quarta-feira, junho 13, 2007

CHOVER NO MOLHADO


Lá fora a chuva escorre rápida em gotas envoltas de formigas humanas a passar rapidamente nos sussuros das ruas cinzentas. É verão insipido e com contrastes dualistas que alimentam a expectativa que seja já amanhã que o sol de verão intenso rompa de forma imparável e plena. Um cigarro banal marca o ritmo pachorrento de um texto aplacado na sua fúria. As cinzas são a prova de acusação que falam caladas, sussurando que tudo se transforma e tudo se liga de forma complexamente simplista. O cinismo dos copiosos humanos é que quebra o gelo e derrete o calor dos jogos de afectos e por vezes nos leva a quase desistir, a quase deixar de acreditar. mas no meio do caminho - envolto de dúvidas etéreas - surge sempre um farol de luz - momentaneamente duradoiro no espaço, mas constante e captado no tempo - que nos leva mais uma vez a (re) acreditar na grande teia universal. Confusos? Basta olhar para as cinzas encandescentes de um cinzeiro e fumar sonhos.

Sem comentários: