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quarta-feira, junho 15, 2022

1 de Maio (fora do dia)





|A minha Mãe é a melhor Matriarca do mundo ( ponto final absolutista sem direito a contestação).|
Falar da Virginia Correia é escrever sobre Amor absoluto, incondicional e com o "despegamento" que a emoção pura e volatizada permite.
Mulher de muitos silêncios que dizem mais que as palavras, a Virgínia , Gina Dona Virgínia, foi, é e será sempre o meu ponto de partida e de chegada.
Ávida nas leituras da vida, desejosa de saber e conhecer esta guerreira de luz sincera sempre me estimulou a assumir caminhos, a tomar opções ( por mais dolorosas que possam ser por vezes) e a assumir trilhos sem atalhos duvidosos.
Neste dia primeiro do Maio que antecede o sol de verão, a minha Mãe trabalhadora, a lutadora, a esposa, a filha, a irmã e amiga de todos, brilha pela grande Mulher que me inspira diariamente a ir mais longe.
Na sua humildade tranquila não se apercebe muitas vezes que ela é a cola que faz pontes e estimula a união entre todos.
A Mulher que apanhava panfletos contra o regime derramados no chão sem saber que já estava a resistir á tirania, ou que em conjunto com as colegas incitava á greve momentânea por uma colega se sentir exausta na sua gravidez ao trabalhar na linha de montagem de uma fábrica de cortiça pré 25 de Abril, sempre foi uma pessoa de valores, ética e verdade.
Para ela hoje todo o meu sentimento de agradecimento pelo absoluto desapego de um Amor maior que me permitiu voar sem limites e tentar agarrar o meu lugar do mundo.
Ela por vezes "esquece se" mas o que há de melhor em mim foi (é) doado pela sua luz forte que nas horas mais sombrias me permite continuar pois afinal no somatório dos meus medos e defeitos a catarse do renascimento vem da minha Mãe para mim.
Amo te sempre e para sempre minha querida Mãe!!!
Do teu
Paulinho

Music

 



The Music...Always the Music...


quarta-feira, junho 09, 2021

Posing Act

 




|Mini break at lunch time (com a surpresa bem positiva de rever um velho amigo)|
Seguimos juntos e com esperança neste tempo sem tempo lutando por dias melhores que já estão aí ao virar da esquina.

sexta-feira, maio 01, 2020

Diário de um Quarentão (em "quarentena") Parte III



A varanda novamente como companheira num dia que amanheceu tardio com nevoeiro britânico e chuva fugidia mas cíclica no seu eterno regresso. Portátil no colo anichado, os pés do costume (despidos) com a alma cheia de pensamentos (o isolamento momentâneo da pandemia faz nos pensar "mais  e mais vezes").

Divido hoje a escrita  em pequenas gotas soltas que gravitam entre o Abril que marca a  minha (nossa) história, o Maio da libertação (será?)  e as anotações de um futuro que terá raios de sol no meio do nevoeiro cinzento e da chuva restritiva (no final prevaleceremos adianto já...)



1.

"O Maio do nosso (des)contentamento"


Dia de todos os que labutam e lutam nesta vida por vezes repleta de barreiras...dia do trabalhador mas também do combate às assimetrias das crianças ( os trabalhadores do amanhã...muitas infelizmente já trabalhadores do hoje...) . 



Data de todos aqueles que ainda recebem o chicote da injustiça global, que em tempos de pandemia a histeria e a prepotência não ganhem...ganharmos todo unidos na fé de uma nova versão humanista em que o "nós" se sobreponha ao "eu" hedonista (egoísta).



Maio marcará o (re)inicio dos nossos pequenos passos para uma (a)normalidade que tenderá a ser diferente e com muitas dúvidas e incertezas.


Os medos que antecedem a antecâmara de novos tempos marcarão o nosso novo gatinhar. Que as fake news, populismos dos ditadores (eleitos ou não...) e a cultura maldizente do "bota a baixo" não vingue e que aprendamos com estes tempos de incerteza...na certeza que para sobrevivermos social, económica e politicamente teremos que reconstruir e reescrever novos conceitos.

