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segunda-feira, outubro 22, 2012

Na Escuridão

Luz apagada. Corpo aceso, iluminado pelo desejo de escrever meias linhas ensonadas antes do sono quebrar a resistência da alma e pestanejar até ao amanhã próximo.

Ouço ZZ Ward no estimulante "Put The Gun Down". Relembro que todos nós passamos por momentos de escuridão; alturas em que as sombras do negativismo e das nuvens carregadas de chuva negra e imperam na ordem imperial que diz ao corpo que ordene ao cérebro que tudo é impossível e nada esta ao alcance dos sonhos que traçamos.

A música para e sinto os dedos agitados a deslizarem no teclado. Mais um cigarro seco e um chá gelado. Na ponta dos dedos nasce a luz que me ilumina rumo ao novo dia que irá explodir e acabar tarde.

Batalhas a travar, guerras para ganhar, caminhos por galgar e rotas por (re)definir. Dúvidas no sucesso, mas a certeza firme que a fagulha que acende a luz está ao meu alcance, ao virar duma qualquer esquina imaginária onde uma placa chamada destino me diz que somos todos pontos de luz no meio da escuridão que por vezes nos cerca.

domingo, fevereiro 12, 2012

Amanhã (vai ser melhor)

O dia amanhece já ao anoitecer. Noite antecedente de copos bem bebidos, de sonhos mal dormidos. De trepidação, revendo rostos e cheiros sempre presentes na vida (in)constante.

Camarões devorados ao ritmo da cerveja que verte. Sons soltos de queixas estridentes do dia a dia de todos nós. Estamos fodidos: A crise sobe de tom e lança mais alguns para o desespero do cadafalso do desemprego e /ou do trabalho precário.

No meu pensamento corre o alivio (não) culpado de ser daqueles que ainda preservam estabilidade profissional e ordenado a "tempo e horas" no banquete (mal servido) das contas por pagar no diluir do mês.

Arrepiamos caminho para um qualquer tasco de ocasião. Vinho a copo e cerveja (mais cerveja...) fervilhante a destilar do barril sujo e enferrujado, com direito a mais laivos de conversa inacabada, antecedendo já o próximo meeting point.

Penso (como sempre) que o amanhã irá ser melhor. Optimista, mas com aquele medo miúdo que nos prende ao mundo real. 

A vida segue dentro de momentos: Par a Par com a esperança. Afinal o amanhã (vai ser melhor) já está a nascer na minha mente.

domingo, janeiro 29, 2012

Ilusão Óptica...

Cava(quistão)

Como muitos de vós já sabem (intuindo da minha escrita em posts anteriores), não  morro de amores por Cavaco Silva. Algarvio de nascença, como eu, esta figura da fauna política tuga dos últimos 25 anos, nunca esteve nos meus eleitos preferidos nem do rol daqueles que, dum quadrante diferente da "minha" esquerda, ,merecem a consideração e fair play que acho justa para aqueles que pensando de forma diferente de moi merecem a admiração e  consideração pela forma correcta com que defendem os seus pontos de vista.

"Cavaco o Cinzento", poderia ser a curta frase que define a minha não relação com o conceito de "Cavaquistão", massificado durante as maiorias sociais democratas de tempos já distantes. Arrepia-me a hipocrisia com que Cavaco se arma em arauto moral da nação, assobiando para o lado no que concerne à sua auto responsabilização para o estado "que esta merda" chegou.

A cereja no topo do bolo, surgiu há poucos dias quando - despudoradamente - proferiu palavras infelizes acerca das suas parcas reformas (sim...plural...) e dando sentido (falsamente) humanista ao mencionar que abdicou do seu vencimento enquanto presidente da tugolândia como "esforço de guerra" contra a crise.

"Esqueceu-se" somente de mencionar que o fez para puder acumular 2 reformas na ordem dos 7 mil euros e ajudas de custo presidenciais de 2900 da moeda do descontentamento de todos nós.

Tudo uma questão de honestidade ou falta dela...afirmo eu...

terça-feira, dezembro 13, 2011

"Feathers Fall"

5 minutos (a menos)

Acordo 5 minutos adiantado. Rapidamente recupero e atraso-me 5 minutos a mais na cama quente que nem fornalha do inferno dos justos. Assino rapidamente a minha sentença do dia: Correr sem recuperar os minutos perdidos.

