Tenho uma admiração do caraças pela minha doce e frágil avó Barbara. No alto dos seus doutos 90 anos consegue ter uma fluidez de memória que nos deixa a todos encaralhados pela rapidez com que destila nomes, efemérides; funerais, baptizados, casamentos ou divórcios.
A minha avó "Tajana" é daquelas mulheres duras com fundo doce que se fizeram nos tempos difíceis em que para dar de comer aos filhos, tinha-se que curvar a espinha aos senhores feudais que dominavam o alentejo profundo. Toda a vida trabalhou no duro no campo; nos "intervalos" teve tempo para criar em pleno 2 netos (O Flávio e a Elisa) e dar imenso amor a outros 4 (Nuno, Marco, Pedro e eu mesmo). Nada falha na sua destilação de memória; entre uma lágrima sincera ou um esgar de sentimento mal disfarçado de comoção, deleita-me sempre com a candura sempre daqueles que mesmo vivendo uma vida, querem continuar a lutar por mais um dia de luz dos vivos. Sem lapsos de memória...Estas linhas hoje são para ti avó...do coração...
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