Passo em alta velocidade numa cidade lenta e parada. O destino é apelativo : Uma francesinha sensual no "Capa Negra". Molho quente vertido em sabores lânguidos e aromáticos. A imagem de um Porto esburacado, sem vida e cinzentão, perturba-me fortemente. No outro lado da margem a côr, eventos e alegria com preço alto : Fugas orçamentais e buracos do tamanho do pantanal brasileiro. No Porto a antípoda extremada : Rigôr de Inverno sombrio onde nada é feito e onde tudo é supérfulo e frívolo aos olhos camarários. Sinceramente começa-me a faltar paciência para a não existência de um ponto de equilibrio no meio da escala imaginária da razonabilidade. Ataco a Francesinha sem dó nem piedade. Até à última garfada. Lá fora os arrumadores degladiam-se e o Porto esburacado reflecte-se no rosto fechado de quem passa.
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