Por 5 minutos não me cruzo com o carteiro na primeira entrega do dia; pelo mesmo período de atraso "apanho" a primeira fornada apetitosa de pão crepitante no café de sempre. Zarpo, acumulando atrasos, e lanço-me furiosamente na entrada do metro onde cada alma representa o mesmo purgatório de minutos por (re)contar.

Desço-me no sitio do costume. Chove miudinho e a ida rápida à Igreja da Trindade é ritual muito meu e já indispensável. Mais do que nunca um crente em reconstrução constante. Vale o que vale mas sinto (me) assim.

Sinto muito, mas mais minutos acumuláveis no atraso padrão dos "5 minutos". Um café rápido numa tasca de ocasião e o primeiro cigarro do dia fumado rapidamente a ritmo elevado. Chamo o elevador e a eternidade prende-se na espera: Mil pensamentos sem ordem aparente.

Pouso a mochila na secretária e despejo os portáteis - antes o primeiro "bom dia" bem humorado aos colegas de "faina". Mais um dia em que a lógica aponta para tentar vencer, fazer melhor e transcender-me. Mas a porra dos 5 minutos...já não os apanho...

domingo, dezembro 11, 2011

Um Copo de Vinho

Exercicio recorrente: Quando me quero concentrar para escrever um pouco, nada melhor que um bom (meio) copo de vinho para começar a aguçar as ideias e derrama-las ora para o papel, ora para a tela cibernética do portátil.

Lembro-me do cheiro a medronho doce carregado, da acidez do bagaço corrente e das doses de vinho tinto de garrafão que observava no tasco da "ti rita" quando puto o meu pai me ia levar à escola ou a minha mãe me carregava  à minha avo de criação. Por entre o vidro fino, observava os rostos e sentia os cheiros da cidade - rostos -  a tomar vida.

Nunca percebi o real sentido do ritual até que, passados muitos anos, quando era relações públicas de vários estabelecimentos nocturnos na ribeira portuense, me deparei com clientes como as stripers...sim stripers...que após a hora de expediente deambulavam ora para relaxar após uma noite de trabalho, ora para "caçar" um cliente (mais...intimo) para repor a (má) facturação da jornada de trabalho.

Aos poucos entrei nas vidas (muitas vezes dramas) destas mulheres. Sempre com o tema recorrente das drogas e álcool como escapatória para mais um dia de crua realidade, ora como factor de desinibição para mais uma table dance, para mais um strip sugestivo.

Intui então a carga emocional e física "Dum Copo de Vinho"...

domingo, dezembro 04, 2011

Table Dance...


"Democracia Corintiana"

Uma amiga de longa data informa-me directamente de Curitiba que o "Dr Sócrates" morreu. Jogador de excelência do futebol brasileiro, médico diplomado e dotado de inteligência acima do comum, Sócrates deixa um legado e um lição de democracia em tempo da ditadura dos generais no Brasil.

Além dos golos e fintas estonteantes, Sócrates instituiu no Corintians (seu clube de sempre) a "Democracia Corintiana" na qual um homem correspondia a um voto. 

Ironia suprema, nos tempos da ditadura o futebol unificar e permitir que - internamente  - um dos maiores clubes do brasil elegesse o capitão de equipa, discutisse salários e até elegesse o treinador (!) e presidente (!) fomentando um fluxo democrático no meio da ditadura institucionalizada.

Sucumbiu hoje ao alcolismo (problema assumido desde sempre), não diluindo o homem que foi e o que representou na sociedade brasileira.

Vaya con Dios Sócrates!!!

Mediocridade(s)

Dia de relax após final de semana "social" entre amigos. Telefonemas para ajustar alguns trajectos - rotas - profissionais, misturados com chamadas pessoais para o mel da sempre no campo pessoal.

Lembrei-me do falecido professor Amílcar Quaresma que me incutiu o "bichinho" do jornalismo e comunicação. Ao oferecer-me o Guia Alfabético da Comunicação de Massas (de Jean Cazeneuve) vociferou-me de forma carinhosa: "Com defeitos e virtudes, nunca sejas mais um na multidão".

