Dia tradicionalmente destinado à mentira do ano, forma de brincar ou fugirmos à realidade nua e crua. Em todos os tablóides de referência "petas"; umas maiores do que outras, com mais ou menos graça. Dia também da fundação do "meu" Farense (nos infernos da 3ª nacional), e das comemorações adjacentes que pulvilharam Faro de um colorido clubista ainda forte e intenso.
No entanto é um dia, pela sua génese "lúdica" da mentira, de reflectirmos um pouco sobre a mentira que nos rodeia na imagem flácida das máscaras de todos os nós no dia a dia, na frieza com que por vezes encaramos as pessoas e sua essência; da forma rude como por vezes atropelamos os outros (e somos também abalroados...). Tentando fazer sentido no contraditório...no dia da mentira...a verdade. Que verdade? A verdade que nos assola a todos nós nas nossas horas mais negras e sombrias, nos medos que possuímos dentro de nós e que muitas vezes temporizam o tempo e nos param nas decisões simples mas necessárias para o nosso bem estar existencial e metafisico.
A(s) verdade(s) afinal que não conseguimos nem queremos encarar: Que para fugirmos do medo, temos que dar um passo no escuro, sentir o coração a acelerar na dúvida do que vem a seguir; agarrarmos a mão que está aberta e dar os primeiros passos num caminho cheio de pedras para remover. Acompanhados...nunca sozinhos...
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