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segunda-feira, maio 08, 2023

Mothers Day

 



Se existe foto que reclama ao universo o Amor e laço inquestionável que me une á minha Mãe, bem pode ser representada por esta frame onde o sentimento tranquilo transborda na calma e quietude em que a emoção forte é visível nos silêncios que falam.

E com a Dona Virgínia muito passa por esses silêncios díspares que aprendia a lhe ler nos anos que nos unem e se sucedem.

Sabes bem que "só nós dois é que sabemos" das dores e alegrias que nos unem ainda
mais .

Gratidão profunda querida Mãe por tudo o que fizeste e fazes por mim!!!

Sem ti muitas vezes ao leme este velejador de águas profundas e revoltas não chegaria amiúde a bom Porto.
Amo te
❤️❤️❤️

Beijinhos imensos do sempre teu
Paulinho

quinta-feira, abril 13, 2023

Eterno(s) Retorno(s)

 



Na "waiting room" do Aeroporto de Faro pronto para zarpar para o Porto ...de coração ❤️ cheio por rever amigos e familiares e sentir o toque incondicional do meu Pai e da Minha Mãe ( quem tem um Policarpo e uma Virgínia tem tudo ❤️❤️❤️).

quarta-feira, abril 12, 2023

Easter in (my) Faro





Confesso vos não sou um admirador absoluto do período pascal que resvala sempre numa perspectiva da nossa cultura para um período de contemplação que deriva para um negativismo tão típico do nosso fado europeu no global e tuga no específico.
No entanto sempre bom e revigorante retornar ao meu ponto de origem, estar com os meus pais, rever família e amigos de uma vida (além dos que conquistei na Invicta).
Na minha vida de "circulação" entre Faro e Porto, o mito do eterno retorno e "fuga" entre dois portos de abrigo que me preenchem surge cíclico há já trinta anos.
Para todos nós que este breve período de "pausa técnica", seja o dos afectos e retornos a quem nos diz muito (para retornarmos também aos que conquistamos e nos conquistaram), mesmo que o conceito espaço temporal nos afaste geograficamente, que a alegria do reencontro e do renascimento supere sempre os períodos menos bons, próprios desta roller coaster eterna na qual nos movimentamos.
Sejamos Felizes nestes tempos atípicos e exigentes, no desafio de preservarmos a nossa humanidade e a do nosso próximo.
Boa e Santa Páscoa

segunda-feira, março 06, 2023

"Do Baú" (de memórias)





Nos arrumos das fotos e arquivos derivados deparei-me com uma frame sem tempo nem localização geográfica que me ocorra...mas gostei da minha descontração (sem contracção) certamente bem antes deste período atípico que todos tentamos ultrapassar. sem nos espalharmos ao comprido...
( A "coisa" não está fácil mas vamos sobreviver e crescer...uma vez mais).

sexta-feira, fevereiro 24, 2023

Os Filhos do Sangue

 



Lembro me como se fosse ontem que a 24 estava a jantar entre amigos na Ribeira do Porto, saboreando  uma vitela no tacho a derreter languidamente na boca e um vinho do Douro que adornou mais uma noite na Adega de São Nicolau.

Saímos por volta das 23h30 e tive ainda tempo para um cigarro contemplativo numa noite amena, em que a vista, como usual, era (é) um postal nocturno convidativo em que o Rio guarda e delimita as margens entre Porto e Gaia.

Recordo-me da madrugada em que o horror emergiu e ficar horas colado com o meu Pai ao telefone entre o desespero e impotência e a raiva incontida que nos permitiu matar Putin virtualmente (mas de forma convicta) vezes sem conta com requintes de malvadez pérfida e toques extremos de um filme de terror de quinta categoria.

O desespero agudizante dos primeiros dias deu lugar a uma esperança sem aparente lógica racional de que os bravos  Ucranianos iriam prevalecer estóicos contra a máquina de guerra do czar sem trono e saudosista da antiga Rússia imperial em que o direito seria divino de obliterar povos e esmagar a resistência de quem pensa livre e vive em democracia imperfeita mas alicerçada nos valores básicos dos direitos comuns que unem os indivíduos. 

Deixei de ter ilusões e lirismos:  Somos todos filhos do sangue destes tempos angustiantes. No entanto sempre a esperança de que, como em outros tempos do tempo histórico e tangível, a bravura (justiça) e determinação (razão) irá derrotar o cinismo atroz da desinformação e do ódio puro e duro. 