Tenho tentado seguir essa norma de vida no campo profissional e pessoal. Relembro com intensidade essas palavras dum homem bom e sábio que toda a vida se dedicou ao ensino e aos mais jovens; e que me ensinou que as palavras - ditas e escritas - são tão válidas como os actos e vivências.

Após meses longos de luta árdua, contemplo a ironia que, após ditos e desditos, calúnias e ataques à minha vida pessoal e profissional, ainda "estou cá".

Ao olhar para o caminho que se avizinha, ao "sentir" o projecto da Sopro de Carinho (e suas crianças); além da confiança de todos aqueles que me depositam valor através de avenças e projectos vários; verifico que o que o "prof" Quaresma me procurava transmitir é que, independentemente, do que os outros pensam de nós (sinceramente ou não...), a "prova dos 9" não é mais o que a nossa consciência ética nos dita.

Essencialmente contra anões e autístas de postura e atitude...ao fim ao cabo sou um homem (eternamente) incompleto mas feliz pelo que tenho, pelo que sou, pelo que luto...

quarta-feira, novembro 30, 2011

"À Flor da Pele"


Balanço(s)

Os finais de ano remetem-nos (a quase todos) para a "caganeira mental" que corresponde à diarreia dos eternos balanços sem conclusão aparentemente matemática e cientifica. Eu não fujo à regra geral.

Dezembro a nascer no calendário e aquela "história" de todos sermos amiguinhos, de ajudarmos o próximo, quiçá darmos a outra face (para ficar tão negra dos bofetões equivalentes à outra face do rosto já golpeada...). 

O nascimento desta época de paz e amor natalício, deve-nos fazer pensar na hipocrisia que povoa todos nós: Esforçando-nos cinicamente para correspondermos, em quilos de generosidade, ao que não fizemos ao longo do ano sobrante e farto.

Neste 2011 o balanço é claro para mim. Ano de mais aprendizagens, ora doces, ora pulvilhadas de autênticas tramas do enredo de qualquer filme de Pedro Almodóvar. Em suma: A vida no seu rumo intrigante mas sempre sequioso por mais e mais...

sexta-feira, novembro 25, 2011

Fura Greves

Greve em terras lusitanas; sinónimo dos tempos difíceis em que ralhamos por pão na boca seca de tanta crise e dificuldade no dia a dia do planeta global.

Furei a greve pelo aliar de vários factores. Tenho uma entidade patronal justa, preciso de trabalhar e intui que "valores mais altos se levantam" do que o simples facto de protestar sem que esse protesto legitimo  se traduza em melhorias práticas na vida colectiva aqui dos indígenas (onde me incluo)  da pátria esburacada.

Cada vez mais, possuindo o meu ADN os genes de esquerda liberal/moderada, odeio a classe politica que, da esquerda à direita, não se resume- reduz - a mais do que tão somente a um bando de bazófias dialécticos que nos afundam o mais que podem.

Estamos no pais do Duarte (Lima), do Isaltino (Morais...sem moral...). Na segunda pátria de Jardim (Alberto),  Vara (Armando) e companhia. Estamos afinal no pais em que os políticos são pálidos, baços, corruptos e bocejantes.

Furei a Greve não por patriotismo ou por estar contra a génese (sentimento) do protesto. Furei a greve por na prática sentir que na encruzilhada em que estamos; a melhor solução é lutar na prática do dia a dia (quem ainda tem essa hipótese). 

Furei a greve porque as centrais sindicais não são mais do que bandos organizados que vivem da boa fé e desespero dos trabalhadores, sendo assim iguais aos que criticam.

Furei a greve porque não gosto do Cavaco Silva, do Passos Coelho, Louçã, Portas ou José Seguro, e não me deixo transformar em ovelha no rebanho manso. 

A minha solidariedade para todos aqueles que dolorosamente sofrem pelo desemprego e fome, pela injustiça deste mundo cão e feito de egoísmos em que a economia dorme com a politica fornicando-nos a todos.


domingo, novembro 20, 2011

Colors & Seduction...


