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quarta-feira, julho 13, 2016

Allez Les Portugais (um pleonasmo a Santos e Companhia)

Começo este texto por contextualizar historicamente que nós tugas lusitanos resistimos a três invasões francesas...Não se esqueçam deste semi parágrafo na leitura do restante texto...a gerência agradece...

Colocando-vos "à vontadinha", estas palavras são o enésimo elogio hiperbólico à saga portuguesa em Franca em modus operandi do futebol e sua contextualizacao de um povo à beira mar plantado e com sementes polvilhadas nos quatros cantos do globo.

Nunca pensei que 32 dias após o início da saga na Gália chauvinista ( e também na democrática obviamente...)voltaríamos com a pena vitoriosa  da careca de Quaresma tatuada no orgulho de todos nós. Nem nos sonhos mais perfeitos, naquelas noites em que os nossos adamastores são vencidos, pensaria que um grupo de patriotas furaria as linhas do "inimigo" e vingaria a honra de gerações de emigrantes que deram com as suas mãos a argamassa para reconstruir a França Gaulista ( não é gralha...) e  levemente europeia.

A esta altura, muitos (alguns) de vós questionam a imparcialidade das palavras e soam em vossas mentes os alarmes subliminares que este é um texto tendencioso e talvez não politicamente correcto...essencialmente são pulsões quebradas tentando canalizar a emoção que tolda a razão e que nos remetem para o orgulho salutar de ser Português e ter comoção vaidosa de ser representado pela portugalidade duma selecção comandada por um herói silencioso, homem de fé, personalidade forte de humano bom e trabalhador ( avé santos!!!) com rumo definido, com capacidade de ser oráculo na anunciação da vitória antecipada em que nós todos não acreditávamos.

Orgulho desmedido de ser representado por madeirenses e algarvios (como eu), por cabo-verdianos e guineenses, por luso franceses e bulos criados na musgueira. Orgulho em ser cigano nos pés de Quaresma, penafidelense gladiador em José Fontes, africano em Nani, Danilo e outros tantos e capitão humanista coxeando no espírito de Ronaldo apenas mortal e vulnerável.Ser anti herói e underdog no espírito da luva branca no pontapé canhão de Ederzito...

Estou cansado, exausto na correria do dia a dia e do destroço humano que a nossa selecção me obrigou a ser na noite de Domingo. Bebi, fumei, stressei, acendi velas, rezei aos deuses do nosso fado tantas vezes maldito, mas essencialmente chorei sem vergonha da vergonha que milhares de emigrantes viveram e vivem no seu purgatório resignado do dia a dia em terras adoptadas por eles na busca dum futuro que foge no seu (nosso) pais.

Foi tempo de revolta e fúria, de correr e cantar o hino com mão no peito, de soltar os gritos amordaçados, de tomarmos a bastilha do nosso contentamento resistindo a insultos, vitórias antecipadas e autocarros de vitória precocemente revelados. Amo a França democrática mas abomino o Gaulismo autista da superioridade pretensa assente na contextualizacao da história já ida e por vezes distorcida (reforço...resistimos a três invasões francesas...).

Amo Paris multicolor, os croissants, os cafés de esquina e o destilar de cores modernas e cheiros pintados no antigo, mas odeio o que esta  Europa fechada (de fachada)e seus tecnocratas  fizeram ao quintal público da Europa outrora universalis...amo Paris no sonho que representa...talvez um dia ame a França...e os franceses que saibam reconhecer que um jogo de futebol não representa apenas um jogo de vaidades estéticas em que se joga bonito, mas também e essencialmente uma bola redonda que desfila a crença de um povo e a sua identidade diluída na universalidade de quem, como nós, deu mundos ao mundo a partir de barcos de madeira alimentados na fé e esperança  que além mar havia terra por desbravar...

Insisto...resistimos a três invasões francesas...talvez por isso os gauleses gaulistas ou não (uma percentagem...maior ou menor...) sintam tanto na pele uma derrota alicerçada na fé de pedreiros, na crença de negros, brancos, ciganos e mulatos. Talvez não gostem das palavras da mãe Dolores a defender o filho Ronaldo dum Payet qualquer. Talvez não saibam reconhecer mérito e honra num seleccionador que na hora  (honra) da Glória  fale em Deus e em Grego grato é sincero.

