segunda-feira, junho 18, 2007
sábado, junho 16, 2007
22 IS THE NIGHT
quarta-feira, junho 13, 2007
CHOVER NO MOLHADO
Lá fora a chuva escorre rápida em gotas envoltas de formigas humanas a passar rapidamente nos sussuros das ruas cinzentas. É verão insipido e com contrastes dualistas que alimentam a expectativa que seja já amanhã que o sol de verão intenso rompa de forma imparável e plena. Um cigarro banal marca o ritmo pachorrento de um texto aplacado na sua fúria. As cinzas são a prova de acusação que falam caladas, sussurando que tudo se transforma e tudo se liga de forma complexamente simplista. O cinismo dos copiosos humanos é que quebra o gelo e derrete o calor dos jogos de afectos e por vezes nos leva a quase desistir, a quase deixar de acreditar. mas no meio do caminho - envolto de dúvidas etéreas - surge sempre um farol de luz - momentaneamente duradoiro no espaço, mas constante e captado no tempo - que nos leva mais uma vez a (re) acreditar na grande teia universal. Confusos? Basta olhar para as cinzas encandescentes de um cinzeiro e fumar sonhos.
segunda-feira, junho 11, 2007
CARTAS SOLTAS DO PORTO (I)
Querida mãe aqui corre tudo bem. A queima já a chegar com toda aquela magia que me percorre, com a ansiedade de ser a primeira de algumas (espero que não muitas!). Já sabes que o filhote é também animal da noite, e anseia pela semana mais longa do ano. Com os tios e o primo está tudo bem. Têm sido uma ajuda importante neste primeiro ano de adaptação. Confesso que a idéia de voltar para Faro e o medo de tentar e falhar já me abandonaram. As saudades - óbvio - são muitas, muitas mesmo! Saudades de te deixares dormir na minha cama à espera que eu chegue de mais uma noitada. Saudades das "rabugises" carinhosas do pai. Saudades dos amigos. Saudades também dos cheiros e odores. Incrivel não é?! foi preciso sair do nosso Algarve para me aperceber que tudo tem cheiros e paladares, e tudo se resume aquele sentimento de alma vazia que sente a falta de algo. Bem estou a adorar a aventura rumo ao desconhecido. um passo de cada vez, como tudo me dizes. Por vezes é dificil, quero tudo rápido de mais! Mas enfim como o pai diz o tempo há de me mudar um pouco nessa ansiedade de estar sempre com sede de algo que não consigo definir. Há já me esquecia! Convidaram-me para fazer parte da Associação de Estudantes e eu, obviamente, aceitei. Um desafio dentro de outro desafio. Bem isto tá a ficar preto de dinheiro. Sabes como é, vida de estudante (Eheheh). se puderes passar no banco e depositar algum dinheiro, agradecia!!! Morro de saudades. Por vezes sinto-me sozinho entre a multidão sabes?! faz-me falta ir na rua e conhecer todos os rostos. Aqui parecem formigas no meio da selva!!!
Beijos para vocês do sempre vosso : Paulinho
Abril de 94
sábado, junho 09, 2007
EU GERAÇÃO DE 74 TE ACUSO (injustamente)
Hoje o mundo gira de outra forma menos lirista. Envolvido num (a)braço ditado pelas leis da globalização fria e do mercantilismo selvagem. A religião de culto é o materialismo fundamentalista, criado pelos talibans católicos e ateus. A marca do teu telemóvel é importante no teu conceito de vida. Cresceste ao som da música fria feita por computadores impessoais e frios. Vestes os jeans da moda e a mini- saia do momento. Não te envolves, não te comprometes, não arriscas tudo e no entanto fazes tudo para ganhar o emprego certo e socialmente aceitável. Acto de submissão continuo, renegas os teus amigos diferentes. Amigos? Tens amigos ou icones da moda e da estética perfeita? será que tens mesmo amigos? Esfolaste os joelhos a jogar futebol? Andaste á estalada com o teu melhor amigo(a) por algo banal mas profundo? Certamente que não. Isso seria crime lesa estética perfeita. Misturar o sangue e os odores, acto que é penalizado com o desterro existencial na lógica na qual cresceste. Mas pergunto-te no alto dos teus sub- 21 anos; tens amigos? O teu silêncio tórrido diz me instintivamente que não. Já há muito na tua imaturidade matura, aceitaste as regras do jogo e sabes que tens que jogar sempre para ganhar. Combater pela certa e pela frieza que os tempos ditam. Assumidamente a minha geração é a do desenrasca. Somos os malditos que acreditavam e continuam a sonhar. Golpeados pelos tempos modernos de forma mortal. No entanto ainda não interiorizamos que tu é que estás certo na tua lógica de vivência neste mundo insuspeitamente de pedra fria sem calor vulcânico, sem odores de pecado positivo. Sim. Acuso-te injustamente pelo meu desajuste aos novos tempo que correm onde o vinho novo me sabe na boca a vinagre puro e a puro veneno amargo e fétido. Talvez nunca comprendas as minhas palavras mas gosto da tua geração, gosto da tua forma de estar cool e desinibida. Mas sabes só não comprendo porque não utilizas a inteligência que possuis para procurar o teu caminho individual - pessoal e intransmissível, teu BI genético - unido naquela realização colectiva doce que a amizade transmite. Desculpa. Paro por agora; um velho amigo liga-me e para os meus irmãos de sangue e fortuna desafortunada há sempre uma gota universal do meu tempo diluido. Para ti? Um abraço de irmãos desavindos - mas sempre irmãos - separados pela trama universal do momento presente que corre parado.