2.
"Abril revisitado"

Nunca a porra de um período de trinta dias me pareceu tão longo e custou tanto a verter tempo não sorvido nem saboreado com os padrões de carga emocional normalizados, no entanto nunca os telefonemas e video chamadas me pareceram tão bem, nunca um copo de vinho foi tão lentamente saboreado ou as emoções delgadas se transformaram muitas vezes em olhos marejados de agua húmida mas temperada com um quente arrebatador de sentimentos por vezes antagónicos.

Abril do nosso contentamento nacional da democracia que o dia vinte e cinco trouxe e arrebatou, da minha satisfação pessoal de ao longe sentir ao perto os quarenta e seis anos que unem os meus pais na aventura de uma vida (casaram dois dias depois da revolução dos cravos de setenta e quatro). Abril de sentimentos mil...Abril longo...estupidamente longo...Abril diferente...Abril maldito...amaldiçoado mas para recordar no horizonte das memórias que nos fazem crescer por caminhos inusitados.


3.

"O futuro já hoje"


Mudo o portátil para a posição de repouso, derramo um telefonema rápido com um amigo de longa data, inspiro e retenho o olhar no céu com nuvens e com a ameaça de mais uma carga de água que invadirá o meu jardim e que rapidamente ganhará espaço no chão despido da varanda de pedra branca apenas manchada pela naturalidade das folhas velhas e ramos quebrados arrastados por um vento diferente que se revela desde o último cigarro fumado na madrugada após mais uma sessão de cinema tardia fruto da falha do sono reparador de mágoas e elixir de novas esperanças. 



Tenho encarado esta porra toda dos últimos meses o melhor que sei e que posso; chorei amiúde, ri me também muitas vezes mas essencialmente reforcei laços e (re)conheci-me melhor como pessoa e como ser humano. Incapaz de me fechar na minha concha, estendi a minha mão sedenta e muitos retornaram-me o acto (misto de medo e coragem) sem dramatismos apenas com a naturalidade de quem precisa do "nós" para poder sobreviver (viver) no "eu" (todos nós).



O futuro é já hoje, no meio das pedras e rochedos, do negro do espectro do desemprego, na ansiedade do exemplo (por exemplo) de um pai e duma mãe com as incertezas que estes novos tempos ditam; tenho a convicção na minha tranquilidade (absolutamente humana, não tranquila e corajosamente borrada de medos e incertezas) que sobreviremos entre a penumbra que teimará em nos querer cegar e que o sol, a areia fina e o mar sem cor serão o nosso futuro.



Portanto borrem-se de medo, encham-se de dúvidas e receios mas caminhem em frente entre escombros e ruínas nascerão novos alicerces que nos permitirão (re)conquistar o futuro. Estejam atentos e não servis, receosos e prudentes mas sem medo de arriscar e caminhar. 



É assim que traçarei meu trajecto, e é assim que os meus pés descalços na varanda ficarão molhados com a  chuva mas se alimentarão do sol e da alma que os iluminará rumo ao caminho do amanhã....

sábado, abril 25, 2020

Simplesmente...Abril




|O Abril do meu contentamento...que me permitiu ser a criança feliz que fui, o homem imperfeito ( mas com direito e liberdade às minhas falhas e diferenças) em que me tornei| O 25 Abril de 74 que desaguou no 27 do casamento de meus pais e no Novembro livre do meu nascimento| Grato a todos os que se uniram e na madrugada fria marcaram a nossa vida com o sol da esperança e quebraram as grilhetas com que as bestas negras nos aprisionavam |Nestes tempos difíceis Caminhemos á esquerda, centro e direita mas sempre unidos rumo ao futuro...em linha recta e sempre atentos às sombras populistas 
( tendência global) que se alimentam do medo e do desespero e ...25 de Abril Sempre!!! 24 antecedente nunca mais!!!|

sábado, abril 11, 2020

Eanes: O Último dos Moicanos

Recordo-me dos meus primeiros aromas políticos ás "cavalitas" de meu Pai (e pela mão sábia e carinhosa da minha Mãe) e do mítico cinema ao ar livre de São Luis onde vislumbrei Maria Lurdes Pintassilgo ao vivo e a cores no inicio da década de 80.

