quinta-feira, setembro 06, 2007

OS MORTOS TAMBÉM FALAM


Existem ecos que o tempo e a não existência fisica apagam da memória do imaginário colectivo e das vozes interiores que nos assolam a todos. Os mortos falam através de mensagems surdas mas audíveis, directas mas subliminares, fugazes mas persistentes. Os mortos de Tianamen não calam na sua revolta. Salvador Allende ainda sopra ventos de resistência no Chile. Florbela Espanca destila os seus poemas inquietantes de forma inspiradamente melancólica. De Cuba ao Sudão os mortos anónimos das valas comuns dos ditadores suspiram por paz e justiça. Por aqui os vivos desesperam em tempos dificeis, procurando tendencialmente nos mortos do passado uma resposta negada pelo grande segredo universal.


A foto representa Caronte o barqueiro de Hades. Navegar, navegar, sempre navegar...

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