As crises em Portugal (tal como no mundo) são um pouco como o teatro: O mito da eterna crise retornada.
Posto esta "posta" inicial, relembro na minha memória a crise do inicio da década de 80, em que eu, um puto de meia dúzia de anos, tomei a consciência (inconsciente) da sigla maldita do FMI. Recordo a calma habitual de minha mãe e o stress decidido em efervescência pura, bem típica de meu pai.
Passados esses anos de crise, mais "vulcões" surgiram. As crises habituais do pais, as globais que nos afectaram (afectam) sempre; bem como as mutações do meu clã duro familiar, ele próprio (eu próprio) afectado pelas alterações económicas inerentes de mudanças de empregos e afins.
Esta crise (alerto para que este texto tem a maior percentagem de uso do termo "crise" por linha produzida...) não me mete o medo glaciar que paralisa muitos. Esta crise não me deixa passar noites sem sono ou me faz repensar "tudo e todos".
Esta crise preocupa-me e faz-me ter mecanismos de defesa iguais a milhões de portugueses conscientes; mas nunca me retirará a capacidade de sonhar com um futuro melhor e lutar por ele. Afinal para mim a palavra maldita "crise" é termo corriqueiro do dia a dia de quem percorre a vida, com todos os tropeções inerentes que o percurso dita.