De miúdo imberbe e curioso com toda a plástica do mise en cene envolvendo a política e seus intervenientes, passei para a pré adolescência rebelde onde no cinema Santo António vi as lágrimas de meu Pai no entusiasmo de fé desesperada e emocional  perante a  derrota eminente de Mário Soares (um guerreiro) VS Freitas do Amaral (um cavalheiro) em oitenta e seis.

Cresci na esquerda da esfera das lutas democrática e plurais de grandes figuras com a sedução pelas  suas imperfeições hiperbólicas e das suas virtudes morais e de combate (figuras de esquerda, centro e direita note-se...).

Ramalho Eanes representou sempre para mim a verticalidade, o poder de liderança pacifica e a capacidade humanista (ironicamente não militarista...) de unir pontos aparentemente díspares da sociedade portuguesa pós vinte e cinco de  Abril.

Sempre analisei este General sereno com um ar (falsamente) austero como alguém fora da órbita partidária tradicional e de todas as guerras (muitas de alecrim e manjerona) dai adjacentes. Figura consensual para muitos, odiado ora  por uma  certa esquerda mesquinha presa no tempo passado  recente do 25 de Novembro (e não só...) e por um centro/direita com o pudor de um conservadorismo (quase) saudosista do salazarismo bafiento; Eanes imperturbável seguiu o seu próprio caminho com a serenidade (leia se seriedade) somente ao alcance de alguns.

Tudo desagua na recente entrevista (para quem não visualizou link aqui) na RTP 1 em que a frase emocionada em que menciona que sendo um "velho" tem obrigação (ele e os "outros") de ceder o seu ventilador, se necessário, a um "homem com mulher e filhos".

Assisti com atenção a criticas construtivas, a não concordâncias bem fundamentadas mas também a um chorrilho de asneiras de pseudo iluminados tentando dar um sentido bem diferente ás palavras emocionais e sábias de Eanes (a meia hora de entrevista para mim é uma ode de inteligência de um grande Homem).

Para mim Eanes merece um titulo de filme de sucesso: Certamente o "último dos (bons) moicanos"....








sexta-feira, março 08, 2019

A Propósito de Neto de Moura (ou um elogio masculino...ao feminino)

A recente polémica acerca da arbitrariedade sexista das decisões do Juiz Neto de Moura só apanhou de surpresa os mais incautos e distraídos no que concerne ao estado de regime absolutista e autónomo de que a justiça (e seus executantes) padece em Portugal.

Não sendo infelizmente  caso virgem e único,  idéia transmitida ao grande público (todos nós) é de uma classe autocrática que funciona como um (contra) poder dentro do poder judicial per si. Entre pérolas da literatura destilada em tribunais, citações bíblicas ou o regresso (reverso) a passagens oratórias  da constituição de 1886 (!!!!); Neto de Moura representa o autoritarismo despótico e nada esclarecido que inunda a classe de alguns (muitos?!) dos doutos juízes (e não só...) da lusitânia cá do burgo.

- Neto de Moura é o preconceito fechado em si mesmo -

Em pleno século XXI, inconcebível as sentenças lavradas e as palavras conservadoras e absolutistas desferidas qual punhal em corpo feminino. Chocantes os argumentos pálidos para suavizar as penas dos agressores. Gritante o poder autoritário e  dogmático não da lei mas da verborreia do(s) homen(s) da toga.

Numa sociedade denominada de laica, republicana e aberta é imperativo eliminar da esfera do poder decisório personagens que representam a face oculta do tempo em que as Mulheres eram "parideiras" reprodutivas sem voz, castradas a nível emocional e invisíveis a nível laboral e social; utilizadas, abusadas e vexadas: Tão somente  reconhecer a igualdade na diferença, os méritos pessoais e profissionais; o papel pleno e imenso (intenso) da Mulher em todos os parâmetros do mundo que nos constitui.

A igualdade de género deverá ser acompanhada na práxis da vontade parlamentar e governativa de legislar em prol de leis  uniformes e justas que penalizem quem agride, quem assassina, quem faz morte lenta a nível psicológico e muitas vezes a nível fisico.

