Mostrar mensagens com a etiqueta JOSÉ SARAMAGO. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta JOSÉ SARAMAGO. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, junho 21, 2010

A Vergonha (Segundo Cavaco)

"Todos os portugueses sabem que desde quinta-feira à noite estou nos Açores, em S. Miguel, cumprindo uma promessa que fiz há muito tempo a toda a minha família, filhos e netos, de lhes mostrar as belezas desta região."

Anibal Cavaco Silva Cit in Jornal Publico

A recente morte de José Saramago gerou uma onda (quase) consensual de solidariedade e homenagem ao maior vulto da literatura Portuguesa da 2ª metade do século XX. O "quase" ficou a cargo do, pasme-se,  chefe máximo do decadente estado portuga: Cavaco Silva. 

A desculpa mesquinha e irónica, o recurso a lugares comuns e uma frieza inabalável, marcaram as declarações do presidente em terras açorianas. Sonegar a história, perpetuar ódios antigos e ignorar quem elevou o nome do pais além fronteiras, revela apenas e tão somente um sentimento de indiferença gritante.

Valha-nos a consolação que daqui a 100 anos nos manuais escolares e linhas da história nacional e global; figurará um pequeno e anónimo parágrafo acerca de Cavaco; com o antagonismo positivo de páginas derramadas em quantidade múltipla sobre o imortal Saramago.

sexta-feira, junho 18, 2010

A Escrita (nunca morre)

A noticia chegou telefonicamente  através de um amigo da agência Lusa: Morreu o Saramago. Escritor de low profile público mas com obra rica numa estética de metáforas e combate ao dogma; o escritor deixa além de uma vasta obra, um caminho galgado com polémicas e criticas em que a sua posição férrea sobre variados temas deixaram marcas profundas. 

Saramago soube cultivar inteligentemente a ode do homem de perfil (aparentemente) recatado e de laivos de isolamento; entrando na contradição coerente das suas palavras destiladas quer na sua obra literária, quer na sua visão sobre o mundo e suas nuances de enquadramento.

Um falso solitário, que combateu - como todos nós - guerras certas e erradas. Noto-lhe as palavras de desilusão acerca de Cuba, fazendo um mea culpa não assumido acerca da sua defesa do regime de Fidel. Destaco-as aqui, porque afinal a escrita nunca morre e as palavras reflectem apenas e tão somente que a imperfeição dos homens é a sua principal arma para crescer ética e moralmente.

 “Até aqui cheguei. De agora em diante, Cuba seguirá o seu caminho, eu fico”

terça-feira, junho 09, 2009

Saramago vs Berlusconi

É a par de novos dados e fotografias de festas organizadas pelo chefe do Governo italiano na sua casa de campo da Sardenha que José Saramago surge nas páginas do diário espanhol El Pais com um artigo carregado de críticas e acusações. O escritor português volta a qualificar Silvio Berlusconi como um "delinquente". O mesmo epíteto que o escritor de 86 anos reservou ao governante no livro "Caderno", que a editora Einnaudi, propriedade de Berlusconi, se recusou a dar à estampa.

"Não vejo que outro nome lhe poderia dar. Uma coisa perigosamente parecida com um ser humano, uma coisa que dá festas, organiza orgias e manda num país chamado Itália. Esta coisa, esta enfermidade, este vírus ameaça ser a causa da morte moral do país de Verdi, se um vómito profundo não conseguir arrancá-lo à consciência dos italianos antes que o veneno acabe corroendo as veias e destroçando o coração de uma das mais ricas culturas europeias", escreve Saramago.

"Desde há vários anos", prossegue o Nobel da Literatura, "a coisa Berlusconi comete delitos de gravidade variável mas sempre provados. E que mais é, ele não transgride as leis, mas bem pior, com efeito fabrica-as para proteger os seus interesses públicos e privados, do político, do empresário e do acompanhador de menores".

Berlusconi "caiu na mais completa abjecção"

No que toca aos "padrões morais", escreve ainda José Saramago, "nem merece a pena falar, não há quem não saiba em Itália e no Mundo que a coisa Berlusconi há muito tempo que caiu na mais completa abjecção".

"Os valores básicos da convivência humana são pisados todos os dias pelas patas viscosas da coisa Berlusconi que, entre os seus múltiplos talentos, tem uma habilidade funambulesca para abusar das palavras, pervertendo-lhes a intenção e o sentido, como no caso do Pólo da Liberdade, assim se chama o partido com que assaltou o poder", vinca o autor.

As novas imagens captadas na residência de campo de Silvio Berlusconi integram um conjunto de 100 negativos apreendidos pela justiça de Itália, na sequência de uma queixa do governante por alegada violação da vida privada.

Cit in RTP

quarta-feira, setembro 17, 2008

Falando em Loucos...

in El Pais de 15/07/2007 :
El premio Nobel de literatura José Saramago cree que Portugal acabará por convertirse en una comunidad autónoma más de España, con el mismo rango que Cataluña, Galicia o Castilla-La Mancha, integrándose así en un país nuevo, que se llamaría "probablemente" Iberia para que el nombre de España no ofendiese "los bríos de los portugueses".La utopía ibérica de Saramago, de 85 años, fue lanzada ayer en una entrevista de cuatro páginas en Diário de Noticias, en la que el autor de La balsa de piedra afirma que los portugueses aceptarían la "integración territorial, administrativa e estructural" con España si fuese bien explicada: "Con diez millones de habitantes, (Portugal) tendría todo que ganar en cuanto a desarrollo, y no sería una cesión ni acabar con el país, continuaría de otra manera. No se dejaría de hablar, de pensar y de sentir en portugués, (...) y no seríamos gobernados por españoles, habría representantes de los partidos de ambos países en un parlamento único con todas las fuerzas políticas de Iberia".