Sempre ouvi dizer que não se combate um bruto ou um rufia com a razão do equilíbrio (infelizmente). Por vezes só a espada pode deter a espada, só o martelo pode responder ao martelo. 


Assim aconteceu (acontece).


Desesperei, revoltei-me, destilei textos de fúria durida , (re)tweets programados em grupo ou na pulsão individual, inundei tudo o que destilasse Putin e sua máquina de terror atroz. Escrevi e (re)escrevi, debati, fui insultado por guardas pretorianas extremistas e mansas no espirito seguidista de matilhas antigas com pastores a soldo  que prestam vassalagem a um decrépito mundo que já não tem lugar nos tempos do presente (aprendi que nas redes sociais existem fanáticos pagos e não pagos...). 

Um ano após o inicio de tempos atípicos, a Ucrânia resiste e insiste no caminho da luta de um direito de nascença de qualquer nação: Ser livre de grilhetas e mordaça. 

Como devem intuir não sou apologista da guerra e da  morte. Nada apagará os mortos, os estropiados e os órfãos de ambos os lados da barricada.  

Nada apagará duas gerações de povos varridas do mapa. 

Nada apagará o ano mais angustiante das nossas vidas. 

Nada apagará o dilúvio obsceno de morte que Putin e seus sequazes lançaram ao mundo (eles e só eles esqueçam lá o resto...) 

No entanto...

Um ano depois a Ucrânia resiste (e insiste). 

Afinal o Czar ia nu... 

Afinal Kiev não caiu em setenta e duas horas... 

Afinal o "presidente-palhaço" não fugiu... 

Contudo... 

Nada está ganho 

Nada está perdido

Tudo está em aberto... 

Ressistiremos à fúria dos brutos, se possível com negociações, se possível com compromisso. 

Mas lutaremos... ao lado dos Ucranianos com a pena e a caneta, com os punhos e com as armas, com a resiliência de quem não se dobra perante o mal. 

(Cada um luta como sabe como pode) 

Ganharemos (muitos)... Perderão (alguns tantos)... 


Nós os filhos do sangue destes tempos malditos. 

Nós os proscritos dum tempo sem lei

Nós os que não calamos (e lutamos) 






terça-feira, setembro 06, 2022

sexta-feira, junho 17, 2022

Gravatas & "Fatos de Macaco"

 



Uma foto com história pintada de fresco hoje em Kiev.

Com os pesos pesados da Alemanha, Itália, França e com a presença resiliente da Roménia...

Uma foto com história, para a história do mundo presente ...se nada mudar e a Ucrânia tombar lentamente, será feita história sem brilho...se este for o ponto de viragem e a velha Europa tiver actos rápidos de coragem será feita ( também) história daquela que ficará para a história do mundo livre que combate os brutos.

Será sempre História...

(com letras douradas no meio do sangue derramado ou com rascunhos negros como a alma de Putin)

Nota: Nunca a repetição da palavra "história" me pareceu tão premente...




quarta-feira, junho 08, 2022

Bright Light (in Ukraine)

 



Esta foto (confirmada com o cunho da verdade analítica da independência plural) parece "poucochinha"...um homem a apanhar raios de sol em #Azovstal num raro momento de paz aparente|
Para os mais distraídos e confusos com o que realmente se passa na #Ucrania, representa um momento de liberdade de um condenado á morte que decidiu não desistir e lutar até ao fim.
Gostaria que fosse possível bater #putin com flores e palavras doces, mas até os fundamentalistas que defendem que a Ucrânia e o seu povo são todos nazis ( entre outros disparates), devem reconhecer que não existe nada mais nobre do que um homem/mulher que luta pelo direito coletivista de existir como povo.
Já mete um pouco um "nojo filho da putita" os chavões desesperados ( porque os ucranianos não se vergaram nem foram vergados) dos putinistas e afins que culpabilizam os ogres maus das democracias ( imperfeitas ) do ocidente como os causadores desta invasão bárbara.
Não me vou dar ao trabalho de rebater muitas opiniões confusas e algumas mal intencionadas que circulam nas redes sociais e na vida real.
A culpa da velha Europa e do ( por vezes) autista Uncle Sam, é expressada no acto simples de terem baixado as calças quando Putin galopou territórios e "cegarem" a troco de acesso continuo a fontes energéticas e afins.
O resto...resume se a um ditador imperialista que se quer impor pelo medo e pelo sangue de inocentes.
Não passará!!!
PS: Provavelmente Putin será o pior estratega do mundo...vejamos:
-Ter tomado a Ucrânia em 72 horas (a resistência já vai em quase três meses...)
-Ter destruído a aviação lá do burgo numa hora e meia (a "não aviação " Ucraniana voa e destrói alvos).
-Assassinar Zelensky com o cunho dos mercenários da Wagner nas primeiras 24 horas da invasão (......sem comentários).
-Deu nova vida á NATO.
- Acabou com a neutralidade Finlandesa e Sueca (com um "cadinho" de jeito ainda com a Suíça...).
Se não fosse trágico daria para gargalhar...

quinta-feira, novembro 18, 2021

"Na Corda Bamba"










"De coração cheio"
(Alerta: Texto excessivamente longo e lamechas.)