Neste dia da Mulher, apenas uma nota final: Tenhamos a percepção que se as Mulheres quiserem parar o mundo no global, não tão somente o dito mundo dos homens, conseguem-no de forma total e plena. Tenhamos a humildade intelectual para intuirmos que a base de "tudo" parte do universo feminino. Tenhamos a habilidade e força para sabermos preservar as diferenças que fazem o "sal e pimenta" das assimetrias positivas que nos unem. Tenhamos a força para combater a barbárie, a selvajaria e não cantar a ode dos selvagens, dos brutos, dos assassinos (morais e físicos).

Que todos nos orgulhemos de sermos diferentes no masculino e no feminino, mas também firmemente iguais nos direitos, oportunidades e no direito á dignidade no nosso curto e efémero trajecto mundano.








terça-feira, setembro 25, 2018

Paradoxos da Tangência


A vida é feita de tangentes, verdade para mim vivenciada vezes sem conta desde os tempos tenros até ao presente galopante que cavalga o dia a dia sempre apressado que corrói, constrói e (des)contrói.

Uma tangente e seu paradoxo corresponde ao fio da navalha com duas lâminas aguçadas: Uma para o "jardim do bem" outra para o "jardim do mal". Confusos?!...nada de muito complicado para interiorizar e intuir.

Aquele olhar á tangente, no limite do "fora de jogo", olhar que foge para alguém com o qual não nunca mais nos iremos cruzar na vida, olhar que mata, olhar que fere, olhar que ama. A tangente de um passo mal dado ou de uma ultrapassagem (quase) mal calculada (na estrada da vida).

Todos nós vivemos nos limites dos sonhos que perseguimos, daquele metro que passou há um minuto e nunca mais apanharemos com a disformidade de rostos e situações potenciais nas quais não seremos envolvidos pela tangente (perdida) de um minuto que pode representar a mudança de direcção de uma vida inteira.

Tudo se mede afinal  pelos metros que apanhamos, pelos comboios que perdemos, pela ultrapassagem que (não) fazemos numa qualquer auto estrada ora cheia de trânsito, ora vazia e oca somente preenchida pela luz dos sinais e seus códigos de cores.

Ao fim ao cabo um "para-arranca" eterno no qual estamos presos e condenados ao limbo que as nossas escolhas nos ditam.

Tudo é um paradoxo e uma tangência, ora o que fazemos, ora o que não fazemos. Rumos e ultrapassagens a velocidades variáveis. Como a vida: Uma imensa mescla, misturada com a irregularidade que as ondas do mar nos proporcionam.

Mas o que seria da vida sem paradoxos, tangências ou reconstrução de ciclos e abertura de novos trilhos para caminhar?!


segunda-feira, maio 28, 2018

"Não Vergarás...Não Tombarás"

Virginia não me para de supreender  no alto profundo das décadas grisalhas que passam na sua vida plena e preenchida.

Decidida e tranquila, mulher de fé (com fé), força inquebrantável qual rochedo forte adoçado pelas planícies verdejantes do alentejo profundo...profundo o olhar que deita ao mundo qual pêndulo   consensual de todos que fazem parte da sua história.

Cresci num seio familiar equilibrado em que o amor quente e verdejante sempre me ajudou a progredir e a ver (ambicionar) mais alem. Herdei a curiosidade aguçada da Virginia e o gosto pela leitura bem como alguma da sua sensibilidade profunda de quem sente tudo com intensidade hiperbólica.

Do Policarpo (José) herdei a explosão forte e a frontalidade vertical que procuro empregar na vida, muitas vezes com disabores (dores)...mas não poderia ser de outra forma.

"Não vergar e não tombar", sempre foi para mim um conceito pré adquirido de que, apesar dos ventos e das quedas, seria (será) sempre possível seguir, alterar e progredir. Não..não me esqueço do que bebi no seio materno da minha idade insípida em que tudo era fácil, quente e com protecção de uma capa de amor infinito.

