quarta-feira, maio 29, 2019

"Europa Universalis" (versão tuga)

Tendencialmente em cada eleição europeia parida no velho continente , surgem os habituais sinais (reais) de pânico no constatar do avanço da extrema direita e das suas idéias de ódio e sectarismo.

Os analistas tratam de acalmar as hostes após o choque inicial, analisando - analiticamente - essa subida como afinal um "up" não tão acentuado como o que seria de supor. Nos nossos sofás tecnológicos com o zapping ao alcance de um click, suspiramos de alívio e esperamos (dormirmos) pelo veredicto daqui a quatro anos.

Na tugolândia, até prova de contraditório, não padecemos (felizmente) ainda do síndrome do avanço galopante (a nível percentual) da direita extrema radical ou de movimentos encapotados entre esquerda e direita de nacionalismos ocos e populistas.

Aqui em Portugal as questões que se colocam após as últimas europeias são de uma natureza mais docemente pacifica...

Costa provou a si mesmo, e avisou os aspirantes a herdeiros da geringonça governativa, de que mesmo com um candidato fraco, sem carisma e desconhecido do grande público votante, poderia ganhar facilmente este acto eleitoral.

Marisa navegou na onda da subida acentuada do Bloco, que com o carisma da candidata subiu pontos e marcou campo no arco potencial de uma futura governação ou na(s) Crista(s) da linha da frente da oposição. 

No lado ecológico o PAN confirmou que os verdes europeus sobem em bloco conjunto no mosaico do mapa da europa universalis. Ser verde, mais do que uma moda, é já uma tendência forte e sólida, apesar de programas algo vagos, fruto da supressa (em Portugal) de uma eleição não esperada.

Jerónimo, guerreiro moldado na escola tradicional comunista, vê o BE fugir e sente o efeito de uma queda perigosa fruto da ferida aberta a uma esquerda tradicionalista e fechada que já não convence o sedento eleitorado. No entanto "as noticias da minha morte são manifestamente exageradas", e como sempre os Comunistas encontrarão um plano B que permitirá uma eventual refiliação (total ou parcial) de eleitorado (embora o Bloco prometa não dar tréguas).

Nos lados do PP uma campanha antiquada, com timings inadequados e uma lógica "noir" fomentou uma queda e descida ao mundo terreno por parte de Conceição Cristas, que desde o excelente score alcançado nas autárquicas alfacinhas, aspirava ao papel messiânico de líder da oposição.

Rio navega agora em águas turvas e nada límpidas; com o efeito Rangel a ser um tiro ao lado, o líder supremo da frota astral laranja ganhou apenas uma pequena margem até ao cenário apocalíptico que poderá vivenciar em Outubro próximo. O esvaziamento dos Sociais Democratas não é propriamente  uma boa noticia para o nivelar de forças no eterno arco da governação.

Por último notas soltas para uma abstenção que terá que fazer meditar a classe política: Um fenómeno de desinteresse e falta de motivação (formação) cívica ou um (não) voto de protesto por uma real politik egoísta e toldada por personagens cinzentas e por um modo operacional de fazer ("vender") política desconectado da realidade actual? 






Guinness (time)



|Guiness Clock ( about beer and his own time)|

terça-feira, maio 28, 2019

Berardo e a Face do (não) Destino

Não poderei dizer que o alto impacto mediático das (não) declarações de Joe Berardo no parlamento lusitano  me tenham particularmente apanhado desprevenido e com a "guarda em baixo". 

Vivemos num Pais onde os grandes (pseudo) banqueiros, os políticos maratonistas de carreira partidária de fundo, ou os gestores nomeados para os Jobs dos Boys, não representam mais do que o sentimento de impunidade que grassa em quem prevarica em alta escala com o dinheiro de todos nós.

Joe representa a face mais sombria da moeda: A velha história (falsa neste caso) do tuga que arduamente singra na vida, qual história da Linda de Suza e sua mala de cartão na versão cor de rosa e não realista da coisa.

Berardo representa o gozo da impunidade sem (com) cor partidária, o humor seco e escancarado no descaramento de quem sabe não ser apanhado na teia da justiça. Tão somente um comércio proteccionista fomentado pelas várias lógicas de aparelhos de poder onde a escala de distribuição de dinheiro ilícito faz paragem obrigatória em muitas igrejas ávidas por molhar o bico sequioso das patacas douradas dos empréstimos colossais que nunca serão pagos (cobrados).

Continuamos a ser o pais do (não) destino, das bifurcações sinuosas que escorregam em negócios de ocasião, em compadrios financeiros sem nexo; em fundações culturais (re)pagas vezes sem conta com a capa da arte pública ao (aparente) alcance de todos.

José Manuel Rodrigues Berardo envergonha os intrépidos Madeirenses que galgaram oceanos para lutar por um futuro melhor nos continentes do mundo globalizado. No geral faz corar de vergonha a imensa legião de portugueses que diariamente lutam honradamente por um futuro melhor para si e para o seu clã.

Mas o cerne da questão é a falta de vergonha não punitiva de quem tem uma fortuna avaliada em seiscentos e oitenta  milhões de  euros e deve cerca de mil (milhões) á banca...