No dia 6 Novembro virei o cabo da boa esperança para as 47 voltas completas ao sol. Foram centenas de mensagens nas suas variadas formas nas redes sociais, uma enxurrada abençoada de telefonemas e a presença física ( no dia e véspera ) de pessoas que moram no meu coração .
A todos um sentimento de gratidão por me fazerem sentir imensamente amado .

"Na antecâmara das dúvidas"
Entre prendas, lembranças e mimos levantava se agora em mim o medo de uma cirurgia que aguardava ansiosamente há cerca de um ano e meio.
Foi assim um aniversário bom e preenchido mas com o pensamento na antecâmara da tarde de 8 de novembro onde uma ida ao ambulatório do CICAP removeria uma catarata (que se revelaria perigosa, traumática, "madura" e altamente inflamada).
Como muitas coisas na minha vida não poderia ser assim tão simples e evidente. Por aqui não existem facilitismos e até no karma da rotina surge sempre algo inesperado.

"Da escuridão á Luz "
O check in borrado de dúvidas, um atendimento de excelência humana e profissional em todo o serviço de oftalmologia Santo António, levou me a uma estranha calma.
Troca de roupa pela bata da praxe, início das hostilidades com gotas de anestesia rotineiras, um cateter colocado á primeira tentativa nas veias salientes e a espera começa...
(metade do pessoal de enfermagem de oftalmologia tem sotaque quente transmontano e isso foi reconfortante)
Troca para uma maca numa sala mais resguardada , mais anestesia nas veias, tubos no nariz para mais um aroma de relax...mais...mais e mais ..
Voz suave da anestesista ...agulha 6 cm abaixo do olho ..."para você ter poucas ou nenhumas dores...vai demorar mais um pouco ... 15 ou 20 minutos para fazer efeito".
A adrenalina dispara um pouco mas a pressão do medidor arterial e das ventosas para o ritmo cardíaco, dão me sinal mental para não me cagar nas calças e ser forte e determinado...estou ali para não f...a vida a quem vai tentar tratar de mim.
Assim Seja Assim Será
Nova volta rápida para o bloco operatório (isolado)...um formigueiro com sete elementos com simpatia desarmante e a preparar o procedimento . Olho "bom" tapado, o danificado só vê sombras e já altamente sedado. Cabeça ligada entre um molde para mexer o mínimo possível e a dança começa.
Olho sempre húmido com a voz firme da Cirurgiã de serviço ( firme, profissional e empática no vigor dos trintas e poucos especulo).
Uma hora de ansiedade com a calma com que as drogas nos tomam e a firmeza superlativa nas vozes mesmo quando quase tudo foi diferente do expectável ( existem interjeições que ficam no templo sagrado do bloco operatório assumo firmemente). Ao longe ouço música baixa talvez resistência e heróis do mar...talvez seja uma alegoria do meu imaginário...talvez...
Tudo acaba em trinta segundos (começou há 1 hora fora a panóplia de preparo anestesista com mais sessenta minutos...) implante do cristalino feito, catarata removida.
Rapidamente passo para um sofá azul com rodas sólidas....visível a satisfação de todos corporizado na voz firme da Cirurgiã que extenuada mergulha no sofá encostado á parede branca do bloco e no carinho de alguém que me quer colocar rapidamente a comer bolachas e a beber um chá quente e aromatizado com esperança.
Solto um obrigado cansado mas sincero e sou empurrado para um canto confortável onde uma das anestesistas me chega o almejado chá enquanto que nas minhas mãos já caminham bolachas Maria ( eterno clássico tuga) rumo a um estômago esburacado ( estou sem comer e beber desde as 09 da manhã...são agora 18 e 53).
Visto me o mais rapidamente possível já com a Fernanda vigilante á minha espera e o João no carro preparado para zarpar e preparado para me levar a casa.
( Todos os que me deram força foram transbordantes mas os meus pais, a Fernanda e o João foram heróis decisivos na paciência e ânimo que me transmitiram e apoio prestado).
Alívio, alegria ( sinto me verdadeiramente feliz), e uma vontade de chegar rapidamente a casa para me afogar num abraço aos meus pais e devorar avidamente comida quente e apetitosa rumo a um descanso eufórico.
"Tinha tudo para correr muito mal...acabou tudo por correr muito bem"
Três dias com luz e visão em crescendo...rumo mais calmo a consulta no salão Neo clássico do Santo Antônio.
A simpatia já expectável ( agora com sotaques tugas e africanos com a mesma doçura açucarada e cuidado).
Exame rápido e medição das lentes para os óculos. Consulta com a Dra Luísa (a Cirurgiã obstinada e que galgou o imprevisto de última hora com mestria e gosto pelo desafio apresentado).
Reforço de gotas, prescrição de comprimidos e a mesma voz firme e empática : "Tinha tudo para correr muito mal...acabou tudo por correr muito bem".
( Mais uma vez refaço o código não se conta tudo o que se ouve no bloco, não se revelam todas as palavras de uma consulta pós cirurgia).
Esperança na recuperação e mais uma dança no dia 6 de Dezembro.
Como em muito na minha vida... alicerçado na fé na esperança...na superação e resiliência.
Nunca sozinho...nada sozinho... absolutamente acompanhado... absolutamente e radicalmente amado.
Tentarei sempre que a esperança da (na) minha alma seja maior imensamente que o somatório dos meus medos.

