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sexta-feira, junho 22, 2018

As Variáveis da Fé

Tenho uma relação distante  com o conceito pré definido de fé universal que atravessa gerações e o mundo pré formatado que nos atinge diariamente.

A(s) variáveis da fé, desígnios insondáveis e pessoais de cada um de nós, resvalam para os campos diversos que de forma intangível nos fazem, nas alturas de desespero e frustração exacerbada, seguir em frente entre as tempestades com que a vida nos bombardeia.

Nunca fui de rituais formatados e mitos messiânicos absolutistas, naveguei sempre no cheiro das velas de uma igreja vazia, na visita silenciosa ás campas dos meus ente queridos - entre pensamentos profundos e recordações alegres e positivas - Afundei-me no dilema da existência de uma força cósmica superior que nos movimenta e chicoteia de forma impiedosa para seguirmos firmes entre escombros e destroços da densidade do sofrimento diário que nos aflige.

Habituei-me á oração silenciosa de pensar em pensamentos firmes nos que amo e tocaram a minha vida e já não se encontram neste lado da caminhada.

Sou homem de pouca fé católica, nada anglicano, pouco romano, nada apostólico, absolutamente fora do corão cristão convencional e do absolutismo arabesco dos factores punitivos que nos castigam a cada má acção secundada na imperfeição da vida, nada ortodoxo, nada absoluto.

Por vezes questionamos tudo o que nos rodeia e circunda, tudo o que se nos opõe, tudo o que dogmaticamente nos dita regras e submissões a uma ordem pré determinada que não é a nossa.

Um "foda-se" espiritual e um espirro com efeitos das asas de uma borboleta a mover o mundo, são destilados nas variáveis de cada um de nós. A fé da afirmação plena de que o que nos move e nos faz continuar em frente não é mais e tão somente que a teia colectiva que nos une em pontos visíveis e tangíveis...em suma as variáveis (diferenças) da nossa fé individual (seus dilemas) são o que nos unem a todos na hora da procura incessante do outro lado (potencial) da caminhada invisível em que apenas "cheiramos" o odor do que ansiamos existir.



quarta-feira, abril 20, 2016

Terrorismo: A Psique (real) do Milénio (ou como tentar falar do atentado na Bélgica a "frio")

Não conheço, na minha caixa de memória recorrente, um Belga que possa designar como alguém que marque a existência universalizada da história do mundo global.

Lembro me do grande Preud´homme que defendeu a baliza do Benfica, e duma música festivaleira (made in eurovisão) cantada por uma Kim "qualquer coisa" (lembrei-me que talvez a Kim seja suíça ...o segundo povo mais aborrecido do mundo...) com o refrão irritante "Je aime la vie".

No entanto, como cidadão do mundo, fiquei enojado com o facto do terrorismo islâmico ter atacado o povo mais pacato e aborrecido do mundo: Os Belgas. Sim...je suis Belga aussi...nas tardes de preguiça no café, nos dias em que escorro ao sol numa qualquer esplanada; nas noites em que sou aborrecido e melancólico ou nos períodos em que me apetece apenas e tão somente ser um Belga anónimo no mundo sem que ninguém repare na minha existência.

Em Bruxelas o mundo de todos nós morreu mais um pouco; salpicado pelo sangue martirizado de gente anónima, de pessoas iguais a nós nos dilemas do dia a dia. Não poderemos evocar para estilização literária e alivio de consciência que o vermelho derramado sangrou da alma da pátria Proust ou Piaff; que a tragédia amarga emergiu no pais de Luther King ou de Jonh Lennon, de Picasso ou Dali e afins.

Dai, e mais a "frio" este texto, desejando que os terroristas fanatizados encontrem no outro lado do limbo existencial 40 virgens desdentadas, católicas devotas e militantes para, até a eternidade flamejante, vivenciarem o verdadeiro pesadelo de fé militante e pudor de febre católica absolutista. 

