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quinta-feira, maio 13, 2021

Conversas na Praia (made in mothers day)




Seria bastante banal (mas real 😁) destilar umas palavras escorreitas a mencionar que a minha Mãe guerreira é a melhor matriarca de todo o universo mas prefiro contar vos uma pequena história... ...na véspera da minha partida para o Porto rumo á faculdade e a mil sonhos por realizar, recordo me de estarmos os três ( Mãe, Pai e eu) sentados no areal da Praia de Faro a contemplar o Mar em silêncio quase absoluto, somente interrompido pelo barulho das ondas a morrerem nos grãos da areia sem tempo.
Medos e receios, altura de conjetura não muito favorável no contexto econômico para nós por factores que me recuso a acrescer aqui em palavras ( existem coisas que morrem connosco e que o tempo encarrega de sarar); a minha Mãe quebra subitamente o silêncio e diz me olhos nos olhos "meu filho um dia de cada vez, o que conseguires dia após dia será uma vitória"...
Nunca me esqueci do sentido destas palavras que somente nós os três percebemos na íntegra. Ainda hoje tudo o que fui conseguindo no prete á porter da vida não é fruto de uma falsa humildade ou de uma sensação de inferioridade ou submissão perante ninguém...o que a minha Mãe me quis dizer naquele final de tarde algarvio foi que dia a dia, grão a grão, sonhando e lutando diariamente podemos indo somando vitórias "pequeninas" que se traduzem numa glória mais saborosa e conseguida.
Nunca nos vergarmos, nunca nos rendermos, nunca deixarmos de lutar por um amanhecer melhor e nunca mas nunca deixarmos os sonhos morrerem dentro de nós ... Para ti Virginia Correia ♥️ que és o melhor do que trago dentro de mim um Amo te profundo por tudo o que o tempo não apaga: Como uma frase num final de dia fez de mim o homem que hoje sou...
Do teu Paulinho 💪🙏❤️

quarta-feira, maio 11, 2016

Num Aeroporto Qualquer...

Todos nós, creio, temos o anseio de reconhecimento pelo que fazemos na nossa vida pessoal e profissional. Variando as nuances no temperamento e personalidade, reconhecimento público ou em privado, a ânsia que nos percorre o espírito resvala para essa necessidade quase, por vezes infantil, do  extrapolar positivo dos nossos actos e atitudes perante o mundo de pessoas que nos envolve.

Eu não fujo evidentemente a esta regra pre definida na caverna de anseios de todos nós.  Recordo me que fui um pre adolescente falador mas tímido, preso em medos e melindres. Ultrapassei essa fase borbulhenta e dramática para uma adolescência bem vivida, rebelde mas responsável ( fica bem escrevinhar assim...), soltei as amarras, catapultei me na base de sonhos e objectivos por vezes quiméricos.

Cresci para a idade adulta com o sonho de palcos mediáticos e de uma carreira a escala planetária. O Faro de meu nascimento representava uma aldeia pequena em que os gauleses, qual  Asterix e Obelix, não se conseguiam libertar do cerco romano. Zarpei para o Porto sem olhar para trás, sem medir consequências ansiando pelo reconhecimento de multidões.

Cursei Comunicação, embriaguei me com os primeiros programas de rádio, com as primeiras  palavras escritas, com o primeiro contacto com o mundo da televisão. Cresci, reforcei fomes de desejos antigos, sonhei mais sonhos. Alguns concretizei na dormência embriagada da arrogância juvenil e imberbe de quem toca no olimpo. Outros ficaram (ainda) por realizar e para sonhar novos mares azuis e reluzentes na clareza das águas turvas.

Mobilizei massas com rosto, fui líder de multidões, destilei paixões e ódios de estimação, julguei me por vezes maior que os anseios a atingir. Cai, levantei me, feri me e sangrei. Passei as passas do meu Algarve, mas nunca sozinho.