De dentro de mim para vós

Paulo Correia

segunda-feira, fevereiro 22, 2021

Em Roma...

 



Em Roma...no início de uma viagem com requinte de suspense desde o primeiro dia ( ou como podemos transformar uma situação menos boa em algo positivo)...basicamente o pior hotel de sempre 😁 ( cuidado com a publicidade enganosa 🇮🇹🍝).

quarta-feira, agosto 26, 2020

O Inferno do Nosso Céu




 A nossa vida prévia era perfeita e nós não sabíamos (ponto afirmativo absoluto e sem discussão).


Esplanada cheia, com copos agudos de líquidos vários, risos estridentes intercalados por vozes múltiplas no orgasmo de uma noite de convívio. Na Tv as noticias habituais, formatadas na tendência global de um mundo sempre a explodir na torre de Babel da não tolerância.

Um tema comum introduzido quase á surdina toma forma de zumbido crescente: Um vírus misterioso nasceu na gigante e longínqua China. Noticia quase de rodapé mas repetida na exaustão intuitiva que algo se aproxima para inquietar almas e alterar comportamentos. 

Está um calor anormal em Fevereiro numa qualquer noite onde vivemos numa falsa sensação de segurança, em breve tudo mudará numa onda de choque que irá varrer o globo de forma impiedosa e ditará os passos que transformarão as nossas vidas colectivas para sempre.

Entre as teorias da conspiração e as origens de um mal enigmático, dormitamos num sono inseguro que nos afastará do mundo tal e qual o conhecemos e intuímos. Brevemente apartamentos e casas se transformarão em locais de isolamento laboral e pessoal. Termos como "confinamento", "quarentena" , "teletrabalho" (trabalho remoto) se unirão ao impacto de "corona vírus" (mais tarde "covid19).

Os gigantes económicos que ditam os nossos passos no dia a dia absorvem-nos com uma benevolência falsa com o slogan dos vendedores da banha da cobra: "Paguem (um pouco) mais tarde" afirmam.

Em cada lar uma fortaleza, em cada alma a inquietude da saudade, em cada olhar o medo flamejante do gelo do futuro outrora certo.

Poderíamos vociferar que este é apenas mais um ano, mais um vírus, mais uma barreira (invisível), suspirar num optimismo de que "tudo irá ficar bem" mas lá no fundo da nossa alma inquieta sabemos que nada será como outrora no antigamente de um passado sempre presente na memória.

Tão somente vivenciamos o Inferno do Nosso Céu...apenas não o pressentimos a tempo...




sexta-feira, maio 01, 2020

Diário de um Quarentão (em "quarentena") Parte III



A varanda novamente como companheira num dia que amanheceu tardio com nevoeiro britânico e chuva fugidia mas cíclica no seu eterno regresso. Portátil no colo anichado, os pés do costume (despidos) com a alma cheia de pensamentos (o isolamento momentâneo da pandemia faz nos pensar "mais  e mais vezes").

Divido hoje a escrita  em pequenas gotas soltas que gravitam entre o Abril que marca a  minha (nossa) história, o Maio da libertação (será?)  e as anotações de um futuro que terá raios de sol no meio do nevoeiro cinzento e da chuva restritiva (no final prevaleceremos adianto já...)