Victor Fica Victor Sai

Porto atropelado em Coimbra, com laivos de humilhação. Sem norte. Desnorte em todo o terreno com toque de naufrágio anunciado desde a saída inesperada de Vilas Boas.

Pinto da Costa, o melhor (aliás maior...) dirigente desportivo em Portugal nos últimos 30 anos, continua a ousar e a cair no terrível defeito de pensar que é Midas Infalível que consegue transformar latão em ouro. Nem Victor (Pereira) é de lata (exagero meu na hipérbole...) nem o ouro messiânico anunciado por "PC".

Sem táctica, sem chama, sem rigor. Essencialmente sem aquela imagem "à Porto" que tem constituído  a trade mark da marca trituradora que a máquina organizativa portista conseguiu olear nas últimas décadas.

Victor Fica? Victor Sai?Sai...restando apenas a pergunta: Quando?!

Duarte e Cª

Duarte de "saco" e filho a sair com caução orçada em 500 mil euros: Eis a noticia que marcou a semana na tugolância.

Respeitando aquela "treta" de "inocente até prova de contrário" (existem fraudes financeiras e assassinatos mais óbvios que outros...), procuro conter as palavras venenosas e (tento) ser politicamente correcto na análise subjectivista e (im)parcial.

Tento resistir mas não me contenho: Que as penas penais sejam duras e que a justiça implacável, que deve varrer os culpados, actue e prevaleça. Até um ceguinho vê e sente onde moram os culpados quer no escândalo BPN, quer na trágica morte de Rosalinda em solo brasileiro.

terça-feira, novembro 15, 2011

De Volta (à escrita)

Os dedos, nervosos e tensos, escorregam pelas keys do teclado gasto na guerra do dia a dia. Qual virgem em intenso jogo de preliminares, tento que as palavras desçam da memória - densa - para a magia das sílabas monocórdicas  que explodem na vontade vertiginosa de novas escritas.

Jogo de silêncios estridentes, de sons mudos e subliminares, tento apanhar o ritmo das letras e do vício que me povoa desde puto: Escrever, re(escrever); formatar, re(formatar). 

A vida como a escrita. Pausas. Começos e recomeços.

domingo, outubro 30, 2011

Escrita Solta

Pousado na parede, contemplo o último quadro presenteado pela minha madrinha. Revejo-me no fundo azul bebe, e entranho as formas perfeitas de flores exóticas desnudadas em branco e amarelo fortes na intensidade de quem caminha nas telas da pintura como nas pinceladas da vida: Com paixão.

Lembro-me das "férias grandes" na casa de minha tia quando era puto imberbe; passadas entre o café com leite escuro e carregado da minha avó Irene, as traquinices que colocavam todos em sentido e o final do dia em que, como falso anjo renascido, fitava a minha mãe nos olhos com aquele olhar cúmplice e malandro que ainda hoje lhe carrego.

Por vezes a minha crença de católico não convencional é seriamente abalada pelos eventos que abalam o mundo global de todos nós. No entanto, entre a mortandade obscena, por vezes surgem os laivos pincelados de sol que afinal por detrás do negro carregado existem raios de esperança.

Hoje bastou-me ver a reportagem na SIC com uma menina chamada Safira, para (re)acreditar que a mão sábia de deus e a vontade universal do amor andam de mãos dadas...

segunda-feira, outubro 24, 2011

Chuva

A chuva cai lá fora de forma ávida anunciando a chegada de laivos de Outono e o final dum Verão há muito fora de horas. 

Na Libia ensaguentada Kadafi morreu a morte (natural) dum ditador, perante a hipocrisia das organizações humanitárias que se indignam pela (mais que provável) execução sumária do "cão raivoso" (R.Reagan dixit) que provocou durante 4 décadas morte, fome e terror.

Rio-me com "essa" moral falsa de algumas forças do ocidente. É crime executar um ditador. Que dizer dos milhões que todos os dias "morrem" perante esta crise louca e galopante que nos atinge a (quase) todos, como uma faca afiada a desvirginar manteiga?

As gotas da chuva molham-me suavemente o rosto enquanto pulo furtivamente para a varanda para um último cigarro. Pés descalços, t-shirt fora d'época e a sensação que o mundo anda mesmo ao contrário. Tal como as estações do tempo.