Lembro-me dolorosamente (mesmo há distância de 3 anos) de 2 figuras que atormentavam a velha Ribeira do Porto. Na altura tinha alguns interesses estratégicos e posicionais na zona, sendo Relações Públicas de 3 estruturas históricas da noite Académica da Invicta, bem como responsável directo de uma dos espaços mencionados. Aprendi à minha custa a saber contornar obstáculos, pressões e fazer do medo um catalizador para o novo ganho de coragem. Aprendi a ser mais homem, a respeitar aqueles que comigo e/ou sob as minhas ordens enfrentavam o mesmo inimigo silencioso por vezes, mas sempre presente. lembro-me das ameaças, das pressões, dos jogos de cintura que era necessário fazer. Recordo com satisfação o facto de nunca me ter traido, de não ter abdicado de valores éticos e morais que ainda hoje regem a minha vida. Adorava o anoitecer da Ribeira, o amanhecer ao som das músicas da moda ou de um qualquer tema pimba que animavam os milhares de estudantes que "rodavam" nas 3 estruturas. Fui à Ribeira há poucos meses com amigos e com a minha S. Disfarçei, mas senti uma tristeza imensa pelas recordações boas e más. Essencialmente por tudo o que a Ribeira representou no Porto a vários níveis; e que hoje se resume a um universo de escombros e ruinas partidas de dor sem retorno. Já foi, Já não é. Talvez um dia ainda o seja, no sentido de recuperar côres, brilhos e cheiros que ainda hoje me acompanham no subliminar real. Para mim tudo isso acabou numa noite há 3 anos em que falei comigo mesmo e li na minha consciência falante a necessidade de começar noutro ponto, com outras referências. Não fugi. Simplesmente ausentei-me sem regresso.
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