Ao fazer a minha "volta" diária e mergulhar nos jornais em odôr de papel, olho levemente para a reposição (pela enésima vez) do filme (excelente) de Maria de Medeiros "Capitães de Abril" - Serviço público habitual com que nos brinda a RTP; as repetições da repetição - Penso que daqui a 2 dias os meus pais fazem 35 anos de casamento sólido e feliz. Viro a página no jornal, e desfolho a crise habitual servida em dados frios. Mesmo no mundo dos jornais as pessoas não tem rostos e resumem-se a lançamentos meramente estatistícos. É 25 de Abril e há 35 folhas atrás um punhado de homens corajosos deu-me a liberdade de hoje poder escolher (mesmo que mal), de me peidar na rua, de dizer obscenidades acerca do futebol e, essencialmente, possibilitou-me crescer enquanto homem livre capaz de tomar e assumir as minhas opões (correctas ou incorrectas). Para eles hoje a minha singela homenagem nestas mal traçadas linhas.
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