
quinta-feira, março 13, 2025
O Indomável

segunda-feira, março 10, 2025
Work Hard (and) Enjoy
sexta-feira, março 07, 2025
Só Morre quem Nunca Viveu
Olá Tio espero que a viagem tenha sido boa.
Não sei se já chegaste mas sei convictamente que não partiste.
Continuas a caminhar firmemente no meio de nós com aquele sorriso espontâneo e alegria de viver que continua a contagiar.
Imagina que ao ir ao teu encontro o comboio chamava se liberdade e tinha gravado os teus cravos de Abril, vermelhos como o teu sentimento de liberdade individual e colectiva.
Imagina que, no sitio onde os que te amam se juntaram para te celebrar, está um busto do Salgueiro Maia assinalando novamente os votos renovados da liberdade que te preenche.
Imagina que a tua filha me chamou "primo malvado" por recontar as tuas histórias e no meio das lágrimas e nostalgia provocar risos como aqueles que tu gostavas de dar e receber.
Imagina que me sinto de coração leve por saber que irás continuar a tua caminhada repleta de aventuras renovadas com a tua sede de tudo questionar (Deus meteu se em sarilhos por que tu nunca irás deixar de colocar questões e dúvidas existenciais).
Isto aqui não será o mesmo sem ti.
Vão faltar as nossas conversas de horas a falar de tudo e de nada.
Ficará na minha mente as idas ao alentejo e as sandes de presunto com batatas fritas crepitantes.
Não me esquecerei nunca dos domingos de praia com cerveja gelada e sandes de chouriço alentejano e o embaraço da Patricia com o qual tu te deliciavas de forma deliciosa.
Naquelas águas calmas do Atlântico ensinaste me a nadar sem pé e a arriscar na vida, combatendo sempre.
No chão pelado do campo da horta da areia impeliste me a andar de bicicleta. Lembras te? Descíamos a rua do matadouro e desaguávamos nas salinas onde o sal salgado e árido brilhava com o teu unico deus Sol.
Continuarei a falar contigo e a questionar as tuas respostas, como sempre tu continuarás a responder me calmamente e a dizer que te estou a tentar "dar a volta".
Sei que continuarás a colocar o "outro" em primeiro lugar e a apoiar com alegria sincera quem mais necessita.
Sei que estás aliviado e em paz, não houve missas nem discursos demagógicos (não quisermos arriscar a tua fúria e reprimenda, ainda interrompias a discussão dialéctica com Deus e regressavas para nos repreender).
Não sei se já chegaste mas sei que não partiste.
Um abraço do teu amigo Paulinho
terça-feira, junho 06, 2023
Moment(s)
segunda-feira, maio 08, 2023
Mothers Day



quinta-feira, abril 13, 2023
Eterno(s) Retorno(s)