EU GERAÇÃO DE 74 ME CONFESSO
Lembro-me essencialmente dos joelhos esfolados. Sangue misturado com lama molhada da chuva de inicio de inverno. Futebol dominical entre amigos, perante o olhar petrificado mas complacente das mamãs extremosas, na altura da chegada a casa após a batalha campal amigável. Jogávamos futebol com alma de putos adolescentes que julgavam dominar o mundo dos adultos. Saiamos e tragávamos as primeiras cervejas, chorávamos as primeiras paixões ardentes. Ardiamos de tesão pela vida que estava já ali para ser vivida e sentida, não somente nos nossos caminhos e aspirações individuais, mas também no acto generoso de união colectiva entre amigos intemporais. Éramos a geração de setenta e quatro, moldada ainda nas ilusões e sentimentos de nossos pais. Valores simples, (re)ajustados a um mundo que já queria mudar e deixar-nos confusos na encruzilhada existencial que as mudanças profundas criam e das dúvidas que dai advém. Crescemos juntos. Chorámos de raiva doce quando o Farense perdeu a final da taça em 89 e arrastámos 35 mil a uma só voz no Jamor. Rimos nervosamente quando lutámos contra a prova geral de acesso (PGA) em 90, e fomos suspensos por encarcerar a nossa escola com correntes de liberdade. Gritámos com gestos de vitória quando conquistamos - por mérito próprio - o acesso outrora negado a nossos pais (pela vida madrasta de outros tempos) à universidade e seus sonhos quiméricos. No hiato do tempo fomos pais e mães, fomos combatentes com causas colectivas e não somente próprias. Fomos amantes e amigos, carrascos dóceis com crises de consciência e executados com o pescoço orgulhosamente esticado - rumo ao cadafalso - com a arrogãncia que a razão lirista arrasta.
quarta-feira, junho 06, 2007
REINAR SOBRE MORTOS : ESPECIAL PALESTINA/ISRAEL
Duas realidades, duas culturas, duas formas de viver. Interligadas, abraçadas num genocidio multiplo onde todos são inocentes culpados. Uma luta milenar que ultrapassa largamente o contra recorrente do binómio entre o bem e o mal. Neste especial fotográfico simplesmente meditem sobre a terra manchada de sangue; onde os inimigos se tornam irmãos de causa perdida no solo tombado da morte. Lutar, sofrer, magoar e ser magoado. Nunca viver.
A FALSA (extrema) ESQUERDA HUMANISTA
Alguém ainda têm dúvidas que a insanidade de Chavez vai pintar a Venezuela de luto com nuance de vermelho-sangue? Dou apenas o exemplo de um ex-patrão que tive, que tendo como capa o vermelho marxista e devotada admiração por Fidel, era na sua práxis empresarial apenas um ditador com capa da (i)moralidade falsa que coloca uma pelicula envolta em tons humanistas, como nas grandes ditaturas de esquerda no mundo. Não me apetece dar mais tempo de antena (por hoje...) às questões das ditaduras de direita e de esquerda no mundo. Sou um animal livre contra as grilhetas e correntes que continuam a fomentar a opressão no mundo. Uma questão de lirismos? Não. Apenas uma questão de práxis mundana : Viver e deixar viver. Até que o pó retorne ao pó, ou quem sabe até à próxima encarnação.
