Agito o teclado sem ideias claras acerca do que vou derramar textualmente. Acendo mais um cigarro; desta vez calmo e sem a sofreguidão de outros tempos. Sem inspiração, retalho palavras em frases curtas, ocupando espaço na tela para escalonar o texto equivalente a um post "diplomaticamente correcto". Rapidamente desisto do "politicamente correcto" (apercebo-me que atrás coloquei "diplomaticamente" mas não apago...) e parto para outros caminhos de densidade de alma e conteúdo.
Imagino na minha mente as memórias recentes, coso-as firmemente e procuro centrar-me no plano de trabalho da semana que está prestes a ser parida, sem dó nem piedade, somente com o gemido das manhãs que nascem fortes e estridentes, qual som de nós bebés a vir ao mundo com a fúria incontida e revolta plena de quem apenas quer seguir passo firme na vida.
Continuo sem conteúdo - sumo - para o post, sem carne para meter junto à ossada base de qualquer texto. Caio novamente nas frases curtas e trocadilhos sem muito nexo. Anicho-me na cama com o portátil no colo, afagado por 2 mãos que percorrem o teclado à espera que a inspiração surja forte e rodeada de magia. Penso em muitos fragmentos de tempo e espaço corporizados em rostos, cheiros e gestos.
Rodopio e momentaneamente perco a batalha; amanhã novo dia e nova semana. As monotonias habituais e as supresas pelas quais ansiamos para cortar o tridente das rotinas das batalhas mundanas. Continuo a acreditar no AMOR, na firmeza das convicções e no tesão existencial que nos leva a todos, mais cedo ou mais tarde, a escolher caminhos sem o medo furioso que nos impede amiúde de agarrarmos a vida pelos cornos. Muitas vezes não existimos, apenas vegetamos na amálgama funda que constituem os nossos passos perdidos. Acaricio as almofadas e volto-me suavemente na cama. O amanhã espera-me já em sonhos.
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