quarta-feira, abril 12, 2023
Easter in (my) Faro
segunda-feira, março 06, 2023
"Do Baú" (de memórias)
sexta-feira, fevereiro 24, 2023
Os Filhos do Sangue
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Lembro me como se fosse ontem que a 24 estava a jantar entre amigos na Ribeira do Porto, saboreando uma vitela no tacho a derreter languidamente na boca e um vinho do Douro que adornou mais uma noite na Adega de São Nicolau.
Saímos por volta das 23h30 e tive ainda tempo para um cigarro contemplativo numa noite amena, em que a vista, como usual, era (é) um postal nocturno convidativo em que o Rio guarda e delimita as margens entre Porto e Gaia.
Recordo-me da madrugada em que o horror emergiu e ficar horas colado com o meu Pai ao telefone entre o desespero e impotência e a raiva incontida que nos permitiu matar Putin virtualmente (mas de forma convicta) vezes sem conta com requintes de malvadez pérfida e toques extremos de um filme de terror de quinta categoria.
O desespero agudizante dos primeiros dias deu lugar a uma esperança sem aparente lógica racional de que os bravos Ucranianos iriam prevalecer estóicos contra a máquina de guerra do czar sem trono e saudosista da antiga Rússia imperial em que o direito seria divino de obliterar povos e esmagar a resistência de quem pensa livre e vive em democracia imperfeita mas alicerçada nos valores básicos dos direitos comuns que unem os indivíduos.
Deixei de ter ilusões e lirismos: Somos todos filhos do sangue destes tempos angustiantes. No entanto sempre a esperança de que, como em outros tempos do tempo histórico e tangível, a bravura (justiça) e determinação (razão) irá derrotar o cinismo atroz da desinformação e do ódio puro e duro.
Sempre ouvi dizer que não se combate um bruto ou um rufia com a razão do equilíbrio (infelizmente). Por vezes só a espada pode deter a espada, só o martelo pode responder ao martelo.
Assim aconteceu (acontece).
Desesperei, revoltei-me, destilei textos de fúria durida , (re)tweets programados em grupo ou na pulsão individual, inundei tudo o que destilasse Putin e sua máquina de terror atroz. Escrevi e (re)escrevi, debati, fui insultado por guardas pretorianas extremistas e mansas no espirito seguidista de matilhas antigas com pastores a soldo que prestam vassalagem a um decrépito mundo que já não tem lugar nos tempos do presente (aprendi que nas redes sociais existem fanáticos pagos e não pagos...).
Um ano após o inicio de tempos atípicos, a Ucrânia resiste e insiste no caminho da luta de um direito de nascença de qualquer nação: Ser livre de grilhetas e mordaça.
Como devem intuir não sou apologista da guerra e da morte. Nada apagará os mortos, os estropiados e os órfãos de ambos os lados da barricada.
Nada apagará duas gerações de povos varridas do mapa.
Nada apagará o ano mais angustiante das nossas vidas.
Nada apagará o dilúvio obsceno de morte que Putin e seus sequazes lançaram ao mundo (eles e só eles esqueçam lá o resto...)
No entanto...
Um ano depois a Ucrânia resiste (e insiste).
Afinal o Czar ia nu...
Afinal Kiev não caiu em setenta e duas horas...
Afinal o "presidente-palhaço" não fugiu...
Contudo...
Nada está ganho
Nada está perdido
Tudo está em aberto...
Ressistiremos à fúria dos brutos, se possível com negociações, se possível com compromisso.
Mas lutaremos... ao lado dos Ucranianos com a pena e a caneta, com os punhos e com as armas, com a resiliência de quem não se dobra perante o mal.
(Cada um luta como sabe como pode)
Ganharemos (muitos)... Perderão (alguns tantos)...
Nós os filhos do sangue destes tempos malditos.
Nós os proscritos dum tempo sem lei
Nós os que não calamos (e lutamos)
terça-feira, setembro 06, 2022
Fé (na vitória)
sexta-feira, junho 17, 2022
Gravatas & "Fatos de Macaco"
quarta-feira, junho 15, 2022
Music
quarta-feira, junho 08, 2022
Bright Light (in Ukraine)
terça-feira, junho 07, 2022
Break(s)
segunda-feira, novembro 22, 2021
(not) Lost Paradise
quinta-feira, novembro 18, 2021
"Na Corda Bamba"
segunda-feira, junho 28, 2021
Fotogenia (ou não)
segunda-feira, fevereiro 22, 2021
Em Roma...
terça-feira, fevereiro 02, 2021
quarta-feira, agosto 26, 2020
O Inferno do Nosso Céu
A nossa vida prévia era perfeita e nós não sabíamos (ponto afirmativo absoluto e sem discussão).
Esplanada cheia, com copos agudos de líquidos vários, risos estridentes intercalados por vozes múltiplas no orgasmo de uma noite de convívio. Na Tv as noticias habituais, formatadas na tendência global de um mundo sempre a explodir na torre de Babel da não tolerância.
Um tema comum introduzido quase á surdina toma forma de zumbido crescente: Um vírus misterioso nasceu na gigante e longínqua China. Noticia quase de rodapé mas repetida na exaustão intuitiva que algo se aproxima para inquietar almas e alterar comportamentos.
Está um calor anormal em Fevereiro numa qualquer noite onde vivemos numa falsa sensação de segurança, em breve tudo mudará numa onda de choque que irá varrer o globo de forma impiedosa e ditará os passos que transformarão as nossas vidas colectivas para sempre.
Entre as teorias da conspiração e as origens de um mal enigmático, dormitamos num sono inseguro que nos afastará do mundo tal e qual o conhecemos e intuímos. Brevemente apartamentos e casas se transformarão em locais de isolamento laboral e pessoal. Termos como "confinamento", "quarentena" , "teletrabalho" (trabalho remoto) se unirão ao impacto de "corona vírus" (mais tarde "covid19).
Os gigantes económicos que ditam os nossos passos no dia a dia absorvem-nos com uma benevolência falsa com o slogan dos vendedores da banha da cobra: "Paguem (um pouco) mais tarde" afirmam.
Em cada lar uma fortaleza, em cada alma a inquietude da saudade, em cada olhar o medo flamejante do gelo do futuro outrora certo.
Poderíamos vociferar que este é apenas mais um ano, mais um vírus, mais uma barreira (invisível), suspirar num optimismo de que "tudo irá ficar bem" mas lá no fundo da nossa alma inquieta sabemos que nada será como outrora no antigamente de um passado sempre presente na memória.
Tão somente vivenciamos o Inferno do Nosso Céu...apenas não o pressentimos a tempo...