quarta-feira, junho 20, 2007

SEM COMENTÁRIOS (mas sim para comentar)






















NOVA MODA


Pelo que é do conhecimento do dominio público geral, existe agora também na blogosfera uma verdadeira caça ás bruxas para quem manifeste opiniões contrárias a muitos iluminados politicos cá do burgo. Vasculha-se, mexe-se e remexe-se até se encontrar uma ponta solta que represente uma pseudo ofensa a um politico cá do burgo. Que caramba, já é ofensa dizer que um politico é corrupto, sujo e sem credibilidade?! Que fuck de pais em que já não se pode falar a verdade da mentira...

FUCK IT BERARDO!!!


O célebre milionário tuga Joe Berardo tem andado nas luzes da ribalta dos media nos últimos dias pela sua propalada OPA sobre o capital de acções do "meu" Benfica. No entanto após sucessivas explicações de vários amigos economistas e de ler e reler informação dita técnica, continuo sem perceber porque alguém que quer capitalizar e adquirir capital (passe a óbvia e deliberada redundância) de uma empresa, ofende verbalmente na imprensa um dos seus simbolos, e capitais activos. Falo obviamente das ofensas dirigidas a Rui Costa. Profissional exemplar e pessoa que tive o privilégio de ter conhecido (humilde e sem tiques de vedeta) nos meus primeiros passos como aprendiz de jornalista. O fuck it proferido por Joe Berardo pode ser redireccionado para todos os milionários parôlos cá do burgo, que gostando de ostentar a sua riqueza material, escudam a sua real ignorância com a ofensa fácil e arrogância desmedida . De estranhar o silêncio da direcção do SL.Benfica, perdendo um timing importante para defender um simbolo real do benfiquismo. Um dos last mohicans (juntamente com os já "extintos" Jorge Costa e Vitor Baia) de algum verdadeiro amor á camisola. Para o Rui apenas o obrigado por horas felizes de magia nos relvados e por um choro convulsivo de criança quando marcou um golo ao seu/nosso Benfica. Para Berardo, ave parda de sapiência banal, apenas : Fuck it Berardo!!!

segunda-feira, junho 18, 2007

EMPRESÁRIOS (sem sentido empresarial)


Tive um excelente professor - e amigo - que na minha iniciação na produção de eventos e de relações públicas me ensinou a tratar todos por igual, mas a diferenciar "aquele" grupo especial dos mobilizadores de turbas para os eventos e partys. Aquele gajo e aquela "gaja" (sou um cavalheiro dai as aspas na "gaja"), que mobilizam e que aglutinam à sua volta dezenas, centenas ou milhares de pessoas para eventos vários. Outra golden rule, é o pagamento atempado (mediante o acordado) de verbas referentes a esse trabalho de mobilização/angariação de clientes. Toda esta pequena e banal introdução para dar um forte abraço de solidariedade a um grupo de amigos que neste momento produz um dos melhores ( em termos qualitativos/quantitativos) eventos mensais da noite portuense e que nesse mesmo evento foi nitidamente prejudicado por gente sem sentido de futuro. Empresários sem escrúpulos e com a mira do lucro fácil existem muitos. Acabam em si mesmos no fogo da sua ignorância, devorados pela sua ganância. Pessoas como vocês existem poucas : Chamam-se lideres de opinião...

ACADEMIA REABRE



O mitico bar dos estudantes do Porto reabre portas (agora pintadas a vermelho). Após alguns meses de interregno, entre altos e baixos, reabre um espaço que bem faz falta à turba estudantil do Porto. Nos meus sete anos como Relações Públicas e Gerente, nunca a frase "amem-me ou odeiem-me, mas falem de mim", se pode adequar tanto a um espaço como ao mitico Academia. Gostem ou não gostem, é um a referência de muitas gerações de capa e batina. O futuro? À vontade dos homens pertence.


P.S Private/Public Joke : E já agora Toninho aka António Ribeiro, deixa lá de fazer denúncias à (pobre) policia por fantasmas que não existem. É que sabes, existem mesmo pessoas que só querem trabalhar e construir. Capice?!