Envelheci suavemente e entrei na idade do aparente juízo, refundei-me e renasci. Acho que no caminho cresci e amadureci. O tempo passou e passa veloz. Num aeroporto reluzente ( em Roma) entre milhares de vagabundos aéreos rumo a um destino chamado casa, uma voz se levantou "farense" ( nome de guerra das praxes estudantis e primeiro gatinhar profissional) és tu pá?!

Olhares atônitos de quem me conhece, mas a sensação interior de vaidade de mil situações onde este momento improvável se realizou. Afinal os meus momentos de fama a escala planetária ditadas num aeroporto qualquer...todos viajantes públicos e anônimos....


domingo, fevereiro 12, 2012

Amanhã (vai ser melhor)

O dia amanhece já ao anoitecer. Noite antecedente de copos bem bebidos, de sonhos mal dormidos. De trepidação, revendo rostos e cheiros sempre presentes na vida (in)constante.

Camarões devorados ao ritmo da cerveja que verte. Sons soltos de queixas estridentes do dia a dia de todos nós. Estamos fodidos: A crise sobe de tom e lança mais alguns para o desespero do cadafalso do desemprego e /ou do trabalho precário.

No meu pensamento corre o alivio (não) culpado de ser daqueles que ainda preservam estabilidade profissional e ordenado a "tempo e horas" no banquete (mal servido) das contas por pagar no diluir do mês.

Arrepiamos caminho para um qualquer tasco de ocasião. Vinho a copo e cerveja (mais cerveja...) fervilhante a destilar do barril sujo e enferrujado, com direito a mais laivos de conversa inacabada, antecedendo já o próximo meeting point.

Penso (como sempre) que o amanhã irá ser melhor. Optimista, mas com aquele medo miúdo que nos prende ao mundo real. 

A vida segue dentro de momentos: Par a Par com a esperança. Afinal o amanhã (vai ser melhor) já está a nascer na minha mente.

segunda-feira, outubro 24, 2011

Chuva

A chuva cai lá fora de forma ávida anunciando a chegada de laivos de Outono e o final dum Verão há muito fora de horas. 

Na Libia ensaguentada Kadafi morreu a morte (natural) dum ditador, perante a hipocrisia das organizações humanitárias que se indignam pela (mais que provável) execução sumária do "cão raivoso" (R.Reagan dixit) que provocou durante 4 décadas morte, fome e terror.

Rio-me com "essa" moral falsa de algumas forças do ocidente. É crime executar um ditador. Que dizer dos milhões que todos os dias "morrem" perante esta crise louca e galopante que nos atinge a (quase) todos, como uma faca afiada a desvirginar manteiga?

As gotas da chuva molham-me suavemente o rosto enquanto pulo furtivamente para a varanda para um último cigarro. Pés descalços, t-shirt fora d'época e a sensação que o mundo anda mesmo ao contrário. Tal como as estações do tempo.

sexta-feira, outubro 07, 2011

Linhas Soltas

Descalço-me na varanda e derramo o corpo sobre o chão frio, ondulando as mãos para a subjectividade das teclas do portátil e pensando nas palavras que irão espontaneamente surgir.

Li em algum sitio, que a escrita é um acto (quase)  cientifico em que o autor escreve quando está preparado para tal, qual movimento espartano disciplinado. Não concordo. Para mim a escrita - para quem gosta de escrever - não é mais que o demonstrar dos padrões da alma que sofre, sangra, ri, se alegra ou entristece. 

Já escrevi peças jornalísticas "secas" e desprovidas de sal com a maior concentração. Por outro lado, os meus melhores textos - os subjectivos e críticos - surgiram após um bom copo de vinho, após uma noite de paixão ou na reconstrução de períodos onde as nuvens e as gotas de chuva cinzenta imperavam.

