O meu pai - como milhares da sua geração - serviu tropa em pleno conflito colonial. Trinta e três meses passados em Angola reforçaram ainda mais seus ideais de liberdade e sentimento rancoroso - mas puro e sincero - contra um regime fascista que dilacerava a sua juventude, asfixiava as suas gentes na ignorância e iliteracia e fomentava o crescimento de um império à base do medo repressivo. Ele sentiu o cheiro e apelo de África. Ainda hoje fala com uma imensidão de carinho saudosista de áfrica e suas gentes; afinal o apelo doce das sensações do continente negro. A guerra colonial continua mas não no corpo e alma dos ex-combatentes - que hoje se abraçam de forma fraterna e cúmplice - mas sim nos actos de cobardia e despudorados dos politicos da lusofonia no seu global, que persistem em não reconhecer os ex-combatentes e seus direitos como cidadãos de primeira, remetendo-os para o lugar limbo chamado esquecimento.
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