Na plena ressaca ditada pelo fecho das Olimpiadas made in Rio 2016, eis que surgem as habituais criticas massivas após mais uma edição que se traduziu tão somente em uma medalha de bronze da excelente judoca Telma Monteiro.
Entre quem defenda que a passagem olímpica foi um fiasco absoluto, e quem, de unhas e dentes, afirme que a conquista de diplomas olímpicos e finais disputadas constituiu um êxito assinalável, fica o amargo de boca habitual que convém legitimar (ou não).
Num pais que não aposta na educação física na escola e nem estabelece o desporto no seu global como prioridade formativa, educacional e potencialmente competitiva (no sentido de subida de patamar para a alta competição); como podemos querer ser possível termos um medalheiro recheado a dourado?
Num pais que vive e respira futebol e que visualiza o restante desporto como parente pobre em que é necessário bater de quatro em quatro anos, para carpir mágoas onde não existem apostas e estruturas; como podemos no colectivo exigir resultados superiores aos obtidos?
Num pais que atravessou um ano desportivo dourado (futebol de onze, escalões de formação, variante de praia, hóquei em patins, etc etc..), criou se a ideia de que estes seriam os jogos olímpicos do nosso contentamento, como se existisse um investimento de base que formatasse campeões ao ritmo americano, chinês ou russo...
Somos o que comemos, somos o que (não) educamos, somos as viagens que fazemos e as pessoas que conhecemos. Somos o pais que nos legaram, o que tardamos em construir (investir).
Essencialmente possuímos na lusitânia pessoas que (de)marcam a diferença pela excelência que possuem, mas sem treino, planificação e investimento ficaremos sempre á porta do olimpo esperando a primeira oportunidade para criarmos ondas de pseudo intelectualismo para criticar, sem compreender que os campeões de uma pátria não se constituem tão somente pelo imenso talento e qualidade intrínseca mas também pelas condições apresentadas...o futuro começou sempre na escola...sempre...