Por norma as segundas-feiras são daqueles dia fornicados por natureza em que a dose de inspiração não está em alta. Tudo começa no café, logo pela manhã, no qual rostos cinzentos com dentes amarelos, desdizem de sua sorte; (re)contam as desgraças atrozes das suas vidas e colocam-nos sob a pressão de que tudo vai mal neste país, e por consequência em nós mesmos.
A seguir corremos para o trabalho e cruzamo-nos com condutores a lançarem calão de taberna ao vento, pensando na foda que não deram, na vida que não ansiaram ou na mulher que simplesmente toleram e já não desejam. Passamos depois para o local de trabalho onde a onda de pessimismo se mantém: Camuflada e turva por vezes; outras vezes amiúde mais declarada e voraz. No final do dia levamos com mais uma dose fodida de má sina e triste fado. desta vez a empregada que nos vende o pão assanhada contra o boss que quer devorar tudo menos a massa transformada do vil trigo...
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