Escrever: Derramar linhas. Uma maldição. Um Tesão doce de prazer.  Talvez - por vezes - um tormento viciante como longas e pausadas  passas num cigarro lânguido após uma noite de carne de alma  d'amor. Como muita coisa na vida: Simplesmente Talvez...

quarta-feira, julho 20, 2011

"Diz que se Diz"

Os últimos tempos tem sido férteis na cultura terrena do "Diz que se Diz". Tenho constatado na pele e no osso o que o meu professor de estilística e retórica na faculdade (alo Ricardo Jorge Pinto!) dizia: Toda a informação é deturpada desde o canal emissor primário até ao destinatário final (algo do género).

A cultura da mediocridade do dia a dia em que a lógica do "comer antes de ser comido" prevalece, remete para o campo onde alguns se vendem por um prato de lentilhas pobres; prestando vassalagem a pretensos poderosos e dando fama à cultura do boato, delação oca e inverdades pessoais.

Tenho sentido um pouco de tudo "isso" na pele. Nada de novo no meio em que me movimento. Nada de novo na desilusão (ilusão) com algumas pessoas que nos relacionamos. Nada de novo na minha lógica de calma e tranquilidade em que me prefiro fingir de "parvo" e "correr por fora".

Afinal a verdade é como o azeite (vem sempre à tona) e a confiança que deposito em mim mesmo e na ética que procuro transmitir  na minha vida pessoal e profissional, inevitavelmente, virá ao de cima.

Apenas um desabafo...com toda a minha confiança de sempre...

terça-feira, junho 28, 2011

No Silêncio...

Aproveito a temperatura amena para, no silêncio da minha varanda, "rasgar" a noite e colocar alguns pormenores técnicos das minhas avenças comunicacionais em dia.

Um copo de vinho da bairrada meio cheio meio vazio baila à minha frente. Acendo um cigarro calmo e sereno, contemplando ao longe dois vultos dum casal enamorado a trocar beijos furtivos. Depois, no agora do momento, sigo - sinto - o ritmo dos meus dedos a ganharem vida nas teclas do portátil.

Estico as pernas e faço uma pausa de 5 minutos. Rendo-me ao cansaço e deito-me na pedra fria da varanda contemplando o negro profundo da noite densa. No silêncio penso nos meus "companheiros de armas": Todos aqueles que habitam no meu coração de afetos.

Maravilhosa, Assustadora e Imprevisível esta aventura da vida. Poderia "tudo" ser mais fácil? Podia...mas não seria a mesma coisa...

terça-feira, abril 19, 2011

(Pré) Páscoa

Dizem que a Páscoa é a altura maior no que concerne ao conceito católico da contemplação e meditação profunda do "eu" individual.

Sendo um católico não convencional, tento me concentrar apenas em todos aqueles que estão no meu "jogo de vida"; com pensamentos de energia positiva (positivista). Recordo-me de todos aqueles que desapareceram de forma pacifica ou trágica, repentina ou esperada. Simplesmente me recordo...

Na véspera de curtas mini férias rumo ao meu Algarve de nascimento, alinho alguns trabalhos de última hora, sem no entanto me conseguir concentrar a 100%.

Talvez "cheiros de Páscoa"...Nostalgia pura e dura de todos aqueles que já partiram para a "outra margem"...Uma saudade imensa das minhas avós Irene e Polidória...


Nota(s) : A minha avó (de criação) Polidória foi uma grande senhora que me ensinou o valor absoluto do amor universal. Amou-me a mim como a um neto de sangue. A Irene (avó de sangue) no seu resumo de mulher imperfeita deu-me de forma vigorosa e absoluta seu amor e a fé inabalável com a qual tenho na minha vida movido algumas montanhas.

A elas (meus anjos da guarda...gosto de as imaginar assim) todo o meu OBRIGADO por me terem dado a base para sobreviver neste mundo cão de luta sem quartel.

domingo, novembro 28, 2010

O Desabafo

O "meu" Benfica ganhou 3-0 ao Beira Mar. No entanto este ano, a tusa monumental servida faustosamente na época transacta, transformou-se na resignação realista que "la liga" (versão pobrezinha e tuga)  está (merecidamente) destinada aos Dragões do Papa Pinto da Costa e seu Bispo juvenil Vilas Boas.