Talvez eu seja acusado de ser redutor ao ousar dizer que Paris é um país à  parte de França, como já mencionei que Londres é uma ilha antagónica de Inglaterra. Talvez eu ainda não tenha mencionado que sendo um orgulhoso Português, sou um ainda mais orgulhoso cidadão do mundo, reconhecendo que tantos defeitos temos, tantos erros históricos cometemos...mas isso fica para outro texto...aqui apenas pinceladas finais de um feito orgásmico de um povo de tugas, africanos, timorenses, brasileiros e todos aqueles que se queiram reunir na luta dos pequenos não tão pequenos contra os grandes afinal não tão grandes.

Acho que já vos disse...resistimos a três invasões francesas...a quarta fomos nós que a fizemos com êxito...tomamos a bastilha de assalto em Saint Dennis; com carácter e honra e com a pincelada épica de ver o melhor do mundo tombado a chorar com uma borboleta (traça) no rosto ensanguentado de lágrimas. Não fomos nojentos, fomos tão somente nós próprios: Um povo que luta e se ajusta, que se desenrasca, que flui optimismo moldado no fado do destino que teimamos em combater.

Somos simplesmente Portugueses, no alto das nossas imperfeições, moldados nas águas dos tempos. Caimos e voltamos a tentar, lutando contra os chernes do nosso descontentamento, contra os discursos socráticos, ou os Portas e Albuquerques de qualquer multinacional sem rosto e tão somente feita de números.

O texto vai extremamente longo e algo pastoso...não sei se já vos disse: Resistimos a três invasões francesas..."fomos simples que nem as pombas e silenciosos como as serpentes"...ganhámos desta vez...tornaremos a perder vezes sem conta...afinal e tão somente a sina e fado da alegria triste de ser Português...contra os canhões marchar marchar...mas sempre prevalecer...sem sermos nojentos apenas nós próprios...

















terça-feira, junho 28, 2016

O BREXIT Islandês e o Microfone de Ronaldo


Nos últimos dias têm surgido em catadupa um rol de boas notícias para a Europa universalista (?!)e una, entre mosaicos de países travestidos de democracias metamorfizadas em governos de tecnocratas económicos, eis que o doce futebol nos empurra a arrogante e altiva Inglaterra para a sua ilha perdida no matagal europeu pela segunda vez em duas curtas semanas.

Sempre gostei dos Islandeses, um país com Pouco mais de 300 mil habitantes que processa ex governantes por (des)governação massiva, que descontraidamente avança pela surdina tomando de assalto os fiordes europeus do futebol em versão ruiva e barbuda, merecendo a hipérbole do elogio exagerado e as estrofes cantadas da epica saga Vicking moderna.

Dando um toque político e (nada) sério a estas palavras derramadas, não terei saudades dos ingleses na (des)união europeia, da sua política  externa fria servida ao modo de seus frugais interesses, dos bifes avermelhados e suados ao sol do meu Algarve de nascimento. Adorarei as bebedeiras ordeiras em Vale do Lobo ou em Albufeira central, sem o toque arrogante da violência britânica. Obviamente e tão somente um sonho, continuaremos a ser invadidos pelos analfabrutos em doses industriais criticando tudo e todos com o seu tom altivo de quem nos abandonou no euro do nosso descontentamento e se aliou a Rússia do czar Putin como parceiro comercial estratégico.

No entanto, entre temas menores como estes, o impacto do mergulho no lago do microfone destinado ao nosso galáctico Ronaldo, quase que perdia o centralismo de notícia bomba...quase, pois tudo o que faz o nosso Cris é notícia mesmo sendo um bom non sense fabricado por pseudo jornalistas em busca da devassa da vida privada de um Português que nos dá imagem e conteúdo num mundo globalizado em que muitas vezes somos uma pequena vírgula sem direito a mediatismos e reconhecimentos universalistas.

Gosto de Ronaldo por tudo o que é sobejamente conhecido e escalpelizado por quase todos, como tal defendo o novo desporto olímpico de arremesso do microfone made in cmtv, votando também a favor de que quem segura o dito cujo  tenha direito a banho gelado juntamente com a tecnologia de 292 euros ostentada.

Na quinta feira jogaremos contra Polacos, mas essencialmente Lutaremos  rumo à final do Euro para arrumar com Franceses ou Alemães. Temos a obrigação de tentar enfiar pelo rabo acima da chanceler      Merkl ou do primeiro ministro Hollande um grande microfone pontiagudo de portugalidade em nome dos underdogs desta Europa outrora Universalis...