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terça-feira, novembro 11, 2008

Poesia da Natália

Do sentimento trágico da vida

Não há revolta no homem
que se revolta calçado.
O que nele se revolta
é apenas um bocado
que dentro fica agarrado
à tábua da teoria.

Aquilo que nele mente
e parte em filosofia
é porventura a semente
do fruto que nele nasce
e a sede não lhe alivia.

Revolta é ter-se nascido
sem descobrir o sentido
do que nos há-de matar.

Rebeldia é o que põe
na nossa mão um punhal
para vibrar naquela morte
que nos mata devagar.

E só depois de informado
só depois de esclarecido
rebelde nu e deitado
ironia de saber

o que só então se sabe
e não se pode contar.

segunda-feira, julho 28, 2008

Natália Dixit

SOBE O PANO
Onde se solta estrangulado gritoHumaniza-se a vida e sobe o pano.
Chegam aparições dóceis ao ritoVindas do fosso mais fundo do humano.
Ilumina-se a cena e é soberano,no palco, o real oculto no conflito.
É tragédia? É comédia?
É, por engano,
O sequestro de um deus num barro aflito?
É o teatro: a magia que descobre
O rosto que a cara do homem cobre,
E reflectidos no teu espelho - o actor -
Os teus fantasmas levam-te para onde
O tempo puro que te corresponde
Entre horas ardidas está em flor.