constituição tuga. De facto, suprimir o ensino gratuito consagrado na constituição aos comuns cidadãos, apagar a consagraçao de serviço free de saúde aos tugas, bem como "mexer" nas lógicas democráticas de associações ( e associação de...) de cidadãos (grupos de defesa de direitos comuns, corporativas e afins) não é mais que um ataque descarado ao conceito de democracia (boa e má) que os ventos de Abril de 74 nos trouxeram.

Para mim, passe a dureza crua das palavras, este ataque encapotado num qualquer conceito de pós modernidade legislativa, somente tem um nome: Fascismo!!!

terça-feira, julho 20, 2010

O Buraco (da BP)

Os recentes happenings no Golfo do México revelam os perigos ecológicos que estão sempre latentes nesta sociedade tendencialmente consumista e devoradora voraz do devir tecnológico sempre em mutação. Os lobbies (fenómeno consagrado por lei nos States por exemplo) dão azo a que estes desastres nefastastos acontecam ciclicamente.

A BP, como todos as grandes lógicas estruturais corporated, passa por cima das regras com o aval de governos (neste caso o Americano) e comete atrocidades como a agora ocorrida e sem solução (aparente) à vista. Lá, como Cá, tapa-se o sol com uma peneira e com remendos para "inglês ver". Lá como Cá...engana-se com o aval dos poderes institucionalizados. Lá, como Cá...o mundo gira no sentido da rotação dos poderosos...

Flower-Summer

De Madrugada

Rasgo os pensamentos no meio de um chá morno e de um cigarro que teima em acender. Cansado, arrasto-me até à varanda após uma noite fodidamente laboral que ditou tempo extra, acrescentado ao dia normal de trabalho. Contemplo a lua, descalço os meus pré-conceitos, sabendo que não irei conseguir estruturar um texto lógico e fluido.

Calmamente, aceito as regras do jogo e vagueio nómada em frases quebradas e sem nexo conclusivo do "como" um texto deve ser derramado: Com fluidez, principio, meio e fim. A idéia de, a esta hora tardia, colocar uma moral no texto ao meu jeito e modo arrepia-me, quase tanto como o cansaço que sinto.

Formato o ar estranhamente denso parecendo anunciar algo (ainda) não tangível. Arrasto os ossos até ao leito de descanso para dormitar algumas (poucas) horas e acordar com a auto motivação que molda os desafios por (re)conquistar. A vida é mesmo esta puta tramada e aliciante: O aço a moldar-se ao sabor da espada diária...ou será ao contrário?!

segunda-feira, julho 19, 2010

México

Quando me recordo do México vem-me sempre à memória uma noite de copos em Vigo há uns anos atrás na companhia de amigos e com o "embarcar" (não emborcar...) de passageiros conforme a noite se destilava em cenários vários.

Conheci ai uma simpática Mexicana, jornalista de uma TV Espanhola, que me falou do seu país com a alma saudosista do fado tuga mas com a raiz em tons mais coloridos e positivos. Recordo-me das rodadas de tequilha, com "coronitas" à mistura, e da conversa que fluiu até de madrugada clara e envolvente.

Hoje ao visionar pela "enésima" vez a violência que varre todo o pais, lembrei-me dessa noche buena e de que afinal o terror dos cartéis de droga mexicanos e seus lords são filme não ficcional e sem final à vista. Triste mas real e factual.

domingo, julho 18, 2010

Toca-se...

E Se...?

No plano da vitória anunciada, Cavaco Silva perfilha-se como o triunfador sem brilho das próximas presidenciais na tugolândia. Mas e se... Cavaco optar pela não recandidatura a Belém e deixar caminho aberto para uma nova vaga(s) de direita, bem como para os barões da esquerda e independentes (?!) soaristas se degladiarem por um lugar ao sol do ceptro de presidente?

O FC Porto, do tenrinho Vilas Boas, acaba de ganhar ao Ajax por 1-0. Encomendam-se já as faixas da glória perdida para os lados do Dragão; comentando-se juras de vingança desportiva (extra túneis de preferência) como resposta às recentes vitórias das águias (outroras depenadas) do messiânico Jesus. Mas e se...Vilas Boas não chegar  ao Natal e abrir a ferida hedonista a Pinto da Costa de que "nem tudo o que Mourinho toca é ouro"?