Fica aqui o meu (ácido) desabafo...

segunda-feira, novembro 01, 2010

Pré-Birthday

Dia de chegada ao Porto do meu clã patriarcal para comigo passarem mais um aniversário que se avizinha próximo. Ano de galgar a barreira dos nascidos em 74, para os 36 anos de um escorpião em crescimento constante.

Este ano prometo fugir aos balanços melodramáticos que nos assolam a (quase) todos quando "comemos" mais um ano no Bilhete de Identidade genético. Mais um ano de lutas, de ganhos e de perdas. Mais um ano de reformatações e de evoluções várias.

Sinto-me feliz por poder continuar a contar com um núcleo especial de pessoas na minha vida. Aqueles que por nós lutam e por nós se importam, mesmo quando a vida nos prega partidas inesperadas e rasteiras. Afinal a qualidade ética e moral que possuímos (nossa "categoria" como pessoas) não se mede quando estamos em "alta" e toda a gente nos endeusa.

"Vê-se" e sente-se, quando nas alturas de quebra temos mãos d'alma para nos segurarem e nos ajudarem, de forma quase invisível, a apregoarmos o nosso grito de guerra e gemermos alto ao mundo que estamos na batalha da evolução constante enquanto seres pensantes, e não renegamos os desafios que se avizinham no amanhã que nasce rápido e com dores de parto sempre imprevisíveis.

segunda-feira, outubro 11, 2010

Por Aqui...

Por aqui tudo bem. A vida corre rápida e escorre na velocidade sob a qual (nem) sentimos passar o relógio temporal implacável. Linhas camufladas e justificativas para 2 semanas em que os posts são actualizados somente "à semana" aproveitando as pausas (poucas) que os projectos (muitos...) dão.

O resto do tempo passado na correria de jantares e cafés no mel da afectividade universal; entre telefonemas longos para pontos de carinho vários; bem como aproveitando algumas horas para a vingança do corpo resequido por "coças" sistemáticas da roda que gira a vida nos seus variados sentidos.

Confesso-vos: Curando uma gripe fornicadamente chata, meti "baixa" neste Domingo para a sorna de sofá e café morno com amigos apenas quando a noite caiu. No escuro revejo os pormenores de mais uma nova assessoria; bem como envio para Paris (arredores) um e-mail de resposta a um casal fantástico que continua a morar no meu coração de amizade.

segunda-feira, setembro 06, 2010

Lágrimas d'Chuva



Primeiros ameaços de chuva a sério pela Invicta. Nostalgia no ar pesado e  nas nuvens passageiras que dançam no céu de final de tarde numa esplanada na baixa. Alguma nostalgia se apega aos despegamentos da memória sensitiva.


Viajo ao som do silêncio único que percorre a minha mente. Recalibro o rumo e por momentos  esqueço-me,  ausento-me. Parto-me em dois para voltar a ser um ser por inteiro num final de tarde em que o verão parece querer partir com o colorido garrido e positivo, dando o triunfo ao cinzento do preto general inverno.

No Chile 33 mineiros - heróis - lutam pela vida abaixo do limite do sonho: No limiar da profundidade do pesadelo cavernoso. Acho - penso - que na Somália deve ter morrido um milhar de crianças colectivas, no meio da fome sem sabor e dos exércitos das fileiras feudais de um qualquer senhor da guerra.

Em Portugal - gravito - milhares choram de barriga cheia; milhões de caneca vazia e estomâgo aziago. Na minha esplanada de final de dia, isolo-me no meu mundo paralelo, sem perder a noção do (i)real da estrada da vida. Penso, sonho, fujo e arrepio caminhos positivos das (nas) memórias de todos nós.

