As recente polémicas explosivas no Tour de France acerca de novos casos de doping, vieram relançar toda a problemática envolvente, não só no ciclismo mas na quase totalidade das modalidades denominadas de topo ou de alta competição. De facto o desporto na sua génese global já ultrapassou à muito o conceito lirista das primeiras olimpiadas da era moderna (1896-Atenas pela mão de Pierre de Coubertin) ou do conceito simplista de "mente sã em corpo são".
O desporto mundial potencia receitas de vária ordem, de biliões de euros anuais. Como tal, as exigências do circo-espectáculo são cada vez maiores, obrigando a uma pressão psicológica (e da própria estética hedonista de uma sociedade que só aceita vencedores) que leva muitas vezes os atletas-actores a recorrerem a substâncias para melhorarem a sua performance e desempenho. No entanto antes de condenar friamente tão somente os atletas - artistas do espectáculo maior e menor - parece-me da mais elementar justiça também procurar juntar no banco dos réus produtores de televisão, magnatas do desporto e comunicação, politicos (essencialmente de regimes totalitários que utilizam o desporto como modelo propagandistico) e os pseudo empresários ou agentes. A questão mais pertinente de tal aplicabilidade, será de natureza funcional : Não existirão bancos de veludo para sentar o traseiro de tantos culpados...
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