O PSD de Passos Coelho arrepia caminho e ultrapassa Sócrates e seu PS nas sondagens encomendadas, dando corporização cientifica à crise Sócratica do "orgulhosamente só" (cavaco dixit há alguns anos aprés...). O mesmo Coelho (Passos) afasta o cenário de um bloco central solidário para fazer face à crise. Portas (Paulo) espreita qual caçador furtivo à espera de melhor timing de assalto ao poder partilhado. Mas...e se Sócrates bater com a porta e encerrar o seu ciclo antes do tempo previsto?

E Se...?




Escritas (no sofá)

Derramo um moscatel sublime deitado no sofá aberto de palavras soltas. Estendido, adquiro a posição certa para o clique mental, que permite o disparo de pólvora molhada; mola impulsionadora para mais palavras e ideias sem rumo definido.

O acto de escrita, para mim, representa um processo criativo de rebeldia. Forma de corporizar num contexto fisico o que penso do mundo, das pessoas e das vivências inerentes. Não gosto de compartimentos estanque nem das denominadas regras formais da escrita cinzenta e pré-formatada de estética e conteúdo.

Vomito palavras e sua pontuação com a a cadência que a minha mente ordena e assume os desejos de, através do verbo, partilhar a minha posição no mundo. Faço uma pausa para acender um cigarro, enroscando-me no sofá como um bebé no colo materno. 

Afinal solto apenas a criança sincera que existe em todos nós...sem barreiras nem dogmas...verto nas teclas e observo fugazmente o copo meio vazio, meio cheio. Lá fora o sol brilha e o mundo gira...tal como a vida...

Back to Back

Decididamente, conforme a idade flui, adquirimos uma capacidade para enfrentar problemas  e barreiras de caminho muito similares ao nosso clã patriarcal. A maturidade que a idade arrasta, é acompanhada por mecanismos de defesa que "compramos" nos caminhos e ruelas da vida, mas que "bebemos" da seiva base da experiência daqueles - outrora -  duramente criticados por nós.

Ao fim ao cabo, a vida é um mecanismo de processos não tão rico e vasto como podemos pensar; tão somente o constatar que afinal o "rei vai nu" e existem padrões de defesa e de ataque com sensações de déjà vu subliminar; corporizado nas nossas lutas, anseios, vitórias e derrotas do dia a dia.

Somos o que somos, pelas nossas partilhas com os outros e pelos circulos simbióticos que se repetem nos padrões, mas com cores próprias da identidade de cada um. Somos o que amamos, somos o que sofremos, somos o que conquistamos e perdemos; afinal a vida é um mar de influências em que, momentaneamente, conseguimos pintar a nossa identidade individual.

Mas continuo com a minha teoria "banal": Esta viagem não é mais de que um regresso às origens que constituem cada um de nós...um "Back to Back"...


terça-feira, julho 13, 2010

Alerta Vermelho...

Profissão: Assessor

Ainda ensonado, "avio" o 2º café do dia, preparando-me para mais uma batalha laboral e  mundana. Entre apontamentos rabiscados na ponta da minha caneta de estimação; revejo os tópicos mais importantes do dia: Sonho d'Afectos, Eco Kids (Espaço Encantado), bem como o estudo que o MM me "encomendou" sobre algumas nuances da já mitica Forever Young.

Mais do que números frios e elaboração de processos comunicacionais com denominadores de partida comuns; procuro empregar em tudo o que desenvolvo, um toque em que o human touch com aqueles que solicitam minha colaboração, seja o ponto base de partida para soluções e sinergias positivas.

Tal como na vida, o que sou como pessoa reflecte-se nas lógicas laborais que procuro estabelecer. Mais fácil e agradável conviver com a sinceridade e critica de pessoas como o Paulo Oliveira, Diana, Miguel Baptista ou Miguel Mesquita, do que com a flacidez e capas pseudo profissionais de muitos burros estéticos cá do burgo...

