Lembro-me essencialmente do golo que marcou ao Benfica ao serviço da Fiorentina, chorando convulsivamente qual menino-homem que cometeu pecado doce, com aroma de pecado proibido. Destilou sua magia pelo exigente calcio italiano, voltando à sua catedral da Luz para ainda brilhar de forma intensa, não como uma estrela cadente destilando os últimos passos de dança do tango futebolístico, mas (re)demonstrando a arte do bom futebol frutado com odores de classe própria dos puros sangue intemporais e como tal eternos no seu brilho. Quiçá Rui é filho divino dos deuses sentados no Olimpo do futebol. É do povo sofredor que vive o dia a dia como uma aventura trepidante, num pais onde agora a nova moda - fundamentada pela lei - é soltar criminosos e espalhar o pânico nas ruas já escuras da lusitânia. Valha-nos o perfume de Rui Costa em 90 minutos de puro prazer, num estádio perto do coração dos apreciadores de bom futebol.
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