Que estamos numa sociedade super consumista é um facto consumado. Que todos nós somos um pouco (mais ou menos na escala da febre) afectados por tal desiderato, também constitui daquelas verdades palicianas irredutíveis. Antes de um final de semana bem relaxante após uma semana super corrida, penso - sem hipocrisias - naqueles que não tem Natal no seu verdadeiro conceito de encontro com nós mesmos e (re)encontro com aqueles que amamos. Penso nos kids adolescentes (e pré) que só pensam na recompensa material do Natal, na prenda super cara, no materialismo não dialético da "cena" do gajo das barbas brancas. Penso de forma forte em todos aqueles que no Sudão ou Iraque; na Eiópia ou Haiti, não tem mais de que uma imagem pálida desta época do ano. Sou simplista nestas coisas, confesso-vos...basta-me regressar a Faro e ter um bom bacalhau regado a vinho alentejano e intuir no rosto daqueles que amo que afinal existe esperança para mais um ano de luta, pequenas vitórias e desilusões próprias dos tempos austeros. Acendo um cigarro do maço que vem contrabandeado de Espanha (obrigado Luis) a 2 euros po maço e bebo um café de 60 cêntimos. Paro e numa análise simplista constato que numa fracção de tempo curto gastei mais do que uma larga franja da população mundial tem para gastar por dia (+- 2 euros). Sinto vergonha em parte e um sentimento de revolta grande. Leio no rodapé da TV que o Ronaldo irá ganhar 900 mil euros por mês.
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