O DESEMPREGO DE FIGO(ou como o silêncio é mesmo de ouro)


Lembro-me que a minha primeira grande entrevista foi no longinquo ano de 90 com cheiro de verão quente e aromatizado. Nervoso graúdo ao entrevistar o professor Carlos Queiroz numa maratona (pobre e paciente professor...) de três horas, fruto do primeiro contacto com uma figura superstar. No ano seguinte após o bi-campeonato de sub-20 para os tugas, a tarefa avizinhava-se mais dificil. Entrevistar de uma só vez, os craques Paulo Torres, Emilio Peixe e um Mister Big que já levava o mundo do futebol ao delirio : Luis Figo. Durante os anos seguintes Figo assumiu-se como um lider carismático, um jogador predestinado com espirito de liderança e consequente carga de profissionalismo, indiscutivel, indesmentível e inquestionável (a minha teoria absolutista dos três "Is"). Custou-me portanto "engolir" a sua afirmação aquando da sua - abortada - transferência para as arábias , exclamando que era tão somente um jogador de futebol desempregado. Afirmação normal dirão muitos. Afirmação banal digo eu. Quando estamos numa encruzilhada na lusitânia de desemprego galopante. Quando estamos num pais em que existe gente a passar fome. Quando estamos num pais em que os politicos são na generalidade banais, corruptos ou potencialmente corruptíveis. Quando estamos num pais fatalista feito de fatalidades feridas de morte. Quando nos agarramos aos nossos idolos mitificantes (como Figo), não existe paciência para ouvirmos frases banais de gente inteligente e que singrou - justamente - na vida. É que , caro Luis Figo, temos que nos agarrar aos sonhos que figuras como tu ainda nos possibilitam. Caro amigo, nunca digas o que nao pensas nem sentes. Já conquistaste espaço para tal façanha. Não concordas?!

22 NIGHT


SEXTA 22 FIESTA CARDÁPIO :
JONHNY+BIT+JUKEBOX+AESTHETIC
LOCAL DA TURBULÊNCIA : MALDITO BAR Nº35 INFANTE DOM HENRIQUE STREET (RIBEIRA DEL PUERTO JUNTO AO FERREIRA BORGES).

BEFORE 22´S PARTY REMEMBER SOME MOMENTS...














































sábado, junho 16, 2007

22 IS THE NIGHT


Um evento aqui do je em parceria com a excelente Anomalia Produções. Uma noche que promete no novo Maldito Bar na Ribeira do Porto, aos sons dos bigs do drum bass nortenho. Entrada apenas a três "drums", e bebidas a partir de 1 euro. Não percas uma noche que promete fazer furor no coração do Porto.

quarta-feira, junho 13, 2007

CHOVER NO MOLHADO


Lá fora a chuva escorre rápida em gotas envoltas de formigas humanas a passar rapidamente nos sussuros das ruas cinzentas. É verão insipido e com contrastes dualistas que alimentam a expectativa que seja já amanhã que o sol de verão intenso rompa de forma imparável e plena. Um cigarro banal marca o ritmo pachorrento de um texto aplacado na sua fúria. As cinzas são a prova de acusação que falam caladas, sussurando que tudo se transforma e tudo se liga de forma complexamente simplista. O cinismo dos copiosos humanos é que quebra o gelo e derrete o calor dos jogos de afectos e por vezes nos leva a quase desistir, a quase deixar de acreditar. mas no meio do caminho - envolto de dúvidas etéreas - surge sempre um farol de luz - momentaneamente duradoiro no espaço, mas constante e captado no tempo - que nos leva mais uma vez a (re) acreditar na grande teia universal. Confusos? Basta olhar para as cinzas encandescentes de um cinzeiro e fumar sonhos.

segunda-feira, junho 11, 2007

CARTAS SOLTAS DO PORTO (I)


Querida mãe aqui corre tudo bem. A queima já a chegar com toda aquela magia que me percorre, com a ansiedade de ser a primeira de algumas (espero que não muitas!). Já sabes que o filhote é também animal da noite, e anseia pela semana mais longa do ano. Com os tios e o primo está tudo bem. Têm sido uma ajuda importante neste primeiro ano de adaptação. Confesso que a idéia de voltar para Faro e o medo de tentar e falhar já me abandonaram. As saudades - óbvio - são muitas, muitas mesmo! Saudades de te deixares dormir na minha cama à espera que eu chegue de mais uma noitada. Saudades das "rabugises" carinhosas do pai. Saudades dos amigos. Saudades também dos cheiros e odores. Incrivel não é?! foi preciso sair do nosso Algarve para me aperceber que tudo tem cheiros e paladares, e tudo se resume aquele sentimento de alma vazia que sente a falta de algo. Bem estou a adorar a aventura rumo ao desconhecido. um passo de cada vez, como tudo me dizes. Por vezes é dificil, quero tudo rápido de mais! Mas enfim como o pai diz o tempo há de me mudar um pouco nessa ansiedade de estar sempre com sede de algo que não consigo definir. Há já me esquecia! Convidaram-me para fazer parte da Associação de Estudantes e eu, obviamente, aceitei. Um desafio dentro de outro desafio. Bem isto tá a ficar preto de dinheiro. Sabes como é, vida de estudante (Eheheh). se puderes passar no banco e depositar algum dinheiro, agradecia!!! Morro de saudades. Por vezes sinto-me sozinho entre a multidão sabes?! faz-me falta ir na rua e conhecer todos os rostos. Aqui parecem formigas no meio da selva!!!