Devaneio lentamente, acendo um cigarro rápido, dou duas passas longas e fumegantes no pensamento no qual mergulho...muitas histórias me percorrem mas sempre com as mesmas palavras inebriantes na mente, qual chamada para a realidade sonhadora: Não me vergo mesmo que abane, não me deixo tombar mesmo que vacile.

No dia da Mãe  pude, pela primeira vez nos últimos anos, contar com a presença física da minha Virginia bem perto de mim...incrível como a vida nos faz retornar ao desejo e anseio das sensações de segurança simples mas tão nucleares no prete a porter do nosso dia a dia.

Para mim (como o fiz há bem pouco tempo) é bem mais fácil falar (escrever) acerca do meu Pai ("meu melhor amigo pai"). Quando procuro (re)definir palavras - procurando fundamentar o meu sentimento profundo pela Mulher que me deu (dá) muito sem muito receber em troca - é me quase impossível florear em palavras o que se mede e transmite num tom de voz, num gesto, num olhar.

Afinal o que conta é a essência do que se sente e ter sempre presente "Não vergarás...Não Tombarás"...a minha Mãe, doce mas firmemente, ensinou me assim...








segunda-feira, março 19, 2018

Marketing(s)


|A diferença entre “Good” and “Great”...ou como o Cliente e sua satisfação multinível tem de vir, obrigatoriamente, em primeiro lugar|

#marketing #marketingtips #marketingteam #work #mywork #paulocorreia #paulocorreiacomunicacaoglobaltm #assessoria #assessor #worlwide #socialmedia #workhard #good #great #greatness #comunicacao #comunicacion

sábado, setembro 03, 2016

Portugal em Chamas: "Os Comos e Porquês"

Mais um verão em que as chamas lavraram e consumiram vorazmente boa parte da área verde de Portugal. Um ano igual (pior) a tantos outros em que bombeiros e populares arriscam a vida contra a incúria do poder politico (já lá vamos..) e dos incendiários a soldo de interesses especulativos e os tão somente pirómanos com problemas existenciais/psiquicos.

Há boa maneira (informativa) cá do burgo, desdobram-se os debates dos "comos e porquês" (perfeitamente identificados pela enésima vez...), bem como o espectáculo grotesco das horas massacrantes  (dramáticas) de live stream televisivo ao vasculhar no meio do enredo das chamas, as vidas destroçadas e por vezes perdidas de milhares em Portugal continental e ilhas (já lá vamos...).

Vamos por partes: A má operacionalização (quase inexistente) de "como" se devem preservar os tecidos florestais, o não avanço de legislação dura e punitiva para os incendiários (visto não ser possível nos preceitos cristãos ocidentais fazer uma queimada de pirómanos num caldeirão em lume brando), bem como ditames de lei que não permitem a expropriação de terras que constituam potencial perigo pela sua não limpeza e esquecimento de herdeiros, partilhas e novelas da vida; não permitem o avanço na prevenção prática da mata tuga.

Relativamente à  tragédia de fogos que se abateu sobre a Madeira outras nuances se revelam: A construção selvagem e ilegal, os favores a empreiteiros e empresários e a má sustentabilidade (derivada da construção sem ordenamento) dos famosos "socalcos madeirenses", revelam a incúria criminosa  que deveria ser fortemente penalizada por lei.

Outras medidas simples mas eficazes - como colocar presos em número massivo a limpar a floresta, transformar a maior parte de trabalho comunitário (fruto de delitos menores) em acções pedagógicas práticas nas quais a floresta e sua preservação fossem foco nuclear - seriam boas medidas e inicio de um novo paradigma ecológico, politico e penal.

Para o ano, infelizmente, estaremos aqui a debater o já debatido (esbatido), sem avanços e tendo como pano de fundo as dores e dramas dos rostos afectados e o mesmo cheiro abafado e irrespirável que as chamas proporcionam...afinal tão somente Portugal na sua faceta mais sombria...


terça-feira, agosto 30, 2016

O (não) Medalheiro Olimpico Português

Na plena ressaca ditada pelo fecho das Olimpiadas made in Rio 2016, eis que surgem as habituais criticas massivas após mais uma edição que se traduziu tão somente em uma medalha de bronze da excelente judoca Telma Monteiro.