Nuestros Hermanos

Revejo a festa monumental que uniu toda a Espanha em torno da vitória da roja no mundial sul africano, e não deixo de derramar um pensamento sincero sobre os nuestros hermanos: Não os invejo, simplesmente admiro-os.

O espirito de comunhão rumo a um objectivo comum, a alegria espontânea da celebração, demonstram o que dolorosamente nos separa dos vizinhos do "quintal do lado". A cagança peidante tipicamente portuguesa, o arranjar de desculpas para falhanços e barreiras de caminhos trilhados; bem como o indisfarçável mal estar acerca das vitórias e triunfos dos outros, espelham tão somente a nossa mentalidade cinzenta enraizada num fado negativo e sem rumo.

Hoje, orgulhosamente, sinto-me um pouco espanhol, pela sua vitória magnifica e pela forma sincera na arte derramada dos festejos. Pragmaticamente, tudo na vida é constituido na génese por vitórias e derrotas. O que "muda" é a forma corporizada de assumir as mesmas. 

Por mim - reafirmo - hoje, amanhã e sempre serei espanhol na atitude e na crença que o futuro somente é construido com as dores lombares das grandes quedas que antecedem o gosto doce do mel das vitórias e saltos de fé qualitativos. Sem fado negativo e  com rumo...

domingo, julho 11, 2010

Trapézio Voador

Lembro-me de ser um puto verde e inocente e adorar as feras do circo, os palhaços coloridos e os malabaristas elásticos. Metia-me medo os leões e os elefantes que desfilavam ao som do chicote de um qualquer domador férreo e ditador nos actos mecânicos de subjugação.

Mas o meu fascinio galopava nas asas de um bom número de trapézio voador. Encarava a chegada dos meus heróis, no meio de collants justas e lantejoulas fora de moda, como o momento único que marcava a minha ida ao circo da minha juventude.

O factor do risco anunciado era assumido no silêncio de morte que, derramado no ar, tomava conta das centenas de espectadores anónimos na bancada colorida pelo algodão doce rosado e picocas estridentes de gula juvenil e adulta.

Agarrava as mãos de meus país com a força de um amante  jogado vorazmente na boca doce de sua cara metade. Suspirando fundo, fixava o olhar nos desafiadores da lógica gravitacional, daqueles que se prendem no sonho que comanda a vida e não tem medo de voar livres. 


A Peta (Todd)

Diferença(s)

Escrevo estas linhas minutos após a selecção de nuestros hermanos ter ganho (justamente) o mundial 2010 in South Africa. Os meus "favoritos" da laranja mecânica sumarenta, perdem a sua 3ª final e voltam para o país das túlipas com as mãos a abanar mas com a sensação de dever (quase) cumprido.

Lembro-me das diferenças cada vez mais acentuadas entre Portugal e Espanha. Recordo que em 92, aproveitando as Olimpiadas em Barcelona, as entidades competentes do país vizinho encetaram esforços para dotar Espanha não somente de infra-estruturas desportivas modernas e funcionais mas essencialmente de programas de "crescimento desportivo" com lógica, forma corporizada e conteúdo consistente.

18 anos depois, assumem-se como potência mundial na nuance desportiva global e não somente no futebol mas também no motociclismo, basquetebol, automobilismo e tantas outras variantes de desportos individuais e colectivos.

Falando em colectivismo...vejo na tv a festa em Espanha, com cor e optimismo nos rostos apesar de um desemprego galopante e um decrescimento económico acentuado. A esperança...sempre a esperança...do nosso canto à beira mar esburacado não vale apena falar hoje. Seria um discurso (quase) fatalista de amargo fado...

sexta-feira, julho 09, 2010

O Polvo

Com o Mundial 2010 a apenas 1 game do final, as atenções voltam-se para o...polvo Paul, arauto animal das runas da sorte e do azar futebolistico. Este peculiar vidente tentacular tem o condão de ter acertado em todos os resultados de grandes competições nos últimos 2 anos (Euro 2008/Mundial 2010); falhando apenas 1 resultado na escala dos prognósticos.

