Corria o ano de 2005, ainda na ressaca de um Euro - versão soccer 2004 - louco e produtivo, com saraivadas de noites longas, selvagens que amanheciam ao som de mil linguas diferentes. Após a euforia de um ano rápido, silenciosamente voltaram as perseguições dos oficiais de multas da câmara municipal e seus aliados - fardados em tom bafientos - de décadas. A criminalidade voltou a subir na velha ribeira, e novamente tudo se conjugou para o regresso (e retrocesso) à velha lei do pequeno terror e alta pressão. A densidade do ar ribeirinho começou a ficar um pouco turvada de cheiros indescritíveis e movimentos bruscos de figuras sombra assumidas. No mitico Ribeirinha lutava-se com as armas possiveis para suplantar cenários reais de terror e perseguição sistematizada pela lógica fria do sistema institucionalizado. Numa sexta-feira louca e movimentada; fruto de trabalho e planificação anárquica (como dita o velho código de Da Vinci das regras dos filhos da noche), figuras policiais ciosas na avareza dos seus fracos deveres, vasculharam fantasmas (e cds...) e ordenaram o fecho do templo por aquela noite que nascia louca e selvagem. Acho que na cabine do dj alguém tocou "Chamei a Policia". Ofensa rapidamente assimilada com voz de prisão ao Relações Públicas de serviço. Uma estadia rápida de 2 horas na tristemente célebre 9ª esquadra, esgrimindo argumentos sólidos com figuras que a história apagará em cinzas banais. Saida em glória triste, rodeado por dezenas de clientes e amigos. Que siga a fiesta...são 6 e 30 da madrugada. Tempo de after hours e canalizar a revolta da tribo em música e copos tragados na liquidez da fúria e revolta. Quando tudo acabou, fruto talvez da irreverência do alcool, passei em tons de desafio na porta dos vendilhões medrosos do templo policial. Olhei olhos nos olhos para a lua, e sussurei "I fought the law and the law was".
Sem comentários:
Enviar um comentário