Sou bastante critico (sem beliscar a sua qualidade profissional) sobre a coluna que Miguel Sousa Tavares escreve no Jornal A Bola, pela sua parcialidade que muitas vezes resvala no radical mal educado e birrento. No entanto hoje sou "obrigado" (com imenso prazer) a bater continência acerca do admiravel, ácido e bem medido artigo opinativo que transmite na génese a estrutura mental débil e imberbe (gosto da palavra...) que povoa a cabeça da tropa futebolistica cá do burgo e dos novos recrutas que chegam maioritariamente da América do Sul. Numa altura que o pais atravessa uma crise grave e profunda na qual todos nós (bem...a maioria de nós) tenta lutar, sobreviver e seguir em frente; é de profundo mau gosto ser confrontado diariamente com a exposição narcisista dos luxos e devaneios das pseudo-vedetas. Quero lá saber se o Quaresma fez uma tatto nova, ou se o Ricardo vai ganhar 1,5 milhões de euros para o Bétis, ou que o Simão tem um novo penteado com trancinhas afro. Não quero saber, e revolto-me com o facto que sou OBRIGADO a saber pela massificação - mitificação - que tenho que digerir diariamente nos media, ávidos por noticias vendáveis que não são factuais ou relevantes. Neste momento espacio-temporal vende-se na lusitânia não factos mas sim sonhos quiméricos impossiveis de atingir ao comum cidadão dito normal que trabalha e paga os seus impostos. É por estas e por outras que, tendencialmente, vou dando razão aos exilios que os bons profissionais cá do burgo vão fazendo, rumo a outras paragens com mentalidades mais saudáveis e menos mito-dependentes.
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