Entre quem defenda que a passagem olímpica foi um fiasco absoluto, e quem, de unhas e dentes, afirme que a conquista de diplomas olímpicos e finais disputadas constituiu um êxito assinalável, fica o amargo de boca habitual que convém legitimar (ou não).

Num pais que não aposta na educação física na escola e nem estabelece o desporto no seu global como prioridade formativa, educacional e potencialmente competitiva (no sentido de subida de patamar para a alta competição); como podemos querer  ser possível termos um medalheiro recheado a dourado?

Num pais que vive e respira futebol e que visualiza o restante desporto como parente pobre em que é necessário bater de quatro em quatro anos, para carpir mágoas onde não existem apostas e estruturas; como podemos no colectivo exigir resultados superiores aos obtidos?

Num pais que atravessou um ano desportivo dourado (futebol de onze, escalões de formação, variante de praia, hóquei em patins, etc etc..), criou se a ideia de que estes seriam os jogos olímpicos do nosso contentamento, como se existisse um investimento de base que formatasse campeões ao ritmo americano, chinês ou russo...

Somos o que comemos, somos o que (não) educamos, somos as viagens que fazemos e as pessoas que conhecemos. Somos o pais que nos legaram, o que tardamos em construir (investir). 

Essencialmente possuímos na lusitânia  pessoas que (de)marcam a diferença pela excelência que possuem, mas sem treino, planificação e investimento ficaremos sempre á porta do olimpo esperando a primeira oportunidade para criarmos ondas de pseudo intelectualismo para criticar, sem compreender que os campeões de uma pátria não se constituem tão somente pelo imenso talento e qualidade intrínseca mas também pelas condições apresentadas...o futuro começou sempre na escola...sempre...

sexta-feira, novembro 25, 2011

Fura Greves

Greve em terras lusitanas; sinónimo dos tempos difíceis em que ralhamos por pão na boca seca de tanta crise e dificuldade no dia a dia do planeta global.

Furei a greve pelo aliar de vários factores. Tenho uma entidade patronal justa, preciso de trabalhar e intui que "valores mais altos se levantam" do que o simples facto de protestar sem que esse protesto legitimo  se traduza em melhorias práticas na vida colectiva aqui dos indígenas (onde me incluo)  da pátria esburacada.

Cada vez mais, possuindo o meu ADN os genes de esquerda liberal/moderada, odeio a classe politica que, da esquerda à direita, não se resume- reduz - a mais do que tão somente a um bando de bazófias dialécticos que nos afundam o mais que podem.

Estamos no pais do Duarte (Lima), do Isaltino (Morais...sem moral...). Na segunda pátria de Jardim (Alberto),  Vara (Armando) e companhia. Estamos afinal no pais em que os políticos são pálidos, baços, corruptos e bocejantes.

Furei a Greve não por patriotismo ou por estar contra a génese (sentimento) do protesto. Furei a greve por na prática sentir que na encruzilhada em que estamos; a melhor solução é lutar na prática do dia a dia (quem ainda tem essa hipótese). 

Furei a greve porque as centrais sindicais não são mais do que bandos organizados que vivem da boa fé e desespero dos trabalhadores, sendo assim iguais aos que criticam.

Furei a greve porque não gosto do Cavaco Silva, do Passos Coelho, Louçã, Portas ou José Seguro, e não me deixo transformar em ovelha no rebanho manso. 

A minha solidariedade para todos aqueles que dolorosamente sofrem pelo desemprego e fome, pela injustiça deste mundo cão e feito de egoísmos em que a economia dorme com a politica fornicando-nos a todos.


quinta-feira, novembro 18, 2010

Tourada "à portuguesa"

"España se llevó un durísimo correctivo en Portugal (4-0). Nuestros vecinos no tuvieron compasión y nos castigaron con una goleada exagerada que retrató la defensa española de la segunda mitad. Martins abrió el marcador justo antes del descanso y en el segundo asalto los portugueses nos destrozaron a la contra. Marcaron Ramos en su portería, Helder Postiga y Hugo Almeida. España tiene que hacérselo mirar. En Argentina nos bailaron y en Lisboa nos han toreado."