Beijos para vocês do sempre vosso : Paulinho

Abril de 94

sábado, junho 09, 2007

EU GERAÇÃO DE 74 TE ACUSO (injustamente)


Hoje o mundo gira de outra forma menos lirista. Envolvido num (a)braço ditado pelas leis da globalização fria e do mercantilismo selvagem. A religião de culto é o materialismo fundamentalista, criado pelos talibans católicos e ateus. A marca do teu telemóvel é importante no teu conceito de vida. Cresceste ao som da música fria feita por computadores impessoais e frios. Vestes os jeans da moda e a mini- saia do momento. Não te envolves, não te comprometes, não arriscas tudo e no entanto fazes tudo para ganhar o emprego certo e socialmente aceitável. Acto de submissão continuo, renegas os teus amigos diferentes. Amigos? Tens amigos ou icones da moda e da estética perfeita? será que tens mesmo amigos? Esfolaste os joelhos a jogar futebol? Andaste á estalada com o teu melhor amigo(a) por algo banal mas profundo? Certamente que não. Isso seria crime lesa estética perfeita. Misturar o sangue e os odores, acto que é penalizado com o desterro existencial na lógica na qual cresceste. Mas pergunto-te no alto dos teus sub- 21 anos; tens amigos? O teu silêncio tórrido diz me instintivamente que não. Já há muito na tua imaturidade matura, aceitaste as regras do jogo e sabes que tens que jogar sempre para ganhar. Combater pela certa e pela frieza que os tempos ditam. Assumidamente a minha geração é a do desenrasca. Somos os malditos que acreditavam e continuam a sonhar. Golpeados pelos tempos modernos de forma mortal. No entanto ainda não interiorizamos que tu é que estás certo na tua lógica de vivência neste mundo insuspeitamente de pedra fria sem calor vulcânico, sem odores de pecado positivo. Sim. Acuso-te injustamente pelo meu desajuste aos novos tempo que correm onde o vinho novo me sabe na boca a vinagre puro e a puro veneno amargo e fétido. Talvez nunca comprendas as minhas palavras mas gosto da tua geração, gosto da tua forma de estar cool e desinibida. Mas sabes só não comprendo porque não utilizas a inteligência que possuis para procurar o teu caminho individual - pessoal e intransmissível, teu BI genético - unido naquela realização colectiva doce que a amizade transmite. Desculpa. Paro por agora; um velho amigo liga-me e para os meus irmãos de sangue e fortuna desafortunada há sempre uma gota universal do meu tempo diluido. Para ti? Um abraço de irmãos desavindos - mas sempre irmãos - separados pela trama universal do momento presente que corre parado.

EU GERAÇÃO DE 74 ME CONFESSO


Lembro-me essencialmente dos joelhos esfolados. Sangue misturado com lama molhada da chuva de inicio de inverno. Futebol dominical entre amigos, perante o olhar petrificado mas complacente das mamãs extremosas, na altura da chegada a casa após a batalha campal amigável. Jogávamos futebol com alma de putos adolescentes que julgavam dominar o mundo dos adultos. Saiamos e tragávamos as primeiras cervejas, chorávamos as primeiras paixões ardentes. Ardiamos de tesão pela vida que estava já ali para ser vivida e sentida, não somente nos nossos caminhos e aspirações individuais, mas também no acto generoso de união colectiva entre amigos intemporais. Éramos a geração de setenta e quatro, moldada ainda nas ilusões e sentimentos de nossos pais. Valores simples, (re)ajustados a um mundo que já queria mudar e deixar-nos confusos na encruzilhada existencial que as mudanças profundas criam e das dúvidas que dai advém. Crescemos juntos. Chorámos de raiva doce quando o Farense perdeu a final da taça em 89 e arrastámos 35 mil a uma só voz no Jamor. Rimos nervosamente quando lutámos contra a prova geral de acesso (PGA) em 90, e fomos suspensos por encarcerar a nossa escola com correntes de liberdade. Gritámos com gestos de vitória quando conquistamos - por mérito próprio - o acesso outrora negado a nossos pais (pela vida madrasta de outros tempos) à universidade e seus sonhos quiméricos. No hiato do tempo fomos pais e mães, fomos combatentes com causas colectivas e não somente próprias. Fomos amantes e amigos, carrascos dóceis com crises de consciência e executados com o pescoço orgulhosamente esticado - rumo ao cadafalso - com a arrogãncia que a razão lirista arrasta.