Para este Domingo o Polvo já vaticinou e escolheu os nuestros hermanos como vencedores potenciais perante a laranja mecânica Holandesa. Falo por moi...além de Polvo ser das poucas comidas intragáveis para mim; espero sinceramente que o carrossel do refinado futebol Espanhol seja travado pelos meus preferidos, em tons de laranja dos países-baixos.

O futebol, tal como o amor, não se explica, simplesmente sente-se e escolhe-se um dos lados instintivamente...sem tréguas e com muita luta...

quarta-feira, julho 07, 2010

Em Viagem

Rodopio de calor enquanto o comboio se movimenta de forma lânguida e sonora. Entre velhos e novos, brancos e negros; o rosto variável dos estados de espirito que percorrem cada um. "Escamo" as novas plataformas sociais de comunicação da O.N.G Sonho d'Afectos, ganhando um pouco de tempo para o dia calorento e com horas que vão passar rapidamente.

Paro um pouco e penso que afinal a vida é mesmo um comboio, ora meio cheio, ora meio vazio. Versão metafórica somente para recordar que nem sempre somos maquinistas e puxamos (pensamos erradamente de que..) as carruagens sozinhos (não há super heros...) e que, por vezes, pensamos ser um passageiro (aparentemente) solitário sem futuro definido.

Basta olhar para os rostos numa carruagem de comboio para lermos a sina positiva que a vida é feita e ecoa no "nós colectivo". Desço na estação que me é destinada e acendo um cigarro tranquilo enquanto que procuro um qualquer canto para beber um café fumegante. 

3000 (+1)

Quando há mais de 3 anos decidi colocar nas teias cibernáuticas um blogue on line, estava longe de imaginar o caminho que se avizinhava pela frente. Em plena febre da moda blogger, senti a necessidade de partilhar o que sou, o que faço; e derramar a minha visão subjectiva do mundo, enquanto pequeno actor da teia global.

Como em todos os actos de amor, este "filho" teve dores de parto, de crescimento, crises existenciais. Com alegrias e tristezas no caminho a minha escrita revelou - revela - sem máscaras o que eu sou, minha forma de encarar o mundo; meus anseios e desejos. Minhas frustrações e medos.

Escrevo estas linhas à pressa sem a pompa de 3001 artigos colocados on-line de mim  para vós, fiéis destinatários de minhas linhas, imagens e videos. Supreendido mas feliz com as mais de 35 mil visitas de 102 paises da esfera planetária e de um crescimento estruturado que coloca este espaço entre os mais vistos da blogosfera nacional (e não só...). 

Acendo o primeiro cigarro do dia, pego na sacola de ombro e começo a  derramar os objectos de trabalho para mais uma jornada de luta. Na mente já penso nos próximos 3000...e 1....e sorrio...

terça-feira, julho 06, 2010

Falando em Calor...

Calor

Mais um dia de calor crescente, em que o factor motivação de mais um dia de trabalho tem de se aliar à escolha adequada de roupa soft para enfrentar mais um dia hard

A vantagem de trabalhar na área da comunicação (das poucas vantagens diga-se...) é que, salvo algum formalismo necessário, a lógica da descontracção impera e salva-nos das roupagens metódicas do normal mundo do trabalho. Afinal ainda se exclama a célebre frase "deixa estar...é jornalista!!!".

Favela Chique

Os recentes incidentes com membros de pseudo-gangues na praia do Tamariz, remetem-nos para a relação directa entre os níveis de pobreza cada vez mais elevados, associados ao facto que - verdade dura - tendencialmente fomentamos o crescimento de guetos de betão moral e fisico bem à vista de todos.

Acho de muito mau tom a hipocrisia reinante afirmativa de que somos um país aberto e tolerante sem laivos de racismo. Não existe maior ironia camuflada do que assumirmos essa frase como verdadeira e absoluta. Somos um país de gente com mente pequena e mesquinha; onde o racismo "inofensivo" está presente em pequenos actos e banalidades mundanas do dia a dia.

