I
Há dias assim. Em que queremos derramar nas teclas o pensamento e nada parece escorrer de forma lúcida e clarividente. Acendo mais um cigarro e roubo umas gotas de água ao copo meio cheio e meio vazio. Não sacudo a sede de forma satisfatória. Mas a "fome" hoje é mesmo de idéias claras e de pensamentos coerentes que me possam articular umas linhas razoavelmente estruturadas sobre "algo". Não encontro um tema condutor e suas consequentes palavras certas, que me levem a aplacar o espirito e a dormir tranquilo; com o sentimento de serviços minimos cumpridos no dever militarista e rígido da arte de escrever. Sim...ou pensam lá porque um gajo escreve, e fornica as teclas à procura de inspiração divina, que tudo "isto" (boa ou má escrita) é um acaso ditado pela inspiração pura, qual Maradona literário?!
II
Não...a escrita exige um estado de espirito próprio no qual a loucura e demência do "não poder parar" se agarram às nossas mãos e cérebro, não nos libertando...escravizando...acorrentando. Tipo tarefa eterna sempre por acabar e nunca totalmente saciada nos seus apetites vorazes.