quarta-feira, junho 06, 2007


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REINAR SOBRE MORTOS : ESPECIAL PALESTINA/ISRAEL


Duas realidades, duas culturas, duas formas de viver. Interligadas, abraçadas num genocidio multiplo onde todos são inocentes culpados. Uma luta milenar que ultrapassa largamente o contra recorrente do binómio entre o bem e o mal. Neste especial fotográfico simplesmente meditem sobre a terra manchada de sangue; onde os inimigos se tornam irmãos de causa perdida no solo tombado da morte. Lutar, sofrer, magoar e ser magoado. Nunca viver.

TIANANMEN FOI HÁ 18 ANOS - FOTOS COR DE LUTO











A FALSA (extrema) ESQUERDA HUMANISTA




Alguém ainda têm dúvidas que a insanidade de Chavez vai pintar a Venezuela de luto com nuance de vermelho-sangue? Dou apenas o exemplo de um ex-patrão que tive, que tendo como capa o vermelho marxista e devotada admiração por Fidel, era na sua práxis empresarial apenas um ditador com capa da (i)moralidade falsa que coloca uma pelicula envolta em tons humanistas, como nas grandes ditaturas de esquerda no mundo. Não me apetece dar mais tempo de antena (por hoje...) às questões das ditaduras de direita e de esquerda no mundo. Sou um animal livre contra as grilhetas e correntes que continuam a fomentar a opressão no mundo. Uma questão de lirismos? Não. Apenas uma questão de práxis mundana : Viver e deixar viver. Até que o pó retorne ao pó, ou quem sabe até à próxima encarnação.

A VERDADE DA MENTIRA (II)


Com os novos tempos vieram os tiques e maneirismos de uma extrema direita renovada a nível europeu. Camuflada num autoritarismo esteticamente aceitável, disfarça-se, seduz e penetra no ventre materno das sociedades. Aproveita divisões e fomenta falsas soluções para problemas de fundo, e qual messias salvador abre os mares da discórdia e planta - falsamente - a semente de uma paz renovada mas com regras de aço, envolta em palavras derramadas com tom passional e paternal. Tudo isto a propósito da mais recente medida do governo francês liderado por Nicolas Sarkozy : atribuição de um subsidio de 6 mil euros a todas as familias de emigrantes que queiram regressar aos eu pais de origem . Presente envenenado; forma de , sob uma capa de bondade calcutiana, discriminar e filtrar os indesejados emigrantes. Esqueçe-se o novo e autoritário presidente francês, que no pós guerra quem reconstruiu a França devastada foram os pretos do senegal, os vermelhos de marrocos e da argélia, os brancos de portugal. Por mais que tentem, por mais que doa na consciência de alguns iluminados do burgo, a França deve o seu avanço geo estratégico, económico e cultural muito a esta influência de décadas onde os sangues se cruzam, entre a esperança e a desilusão, entre a dor e o prazer.

" A subtileza do pensamento consiste em descobrir a semelhança das coisas diferentes e a diferença das coisas semelhantes." Montesquieu

TEMPERATURAS AO RUBRO (ou a calma antes do grande mergulho)

O verão rompe sempre para mim - algarvio de gema - as correntes redutoras do espirito e da carne; o calor funciona como um catalizador de emoções, com a mesma magia da bonanca que precede a tempestade tumultuosa, bela mas destruidora, sedutora mas voraz. Para mim o verão tem a lógica inversa da tempestade ciclicamente natural nos seus processos e devastadora no fim em si mesma. Antecipa - o verão - o salto antes do grande mergulho. Representa a acalmia falsa mas confortante, antes de lutas e batalhas de capital importância. Sempre assim foi para mim, sempre assim o será. Até que a alma vacile e o corpo cale, se quebre e consinta a paz dos submissos. Até lá continuo piamente a acreditar que a calma do sol de Agosto, antecede o fervor sonoro e visual do aço das espadas misturando-se com o sangue dos imortais. Afinal um acto de rebeldia de todos aqueles que se recusam a submeter e esperar que a vida os devore, sem sentirem a adrenalina que antecede o grande mergulho. Coisas de algarvios com o código genético alterado...