Acordo...pego na minha positividade habitual e, entre as dores de parto, rasgo o horizonte avistando o amanhã como âncora de partida para mais uma batalha a travar. Ganhando ou perdendo, a "tusa" está no combate árduo...

quarta-feira, agosto 25, 2010

De Volta

Após 17 dias ao sol plantado, regresso à Invicta ainda sob o signo de um tempo seco e quente. Os primeiros acordes laborais já a soarem: Organização de agenda, aparas finais no curso de formação pedagógica inicial para formadores no I.A.C

Hoje sem tempo para muito mais do que uma "Olá" a todos vós, e a promessa de que a partir de agora, artigos, videos e afins vão começar a fluir ao ritmo habitual. A vida segue com boa energia rumo a novos e aliciantes desafios que espero agarrar com a raça que possuo na minha amálgama imperfeita de ser humano que tenta melhorar um pouco ao ritmo dos dias que passam rápidos...demasiadamente rápidos...

quinta-feira, agosto 05, 2010

Almost

Dois dias de intervalo rápido e decrescente, antecedendo a a partida no sábado de amanhã para o Algarve, local (eternamente) eleito de férias ideais. Alguns pormenores de última hora de natureza laboral visando já alguns aliciantes projectos para final de Agosto; marcam a práxis da minha actualidade.

Os telefonemas do costume "da malta", bem como o nervoso miudinho da minha mãe, insistindo em confirmar, até ao tutano do coração de amor, a hora prevista de partida e potencial chegada. Como em tudo na vida, o eterno jogo das viagens entre 2 pontos de referência.

terça-feira, agosto 03, 2010

Até Já

Noite de jantar não planeado, e decidido no instinto do selo que une as amizades da vida rápida mas intensa. Vinho da Ângela, rissóis e salgados vários da Fátima (com a ajuda do Mário); e uma salada mista "à minha maneira" com alface verdejante e viva, soja saudável e cogumelos bem apetecíveis.

A conversa derramou-se do frasco contido, e deu azo às despedidas do "até já habitual" com que brindo a minha tribo antes da partida para 20 dias de férias em pleno reino algarvio. Lá, no Algarve, reencontro a minha clã familiar de base bem como a "outra" tribo de amizades de anos e anos de venturas e desaventuras.

Confesso...estou naquela fase em que o corpo (ainda) obedece mas a "moina mental" começa a pedir um descanso, para reciclagem de pilhas de paciência/resistência. Encaro esta pausa - sempre - como o regresso a mim mesmo, no qual recordo vezes sem conta "quem eu sou", "de onde vim" e as razões pelas quais luto e acredito sempre numa vida melhor, mesmo no meio das máscaras e não pessoas que, muitas vezes, temos que enfrentar no nosso dia a dia...

domingo, julho 25, 2010

Canção do Engate

Dia de calor aproveitado para uma caipirinha à beira mar, seguida de areia nos pés e leitura, molengona e saborosa, destilada até ao final da tarde solarenga. Verão quente com os primeiros incêndios (deliberados ou não...) a surgirem nos media à beira mar plantados, onde o mundo parece parar e a minha mente encontra paz interior.

O meu olhar desvia-se (nada) subtilmente do livro de ocasião (fugaz)para se fixar de forma compenetrada num casal de idosos também colocados no areal tórrido e quente. Ela, com cabelo ainda grisalho e com uns olhos azuis magnéticos; incrustados simetricamente numa tez morena e com traços da beleza de outrora. Ele, com ar malandro e descarado, bigode branco e farto; sinais de vida bem vivida e com maneirismos de uma viuvez de longa data, já aceite na tranquilidade das pedras que povoam o caminho da vida.

Não contenho o riso (in)discreto pela troca de palavras amenas no ocaso das idades; em que o "macho" faz  a corte à "femea". Ela timidamente recua satisfeita pela insistência determinada do "bigodes". Ele solta um riso sedutor e recomeça a "canção do engate". Bom chegar ao limiar do sol e da lua e ainda pensar na arte complexa da conquista. Arrumo a tolha e o livro, e discretamente deixo os love birds sozinhos no areal denso e  já quase deserto.

domingo, julho 18, 2010

Escritas (no sofá)

Derramo um moscatel sublime deitado no sofá aberto de palavras soltas. Estendido, adquiro a posição certa para o clique mental, que permite o disparo de pólvora molhada; mola impulsionadora para mais palavras e ideias sem rumo definido.