Hoje e sempre serei um Belga e recordarei o dia em que o pais mais aborrecido ao mundo deu 32 razões para que o mundo universal os reintroduza na história mundializada de todos nós...

terça-feira, outubro 02, 2012

Os Últimos Troikanos

Caro Pedro

Até hoje ainda não interiorizei a tua carta facebokiana em que te despes do papel esventrado de primeiro ministro da desgraça colectiva de todos nós e te assumes como pai e amigo (da nação?!) para sobreviveres politicamente e te justificares perante o pecado capital cometido na forma tentada...talvez somente adiada nas ruas em que a direita e esquerda sem "sexo partidário fanatizado" falou.

Sou do tempo em que alguns  políticos tinham cara única  com  nome em réplica duplicada e férrea (Mário Soares, Álvaro Cunhal, Sá Carneiro...etc...).

Sou do tempo em que chamávamos ao Cunhal "Mula Branca" e ao Soares "Bochechas"; mitificando de forma irónica as nossas criticas ao estado em que este pais sempre viveu (tal como o teatro...): Eternamente em crise errática.

Não gosto de te tratar por Pedro, não gosto da intimidade do conceito inerente...Não gosto do Cavaco (sem Silva); vejo agora que o Sócrates também nunca foi José...gosto dos políticos imperfeitos "à antiga": Dois Nomes e Uma Direcção (boa ou má mas firme mesmo no descarrilar do comboio).

Sabemos todos que não é somente por ti e pelo Portas (outro dos políticos somente com um nome...) que estamos no lamaçal fétido da crise globalizante que começa de fora para dentro. Intuímos apenas que continuaste com a destruição incendiada pelos cabeças de fósforo anteriores: Santana, Durão e Sócrates. Agravada pelo cancro visceral do mundo a auto mutilar se na crise profunda e afundada.

Mas caro e estimado amigo (estou a ser irónico confesso...) Pedro  não achas que é tempo de procurares outro rumo e caminho?! Não será altura devida para dispensares o Relvas, deixares cair o Álvaro  e fazer ver ao Gaspar que o seu mundo próprio (muito próprio...) não tem enquadramento na práxis mundana Tuga?

Não sou daqueles que te quer ver cair (já ao Portas não me importava nada...); foste eleito pelo povo e a democracia que meus pais ajudaram a criar e me ensinaram a amar deve prevalecer; mesmo que não sejas da minha cor partidária, do meu clube de  futebol e não tenhas os mesmos gostos musicais ou uses o mesmo perfume rasca do que eu; ainda te respeito um pouco porque foste eleito pelo voto directo de milhões de "Marias Joaquinas" e "Zés Maneis" (tudo gente digna com 2 nomes...).

Arriscas-te apenas caro Pedro, a ver a Europa da Rua Colectiva rebelar-se e seres tão somente um "bom aluno" sozinho e abandonado (até pelos teus). Afinal tu e o Portas, uma versão Moicana dos últimos troikanos...

Do teu compatriota que te deseja  a melhores felicidades, mas que acredita tanto em ti e no teu governo como no José (Seguro?!)...

Paulo Correia




quarta-feira, agosto 31, 2011

"Chuta-Chuta"

Recordo a alcunha que o jogador Bruno César do Benfica possui ("Chuta-Chuta") e não posso deixar de sorrir. O talentoso médio brasileiro (autor dum super golo contra o nacional da madeira) granjeou o apelido designado pela "fome" de tentar inúmeras vezes o golo; sendo amiúde acusado de egoísmo e excesso de...tentativas.

Faço a analogia com a vida real: Chutamos muito e erramos ainda mais: Bolas à trave e ao lado são "pão nosso de cada dia"; no entanto o que seria do sal da vida senão a pimenta voraz da arte de acreditar que o destino se constrói pela teimosia de tentarmos sempre e sempre...mesmo que muitas vezes a bola saia ao lado ou beije suavemente a trave...

quinta-feira, junho 03, 2010

Alegria (de viver)

Por vezes causa-me (ainda) a mais profunda das fornicadelas mentais (não quis escrever "foda" mental...) a lista de coitadinhos que auto - povoam o universo terreno das banalidades do dia a dia de todos nós: Formigas da teia global da vida.

