A recente inauguração do ansiado túnel do Marão, projecto com sete anos no papel, foi lançado com pompa e circunstância (in)devida pelo primeiro ministro António Costa.
Obra que permite agilizar viagens, fluir pessoas e encurtar espaços temporais (e não só...) entre o Portugal profundo interior e o polo aglutinador do Norte português (Porto dixit). No entanto ("tudo" tem um "entanto" ou um "mas") o convite (aceite) de Costa a Sócrates para a presença no jogo mediático da inauguração de qualquer obra política, remete-me para a mais elevada falta de bom senso.
Sendo um critico subjectivista atento, causa-me o mais profundo asco, em primeira instância, a presença de José Sócrates (como todos os soundbytes inerentes aos processos judiciais que decorrem) na cerimónia de lançamento da obra que encurtará distâncias físicas e psicológicas entre os confrades (boa gentes) do interior; muitos trabalhando no Norte litoral por contra doutrem ou por sua "cuenta" e risco (preciso cujones hoje em dia para arriscar...e ganhar)
A falta de bom senso, foi reforçada de forma feroz e ruidosa pelo silêncio a que Sócrates se remeteu e para a lógica sebastiânica (versão moderna) do desaparecido-aparecido-escondido. Costa como bom seguidor da cartilha da biblia dos políticos tugas - bons pagadores de favores - entrou nessa lógica hipócrita e despudorada.
Fica a minha critica, protesto e reparo...da esquerda à direita; passando pelo "centrão" profundo e estático, está mais que a vista alcança, nos acordos de ocasião e negociatas. Afinal temos apenas que olhar para além do Marão...