O acto de escrita, para mim, representa um processo criativo de rebeldia. Forma de corporizar num contexto fisico o que penso do mundo, das pessoas e das vivências inerentes. Não gosto de compartimentos estanque nem das denominadas regras formais da escrita cinzenta e pré-formatada de estética e conteúdo.

Vomito palavras e sua pontuação com a a cadência que a minha mente ordena e assume os desejos de, através do verbo, partilhar a minha posição no mundo. Faço uma pausa para acender um cigarro, enroscando-me no sofá como um bebé no colo materno. 

Afinal solto apenas a criança sincera que existe em todos nós...sem barreiras nem dogmas...verto nas teclas e observo fugazmente o copo meio vazio, meio cheio. Lá fora o sol brilha e o mundo gira...tal como a vida...

terça-feira, julho 06, 2010

Calor

Mais um dia de calor crescente, em que o factor motivação de mais um dia de trabalho tem de se aliar à escolha adequada de roupa soft para enfrentar mais um dia hard

A vantagem de trabalhar na área da comunicação (das poucas vantagens diga-se...) é que, salvo algum formalismo necessário, a lógica da descontracção impera e salva-nos das roupagens metódicas do normal mundo do trabalho. Afinal ainda se exclama a célebre frase "deixa estar...é jornalista!!!".

domingo, julho 04, 2010

Ser (ou) Não Ser

Quando se juntam pessoas com cumplicidades de amizade sólida e formas de encarar a  vida  similares (no conteúdo e não na forma...); somente existe uma via para consolidar o "pacto" e fazer gravitar a conversa até horas desejáveis e  proibitivas: Um jantar bem regado. 

Para os lados de Gondomar, a especialidade da cozinheira de serviço foi um arroz de marisco divinal, intercalado por grelhados simples. Afinal um misto de marisco e de carne de forma a agradar a "Gregos e Troianos". Vinho branco exemplar (alentejano...sempre...), e um bolo de bolacha caseiro aromatizado por um toque sensual de canela mágica, completou o cenário.

Destilação com Whisky, e regresso ao vinho em plena varanda de emoções. Conversas soltas acerca do "Ser ou Não Ser". Corporizações da alma de cada um, partilhadas no colectivo de uma noite quente, lembrando que o verão timido por vezes se solta e dá ar de sua graça.

Final de noite pela madrugada, com conclusões em aberto. As pessoas que "São ou Não São" dominou a conversa, permitindo chegar a conclusão nenhuma. Afinal entre amigos o que conta menos são as conclusões filosóficas e as tretas da teoria que reduzem, na cabeça de muitos, tudo a uma questão de "régua e esquadro" planeado ao tutano.

A vida é risco não planeado (às vezes potencialmente calculado) e ter os cujones para acreditar, respirar fundo e ganhar ânimo antes de mais um grande mergulho, é a fórmula (não) garantida que pode fazer os frutos crescerem nas árvores mentais de cada um de nós.

quinta-feira, maio 27, 2010

Positivismo

Escrevo muitas vezes linhas sem destino certo, acerca de tudo o que me rodeia. Nesta fase de batalhas duras para muitos de nós, o negativismo por vezes se instala de forma inevitável, mesmo na escrita do maior dos crentes.

Retenho as palavras de 2 homens do soccer - Saviola e Manuel José - abordando, que após suas visitas a Haiti e Timor (Saviola) e "tour" em 21 países africanos (Manuel José), aprenderam a não se queixar muito quando a vida não corre tão bem como desejamos. 

Guardo a mesma experiência após ter visitado há cerca de um mês a unidade do IPO Porto de pediatria infantil: Se já sou um positivista convicto por natureza, o sofrimento e dor que presenciei, envoltos na coragem de técnicos, familiares e crianças, remete-me para o pensamento instintivo que as teias dos nossos medos são inevitavelmente a antecâmara dos nossos potenciais fracassos.