Dia de trabalho ondulante, com tempo para pensamentos soltos que nos levam para os resquicios daquele passado saboroso que nos permite saborear, e tragar a verocidade de um futuro sempre em luta sempre em movimento de devir dinâmico constante. Recordo-me de uma história que ficou perdida nos baús da memória. Partilho-a agora....véspera de final de taça de Portugal entre o meu Farense e o Estrela da Amadora. Recordo-me dos cheiros tinta que pintavam bandeiras e cartazes iluminando toda a cidade de Faro. No MotoClube Local, agitavam-se os fatos de motards e afinavam-se as máquinas que iriam escoltar o autocarro do clube e respectivos jogadores. Sonhava-se o ar que se respirava. Viviamos coma certeza que independentemente do resultado, este jogo iria mudar nossas vidas para sempre. Assim foi. Éramos 20 mil no Jamor numa tarde de Maio. O sol iluminava as nossas almas; o sonho percorria 11 em campo e 20 mil a correr por fora. No Algarve eram outros tantos multiplicados por outros muitos. Jogámos, Lutámos, Perdemos. No entanto, esse jogo deu-me uma lição de vida : Lutar, acreditar até morrer. Saber sofrer e no meio de um momento de dor, tirar a ilação positiva para o futuro.
Até hoje recordo o cheiro da relva no meio do desejo de 20 mil.