sexta-feira, junho 01, 2007

BODY COUNT


Segundo dados da amnistia internacional, no ano de 2006 morreram 39 mulheres em Portugal, fruto de maus tratos e abusos. Numeros nos quais convém meditar, aprofundar questões, e - essencialmente - encontrar mecanismos de protecção que previnam ao máximo um crime abusivo e hediondo. Maria Clementina Pires poderia fazer parte deste numeros manchados a sangue de vermelho vivo. No entanto, após 40 anos de maus tratos sistemáticos, deu uma machada literal no companheiro de tormentos e pesadelos negros. Ontem ao ser julgada, foi ilibada da acusação de homicidio privilegiado e libertada perante os aplausos da multidão. Obviamente que eu também aplaudo a decisão inteligente e sagaz do juiz João Grilo. Poderemos afirmar que um homicidio é um homicidio. Puro engano...homicida é todo aquele que mata sem justificação, com o factor real da imposição da força bruta sem caracter justificativo. Maria Clementina durante 40 anos sentiu. Ao ano 41 agiu e reagiu. Machada forte no sistema das coisas, envolvida numa certa aurea mistica de justiça poética e funcional.

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