O ex-secretário de Defesa dos EUA Donald Rumsfeld e outros altos funcionários compartilham grande parte da culpa pelos abusos aos detidos na prisão iraquiana de Abu Ghraib e em Guantánamo, segundo um informe do Senado americano. O documento do Comitê de Serviços Armados, difundido pelo presidente do grupo, o democrata Carl Levin, assinala que Rumsfeld contribuiu ao autorizar técnicas de interrogatórios agressivas em 2 de dezembro de 2002. Apesar do ex-secretário ter retirado o aval seis semanas depois, a aprovação continuou se espalhando nos círculos militares americanos e respaldou o uso de técnicas duras em lugares distantes como o Iraque e o Afeganistão, aponta o informe. O documento conclui ainda que as ações de Rumsfeld foram "uma causa direta do abuso aos detidos" em Guantánamo e "influenciaram e contribuíram para o uso de técnicas abusivas" nas guerras do Iraque e do Afeganistão. "O abuso aos detidos em Abu Ghraib no final de 2003 não foram simplesmente resultado de que uns poucos soldados atuaram por conta". "As técnicas de interrogatório como despir os presos, colocá-los em posição de estresse e usar cachorros militares adestrados para intimidá-los apareceram no Iraque somente depois de que o uso da força foi autorizado no Afeganistão e em Guantánamo", assinala o documento. O escândalo do tratamento aos detidos de Abu Ghraib e a revelação posterior de interrogatórios agressivos pelos EUA, como a simulação de afogamento, provocaram a indignação internacional e a acusação de que Washington permitia a tortura dos prisioneiros, o que o governo nega. O presidente eleito dos EUA, Barack Obama, já afirmou que pretende fechar a prisão de Guantánamo.
Cit in Estadão São Paulo
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