Não ressisti a "plagiar" e a partilhar convosco as palavras (sábias e directas) de Pacman no Jornal Correio da Manhã de hoje :
Jogos da Vergonha
"A impunidade com que a China se vai safando na realização dos Jogos Olímpicos vai assumindo, à medida que os mesmos se aproximam, contornos que raiam o ridículo: hoje leio no jornal ‘Público’ as seguintes palavras: 'A China vai censurar a internet utilizada pelos media estrangeiros durante os Jogos Olímpicos de Pequim, indicou hoje um responsável do comité de organização, recuando numa promessa de garantir liberdade total aos media durante o evento.'
Segue uma declaração de um dos representantes do evento: 'Durante os Jogos Olímpicos, vamos fornecer um acesso à internet suficiente para os jornalistas', indicou Sun Weide, porta-voz do comité de organização.' É curioso, ainda ontem pensava no que faria eu se estivesse ligado, de alguma forma, aos Jogos da Vergonha. Enquanto desportista, por exemplo. Português, especificamente. Sendo eu um representante de um País que pouco ou nada dá aos praticantes de qualquer modalidade desportiva que não o futebol, dar-me ia ao luxo de abdicar da oportunidade de trazer uma medalha para casa, mesmo que essa mesma casa se esteja a marimbar para mim durante o resto do ano? Não me parece.
Depois lembrei-me de Tommie Smith e John Carlos, atletas dos Estados Unidos que ganharam a medalha de ouro e bronze na corrida de 200 metros, respectivamente, em 1968: com um simples gesto chamaram a atenção de todo o Mundo para o que se passava na sua terra, no auge do Movimento dos Direitos Civis. No pódio, baixaram a cabeça e ergueram os punhos, no momento em que ‘Star Spangled Banner’, o hino nacional, começou a tocar. Para quem não sabe, este gesto alude directamente ao movimento que ficou para a história como 'Black Power'. Sem dizer uma palavra, Smith e Carlos (que belo nome, este!), conseguiram envergonhar uma nação. Em 2008, bonito, bonito era um atleta chinês receber uma medalha com uma faixa a tapar a boca."
Pac. Músico
Segue uma declaração de um dos representantes do evento: 'Durante os Jogos Olímpicos, vamos fornecer um acesso à internet suficiente para os jornalistas', indicou Sun Weide, porta-voz do comité de organização.' É curioso, ainda ontem pensava no que faria eu se estivesse ligado, de alguma forma, aos Jogos da Vergonha. Enquanto desportista, por exemplo. Português, especificamente. Sendo eu um representante de um País que pouco ou nada dá aos praticantes de qualquer modalidade desportiva que não o futebol, dar-me ia ao luxo de abdicar da oportunidade de trazer uma medalha para casa, mesmo que essa mesma casa se esteja a marimbar para mim durante o resto do ano? Não me parece.
Depois lembrei-me de Tommie Smith e John Carlos, atletas dos Estados Unidos que ganharam a medalha de ouro e bronze na corrida de 200 metros, respectivamente, em 1968: com um simples gesto chamaram a atenção de todo o Mundo para o que se passava na sua terra, no auge do Movimento dos Direitos Civis. No pódio, baixaram a cabeça e ergueram os punhos, no momento em que ‘Star Spangled Banner’, o hino nacional, começou a tocar. Para quem não sabe, este gesto alude directamente ao movimento que ficou para a história como 'Black Power'. Sem dizer uma palavra, Smith e Carlos (que belo nome, este!), conseguiram envergonhar uma nação. Em 2008, bonito, bonito era um atleta chinês receber uma medalha com uma faixa a tapar a boca."
Pac. Músico
