Acabo estas crónicas - fragmentos - de verão já com a nostalgia que dita o novo rumar a norte para mais uns meses de labuta forte. Curioso o destilar de telefonemas de amigos: A Sul já o cheiro das despedidas camufladas e sempre disfarçadas com um até já forte e sentido. A Norte o positivismo do mel da amizade de quem deseja o meu retorno para jantares e encontros de "coisa nenhuma", onde a conversa surge sempre fluida e sem rumo definido.
Penso, que, apesar de todas as dificuldades deste ano, sou um homem com sorte. Às vezes não damos conta dos neutrões positivos que constituem a nossa vida. Dos jogos de afectos, das afinidades e caminhos cruzados com pessoas que nos querem e desejam bem.
Por vezes isolamo-nos na esfera dos nossos receios, na capa das nossas defesas; no elixir que (aparentemente) nos protege e nos parece revigorar. Temos de assumir de uma vez por todas que a capa dos nossos medos é o inimigo principal da amálgama que pode constituir a nossa felicidade futura.