O verão rompe sempre para mim - algarvio de gema - as correntes redutoras do espirito e da carne; o calor funciona como um catalizador de emoções, com a mesma magia da bonanca que precede a tempestade tumultuosa, bela mas destruidora, sedutora mas voraz. Para mim o verão tem a lógica inversa da tempestade ciclicamente natural nos seus processos e devastadora no fim em si mesma. Antecipa - o verão - o salto antes do grande mergulho. Representa a acalmia falsa mas confortante, antes de lutas e batalhas de capital importância. Sempre assim foi para mim, sempre assim o será. Até que a alma vacile e o corpo cale, se quebre e consinta a paz dos submissos. Até lá continuo piamente a acreditar que a calma do sol de Agosto, antecede o fervor sonoro e visual do aço das espadas misturando-se com o sangue dos imortais. Afinal um acto de rebeldia de todos aqueles que se recusam a submeter e esperar que a vida os devore, sem sentirem a adrenalina que antecede o grande mergulho. Coisas de algarvios com o código genético alterado...
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