Os recentes incidentes com membros de pseudo-gangues na praia do Tamariz, remetem-nos para a relação directa entre os níveis de pobreza cada vez mais elevados, associados ao facto que - verdade dura - tendencialmente fomentamos o crescimento de guetos de betão moral e fisico bem à vista de todos.
Acho de muito mau tom a hipocrisia reinante afirmativa de que somos um país aberto e tolerante sem laivos de racismo. Não existe maior ironia camuflada do que assumirmos essa frase como verdadeira e absoluta. Somos um país de gente com mente pequena e mesquinha; onde o racismo "inofensivo" está presente em pequenos actos e banalidades mundanas do dia a dia.
Culpamos os "outros" pelos nossos fracassos absolutos e nossos pequenos dramas. Se não temos emprego a culpa é dos "pretos", dos "brasucas"; dos gajos do leste. Esquecemos "apenas" que somos um país de emigrantes com cerca de 10 milhões de tugas espalhados pelo mundo globalizado e vivemos numsa sociedade global e aberta. Esquecemos também que muitos desses "outros" vem para Portugal para fazerem pela vida-puta de forma recta e honesta; afinal o melhor que sabem nestes tempos fornicantes de dificuldades acrescidas.
Nota final para os incidentes in Tamariz: O factor prevenção não passa somente por reforços policiais e acções para "inglês ver" após os confrontos e actos de violência. Passa por mais, muito mais...a começar nas mentalidades e mecanismos mentais de cada um de nós.
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