Após este parágrafo introdutório de treta filosófica e nada inovadora (o cansaço dá "nisto") penso (agora seriamente) nas desculpas esfarrapadas que todos nós, num dado momento temporal da nossa vida, damos para não viver e perseguir a diáspora do extremo do sofrimento mental que nos leva momentaneamente às mais dementes paranóias sob a capa aparentemente de fundo da injustiça que a mãe da (puta) vida deitou sobre nós.

"Tudo e Todos" são desculpas para os nossos fracassos diários. Para a discussão mais acessa com o patrão (logicamente na nossa mente um cabrão que nos quer f...); com a brasuca que nos serviu café mal tirado (logicamente a porra da brasuca devia estar era ao "ataque"), com a lentidão da menina da caixa no Pingo Doce (logicamente só está aqui para atrasar a vida a toda a gente).

São apenas pontinhas do iceberg mental que corporizamos em tudo e todos que nos rodeiam. Por vezes andamos diariamente com uma espingarda na porra da mão para atirarmos mais um tiro certeiro da nossa frustração mundana. Esquecemos apenas, que talvez um pouco mais alegria simples de viver, seria mais importante que todas as barreiras mentais que construimos nas nossas torres de marfim.

Por mim humano imperfeito ao cubo, uma alegria após um dia de trabalho duro mas leal, e de uma noite de copos com amigos, poder, descalço de juizos e pré-conceitos dogmáticos, partilhar com vós estas linhas escritas no silêncio paradisiaco de minha varanda, com um cigarro na mão fumegante e um martini red adornado no branco de uma lua (semi) cheia...

quarta-feira, maio 06, 2009

Cartazes

Após uma noche longa de trabalho produtivo mas desgastante, arrepio caminho rumo ao café da praxe. Ruas vazias e despidas por obra e graça do cortejo académico da Queima das Fitas da Invicta. Reparo nos cartazes de campanha de Manuela Ferreira Leite. Nada contra a senhora respeitável..mas ninguém merece se assustar de forma dantesca após um longo periodo de trabalho...

sexta-feira, abril 24, 2009

Broches & Chupadelas

Desculpem os mais sensíveis o titulo deste curto post. Mas não me ocorre nada mejor para a high definition que constitui a amálgama do jogo politico portuga. Sujo…muito sujo…

terça-feira, abril 21, 2009

Culhões de Burro

Na minha terra é terminologia recorrente mencionar a expressão em epígrafe no titulo do post. As razões podem ser várias e diversas. Mas na génese significa a teimosia obstinada, nem com sentido positivo, nem com carga negativa. Pura e simplesmente é uma frase que os portugas se habituaram subliminarmente a repetirem no passado ano. Cada um que tire as suas doutas conclusões…

segunda-feira, abril 20, 2009

Crónica Tendenciosa

Como muitos de vocês sabem, acompanhei (leia-se roí as unhas…) o desejo colectivo/global da chegada de Barak Obama à White House. Quase 100 dias volvidos, a esperança mantém-se bem acesa. No mar das dificuldades, acho que temos navegador com dotes de capitão, e técnicas por lapidar de piloto. Obama não se esgota no capital de simpatia acumulado e no estado de graça sempre anunciado quando a Casa Branca tem novo amo e senhor. Acho que , na génese da questão, somos todos Obama. Representação (bem) colorida de como o cabo das tormentas pode inverter caminho, e voltar (ainda que lentamente) a uma quimera táctil de “terra prometida”. A força do novo Uncle Sam presidencial, é o facto de finalmente podermos olhar para um dos raros casos da politica em que acreditamos na verdade e sinceridade frontal das palavras vertidas. Certamente iremos enfrentar períodos em que o “nosso” Barak omitirá. Mas que porra…errar é humano. E todos nós podemos perdoar alguns deslizes a Obama, não acham?!

quarta-feira, abril 15, 2009