A goleada da renascida selecção tuga na visão amargurada de nuestros hermanos 
(cit in jornal Marca)

segunda-feira, junho 28, 2010

Na Véspera

Véspera do aguardado Portugal vs Espanha no mundial de futebol em terras Sul Africanas. Aumento qualitativo no futebol jogado nas 4 linhas, nesta segunda fase da competição, e arbitragens polémicas e sofríveis marcam a etapa mundialista em que o "mata-mata" dita as leis implacáveis.

Amanhã pelas 19h30 jogamos mais que um jogo de futebol ou o subir de um degrau competitivo. Corporizamos em 11; o espirito positivo de esperança que pode alimentar a lusitânia (em seus 10 milhões) durante mais alguns dias. 

Como já mencionei por aqui, vivemos de bolhas de oxigénio e de euforias motivadoras que nos façam esquecer os hard times ditados pela globalização da crise. Uma espécie de heroina (metafórica) viciante em que o sonho é a tábua rasa da salvação mental para a luta fluir e a esperança (re)nascer. Nem que seja na ilusão do sonho de uma bola Jabulani em terras de África...

sexta-feira, junho 25, 2010

Brasil vs Portugal

Escrevo estas linhas uns minutos antes do embate mundialista Portugal-Brasil. Poderia destilar o discurso simpático e politicamente correcto de  um jogo entre povos irmãos que partilham história, cultura e mistura eterna de sangue. 

Também ficaria bem mencionar os laços estreitados entre os povos e exaltar as doutas virtudes "tugas" e "brasucas". No entanto fico pelo lado competitivo da "coisa": Que Portugal ganhe e nos faça sonhar e acreditar no mel da esperança num amanhã melhor no futebol da vida.

É que se for possível aos "tugas" ganharem ao olimpo canarinho do apogeu máximo do futebol - arte; também será permitido corporizar caminho sólido para sairmos desta crise - puta que invade o mundo e  nos fragiliza tendencialmente, dia após dia. E como o sonho comanda a vida...

segunda-feira, junho 21, 2010

Ecos (6+1)

«Renasce Portugal», Marca

«Ketchup luso: 7 a 0 na Coreia do Norte», Globoesporte 

«Portugal atropela e Cristiano iluminou-se», as

«Sete marteladas de Portugal na Coreia do Norte», BBC

«Portugal impressiona e se aproxima dos oitavos», Terra

«Uma boa lição de português», France Football

«Portugal caminha sobre a água», L´Equipe

«Goleada portuguesa, com certeza», Estadão

«Retumbante Portugal: 7-0 à Coreia do Norte», Corriere dello Sport

«Portugal sem limites; Coreia do Norte sem defesa», Gazzetta dello Sport

«Com o pé nas costas», Gazeta Esportiva

«Caminho livre para Portugal», El País

«Portugal humilha Coreia do Norte e faz 7 a 0 com show», R7

«Portugalazo: CR7... a zero», Olé

«Sétimo céu para Portugal», ESPN

«Portugal acerta Coreia do Norte com sete golo», Eurosport

«Portugal esmaga Coreia do Norte», Le Figaro

«Portiagallo», Tuttosport

«Avalanche Portugal», Rai

«Portugal passeia sobre a Coreia do Norte: 7-0», SKY Italia

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Incidências

Penso que, mesmo nas alturas dificeis, o previlégio quase divino, de contar com o amor quente que me rodeia, constitui uma dádiva. Amigos de longa data, clã familiar forte e uma mujer maravilhosa com laivos de raizes entre França e Portugal. O sentimento não enche a carteia, mas alimenta a alma e faz-nos acreditar, sonhar e intuir com força e confiança no futuro. Por vezes o sonho e a poesia fazem-nos não somente sonhar acordados, mas continuar em frente perante marés de dificuldades. No meio vislumbramos as ondas suaves com a sua espuma reconfortante. Música destilada para a alma. Tudo "isto" são incidências de pensamentos soltos e fragmentados. Tudo isto não é triste, tudo isto existe; mas não é fado depressivo. É pura e simplesmente o factor constitutivo e aliciante da vida : Ondas e Marés.