1.

"O Maio do nosso (des)contentamento"


Dia de todos os que labutam e lutam nesta vida por vezes repleta de barreiras...dia do trabalhador mas também do combate às assimetrias das crianças ( os trabalhadores do amanhã...muitas infelizmente já trabalhadores do hoje...) . 



Data de todos aqueles que ainda recebem o chicote da injustiça global, que em tempos de pandemia a histeria e a prepotência não ganhem...ganharmos todo unidos na fé de uma nova versão humanista em que o "nós" se sobreponha ao "eu" hedonista (egoísta).



Maio marcará o (re)inicio dos nossos pequenos passos para uma (a)normalidade que tenderá a ser diferente e com muitas dúvidas e incertezas.


Os medos que antecedem a antecâmara de novos tempos marcarão o nosso novo gatinhar. Que as fake news, populismos dos ditadores (eleitos ou não...) e a cultura maldizente do "bota a baixo" não vingue e que aprendamos com estes tempos de incerteza...na certeza que para sobrevivermos social, económica e politicamente teremos que reconstruir e reescrever novos conceitos.

2.
"Abril revisitado"

Nunca a porra de um período de trinta dias me pareceu tão longo e custou tanto a verter tempo não sorvido nem saboreado com os padrões de carga emocional normalizados, no entanto nunca os telefonemas e video chamadas me pareceram tão bem, nunca um copo de vinho foi tão lentamente saboreado ou as emoções delgadas se transformaram muitas vezes em olhos marejados de agua húmida mas temperada com um quente arrebatador de sentimentos por vezes antagónicos.

Abril do nosso contentamento nacional da democracia que o dia vinte e cinco trouxe e arrebatou, da minha satisfação pessoal de ao longe sentir ao perto os quarenta e seis anos que unem os meus pais na aventura de uma vida (casaram dois dias depois da revolução dos cravos de setenta e quatro). Abril de sentimentos mil...Abril longo...estupidamente longo...Abril diferente...Abril maldito...amaldiçoado mas para recordar no horizonte das memórias que nos fazem crescer por caminhos inusitados.


3.

"O futuro já hoje"


Mudo o portátil para a posição de repouso, derramo um telefonema rápido com um amigo de longa data, inspiro e retenho o olhar no céu com nuvens e com a ameaça de mais uma carga de água que invadirá o meu jardim e que rapidamente ganhará espaço no chão despido da varanda de pedra branca apenas manchada pela naturalidade das folhas velhas e ramos quebrados arrastados por um vento diferente que se revela desde o último cigarro fumado na madrugada após mais uma sessão de cinema tardia fruto da falha do sono reparador de mágoas e elixir de novas esperanças. 



Tenho encarado esta porra toda dos últimos meses o melhor que sei e que posso; chorei amiúde, ri me também muitas vezes mas essencialmente reforcei laços e (re)conheci-me melhor como pessoa e como ser humano. Incapaz de me fechar na minha concha, estendi a minha mão sedenta e muitos retornaram-me o acto (misto de medo e coragem) sem dramatismos apenas com a naturalidade de quem precisa do "nós" para poder sobreviver (viver) no "eu" (todos nós).



O futuro é já hoje, no meio das pedras e rochedos, do negro do espectro do desemprego, na ansiedade do exemplo (por exemplo) de um pai e duma mãe com as incertezas que estes novos tempos ditam; tenho a convicção na minha tranquilidade (absolutamente humana, não tranquila e corajosamente borrada de medos e incertezas) que sobreviremos entre a penumbra que teimará em nos querer cegar e que o sol, a areia fina e o mar sem cor serão o nosso futuro.



Portanto borrem-se de medo, encham-se de dúvidas e receios mas caminhem em frente entre escombros e ruínas nascerão novos alicerces que nos permitirão (re)conquistar o futuro. Estejam atentos e não servis, receosos e prudentes mas sem medo de arriscar e caminhar. 



É assim que traçarei meu trajecto, e é assim que os meus pés descalços na varanda ficarão molhados com a  chuva mas se alimentarão do sol e da alma que os iluminará rumo ao caminho do amanhã....

domingo, abril 26, 2020

Flower(s) Power




|E quando tens uma vizinha octogenária adorável que perde tempo a cuidar do teu jardim ( e das tuas roseiras) e te presenteia com rosas perfumadas e te chama "homem lindo"( ou menino😂😂😂)|

❤️🙏🌹🌹