Culpamos os "outros" pelos nossos fracassos absolutos e nossos pequenos dramas. Se não temos emprego a culpa é dos "pretos", dos "brasucas"; dos gajos do leste. Esquecemos "apenas" que somos um país de emigrantes com cerca de 10 milhões de tugas espalhados pelo mundo globalizado e vivemos numsa sociedade global e aberta. Esquecemos também que muitos desses "outros" vem para Portugal para fazerem pela vida-puta de forma recta e honesta; afinal o melhor que sabem nestes tempos fornicantes de dificuldades acrescidas.

Nota final para os incidentes in Tamariz: O factor prevenção não passa somente por reforços policiais e acções para "inglês ver" após os confrontos e actos de violência. Passa por mais, muito mais...a começar nas mentalidades e mecanismos mentais de cada um de nós.

Natura...

Humor Me...

O Google Earth encontrou Jesus. Ou melhor, a cara de Nosso Senhor Jesus Cristo foi encontrada pelo serviço de pesquisa e visualização de mapas e imagens de satélite, na Hungria.
Zach Evans, um jovem inglês, andava à procura de um local para passar férias quando deu com uma imagem de uma quinta em Puspokladany, na Hungria, onde se podia ver o rosto de Jesus.
"Eu não sou uma pessoa religiosa à procura de imagens de Jesus, mas neste caso é óbvio" disse ao jornal inglês, The Sun .
Esta não é a primeira aparição no Google Earth. O ano passado, Jason Cooke, um segurança britânico garante que viu o monstro de Loch Ness. 
Cit in Semanário Expresso

Palermas e Cª

Ainda hoje ao falar com um amigo e parceiro de alguns projectos profissionais , dei por mim a focar alguns exemplos bem humorados de tontos e palermas. Sempre achei de profundo mau gosto aqueles que se procuram impor apenas pelo muito que falam e não pelo (pouco) que fazem e produzem.

Eu falo pelos cotovelos, sou social (e transparente demais por vezes) ao máximo mas procuro conjugar o verbo "falar"e o verbo "fazer" na mesma estrutura frásica. Existem aqueles que até - imagine-se - divulgam o que os outros produzem para recolher ganhos e usufrutos. Ao fim ao cabo, são condutores de carro roubado e com pneus furados ainda antes do arranque.

segunda-feira, julho 05, 2010

Mercenários

Fala-se demasiado dos futebolistas cá do burgo, dando-se uma importância planetária a uma fauna profissional que, na minha visão, não o merece. Fabricam-se vedetas à escala regional como se bebe um copo de vinho rasca em qualquer taberna de ocasião. 

Acha-se graça ao facto de Ronaldo ser pai solteiro ou encontra-se adrenalina e densidade de emoções no "drama" da transferência de uma "maçã podre" (definição do presidente "lagarto") do Sporting para o "FCP".

Falando em João Moutinho...não acho estranho um profissional procurar melhores condições financeiras e de solidez de projecto (convenhamos o Sporting está cada vez mais balcanizado...); mas causa-me um ruído mental estridente saber que um puto de 23 anos, que ganha 110 mil euros por mês ,recusa-se a treinar, faz birra e fomenta mau ambiente para pressionar a entidade empregadora a que está vinculado a ceder a seus caprichos e devaneios.

É mais do que tempo para que o futebol tuga e seus agentes intervenientes desçam dos céus da utopia para a realidade nua e crua da conjectura actual. Ou a crise global  não chegou ainda ao futebol indigena?!

Nota Final

Dia in relax mode mas com os ojos apontados na semana que se avizinha. Lista de tarefas derramadas na agenda habitual; alguns updates de e-mails para colocar a máquina a andar oleada e projectar os novos desafios que se avizinham.

A noite surge com a calma sólida de um cigarro em plena varanda e um "cheirinho"  de amêndoa amarga aromática, e bem destilada na velocidade dos pensamentos que fluem tranquilamente. 

Tempo das últimas notas do dia, afinal amanhã é mais um jour em que temos que combater o mundo e ganharmos a batalha interior de nós próprios. Sem sentido?! Perdoem-me...o sono já chama (e clama...)...