segunda-feira, junho 04, 2007

SERIAL KILLER versus SILÊNCIO DOS INOCENTES


Repugnou-me profundamente visionar as imagens da entrevista do ex cabo da GNR António Costa; o tristemente serial killer de Santa Comba Dão. A expressão mortal de culpado estampada no rosto, os movimentos tensos e nervosos, negando o óbvio já (com)provado, e mais grave : Acusando terceiros pelos três crimes bárbaros que cometeu. Apenas mais um comentário : Que serviço jornalistico prestou a SIC ao dar tempo de antena a um individuo culpado de crimes hediondos e repugnantes, comprovados em tribunal e por intermédio de provas indiscutíveis? Existem certamente casos de injustiça nas prisões tugas. Aquele não será um deles certamente.Tempo de antena ao culpado. Tempo de silêncio aos inocentes mortos. Tempo de revêr critérios jornalisticos.

sábado, junho 02, 2007

A VERDADE DA MENTIRA (ou a lógica do fogo interior)


No meio da imensidão da luta diária, sinto-me calmo e tranquilo. O fogo interior flui forte e constante, com a segurança ansiosa que a idade vai transmitindo, qual código genético recodificado de forma subliminar. Altura de aceitar novos desafios e reforçar apostas como a paixão de escrever e a produção de eventos. Afinal a musa sensual Sharon Stone fala verdade no meio da ficção do Instinto Fatal : O ideal de vida é mesmo foder que nem martas e criar putos traquinas. Assino por baixo sem hesitação. Nos intervalos da aplicabilidade da filosofia de vida ideal, trabalha-se e luta-se, escrevendo novos capitulos eternamente inacabados.

sexta-feira, junho 01, 2007

I FOUGHT THE LAW AND THE LAW WAS (ou a unica vez que fui preso na vida)


Corria o ano de 2005, ainda na ressaca de um Euro - versão soccer 2004 - louco e produtivo, com saraivadas de noites longas, selvagens que amanheciam ao som de mil linguas diferentes. Após a euforia de um ano rápido, silenciosamente voltaram as perseguições dos oficiais de multas da câmara municipal e seus aliados - fardados em tom bafientos - de décadas. A criminalidade voltou a subir na velha ribeira, e novamente tudo se conjugou para o regresso (e retrocesso) à velha lei do pequeno terror e alta pressão. A densidade do ar ribeirinho começou a ficar um pouco turvada de cheiros indescritíveis e movimentos bruscos de figuras sombra assumidas. No mitico Ribeirinha lutava-se com as armas possiveis para suplantar cenários reais de terror e perseguição sistematizada pela lógica fria do sistema institucionalizado. Numa sexta-feira louca e movimentada; fruto de trabalho e planificação anárquica (como dita o velho código de Da Vinci das regras dos filhos da noche), figuras policiais ciosas na avareza dos seus fracos deveres, vasculharam fantasmas (e cds...) e ordenaram o fecho do templo por aquela noite que nascia louca e selvagem. Acho que na cabine do dj alguém tocou "Chamei a Policia". Ofensa rapidamente assimilada com voz de prisão ao Relações Públicas de serviço. Uma estadia rápida de 2 horas na tristemente célebre 9ª esquadra, esgrimindo argumentos sólidos com figuras que a história apagará em cinzas banais. Saida em glória triste, rodeado por dezenas de clientes e amigos. Que siga a fiesta...são 6 e 30 da madrugada. Tempo de after hours e canalizar a revolta da tribo em música e copos tragados na liquidez da fúria e revolta. Quando tudo acabou, fruto talvez da irreverência do alcool, passei em tons de desafio na porta dos vendilhões medrosos do templo policial. Olhei olhos nos olhos para a lua, e sussurei "I fought the law and the law was".

PARA IRENE COM AMOR


Lembro-me apenas dos cheiros fortes visuais; das fragâncias perdidas na pele enrugada de várias décadas de trabalho duro e precário. Recordo-me também do jeito irreverente e cumplice, das conversas tragadas na nossa intimidade publica familiar. Penso na força que iradiava na sua aparente fragilidade de mulher-mãe e de mulher-avó; afinal criatura galinha de seus ovos que - à sua maneira - eram sempre de ouro puro, reluzente e forte. Humor cáustico corrosivo até ao fim. Viajou e divagou, partiu e fez voo sem se despedir de mim. Crime sem perdão no fulgor do momento. Perdoado pelo tempo intemporal que traz a maturidade e tolerância feita de açucar refinado que se derrete nas ondas da memória. Guardo até ao final da minha vida conturbada uma frase tranquila, ditada horas antes do começo da minha aventura rumo à Invicta : Com amor tudo se cria e tudo se consegue. Acho que minha memória descritiva lhe chamava outrora Irene. Hoje não recordo o nome, apenas a miscelândia de sentimentos quentes que me percorrem as veias da memória. Beijo grande. Until we meet again. Not yet. Not yet.

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