A VERDADE DA MENTIRA (II)
Com os novos tempos vieram os tiques e maneirismos de uma extrema direita renovada a nível europeu. Camuflada num autoritarismo esteticamente aceitável, disfarça-se, seduz e penetra no ventre materno das sociedades. Aproveita divisões e fomenta falsas soluções para problemas de fundo, e qual messias salvador abre os mares da discórdia e planta - falsamente - a semente de uma paz renovada mas com regras de aço, envolta em palavras derramadas com tom passional e paternal. Tudo isto a propósito da mais recente medida do governo francês liderado por Nicolas Sarkozy : atribuição de um subsidio de 6 mil euros a todas as familias de emigrantes que queiram regressar aos eu pais de origem . Presente envenenado; forma de , sob uma capa de bondade calcutiana, discriminar e filtrar os indesejados emigrantes. Esqueçe-se o novo e autoritário presidente francês, que no pós guerra quem reconstruiu a França devastada foram os pretos do senegal, os vermelhos de marrocos e da argélia, os brancos de portugal. Por mais que tentem, por mais que doa na consciência de alguns iluminados do burgo, a França deve o seu avanço geo estratégico, económico e cultural muito a esta influência de décadas onde os sangues se cruzam, entre a esperança e a desilusão, entre a dor e o prazer.
" A subtileza do pensamento consiste em descobrir a semelhança das coisas diferentes e a diferença das coisas semelhantes." Montesquieu
TEMPERATURAS AO RUBRO (ou a calma antes do grande mergulho)
O verão rompe sempre para mim - algarvio de gema - as correntes redutoras do espirito e da carne; o calor funciona como um catalizador de emoções, com a mesma magia da bonanca que precede a tempestade tumultuosa, bela mas destruidora, sedutora mas voraz. Para mim o verão tem a lógica inversa da tempestade ciclicamente natural nos seus processos e devastadora no fim em si mesma. Antecipa - o verão - o salto antes do grande mergulho. Representa a acalmia falsa mas confortante, antes de lutas e batalhas de capital importância. Sempre assim foi para mim, sempre assim o será. Até que a alma vacile e o corpo cale, se quebre e consinta a paz dos submissos. Até lá continuo piamente a acreditar que a calma do sol de Agosto, antecede o fervor sonoro e visual do aço das espadas misturando-se com o sangue dos imortais. Afinal um acto de rebeldia de todos aqueles que se recusam a submeter e esperar que a vida os devore, sem sentirem a adrenalina que antecede o grande mergulho. Coisas de algarvios com o código genético alterado...
segunda-feira, junho 04, 2007
SERIAL KILLER versus SILÊNCIO DOS INOCENTES
Repugnou-me profundamente visionar as imagens da entrevista do ex cabo da GNR António Costa; o tristemente serial killer de Santa Comba Dão. A expressão mortal de culpado estampada no rosto, os movimentos tensos e nervosos, negando o óbvio já (com)provado, e mais grave : Acusando terceiros pelos três crimes bárbaros que cometeu. Apenas mais um comentário : Que serviço jornalistico prestou a SIC ao dar tempo de antena a um individuo culpado de crimes hediondos e repugnantes, comprovados em tribunal e por intermédio de provas indiscutíveis? Existem certamente casos de injustiça nas prisões tugas. Aquele não será um deles certamente.Tempo de antena ao culpado. Tempo de silêncio aos inocentes mortos. Tempo de revêr critérios jornalisticos.
sábado, junho 02, 2007
A VERDADE DA MENTIRA (ou a lógica do fogo interior)
No meio da imensidão da luta diária, sinto-me calmo e tranquilo. O fogo interior flui forte e constante, com a segurança ansiosa que a idade vai transmitindo, qual código genético recodificado de forma subliminar. Altura de aceitar novos desafios e reforçar apostas como a paixão de escrever e a produção de eventos. Afinal a musa sensual Sharon Stone fala verdade no meio da ficção do Instinto Fatal : O ideal de vida é mesmo foder que nem martas e criar putos traquinas. Assino por baixo sem hesitação. Nos intervalos da aplicabilidade da filosofia de vida ideal, trabalha-se e luta-se, escrevendo novos capitulos eternamente inacabados.
sexta-feira, junho 01, 2007
I FOUGHT THE LAW AND THE LAW WAS (ou a unica vez que fui preso na vida)
Corria o ano de 2005, ainda na ressaca de um Euro - versão soccer 2004 - louco e produtivo, com saraivadas de noites longas, selvagens que amanheciam ao som de mil linguas diferentes. Após a euforia de um ano rápido, silenciosamente voltaram as perseguições dos oficiais de multas da câmara municipal e seus aliados - fardados em tom bafientos - de décadas. A criminalidade voltou a subir na velha ribeira, e novamente tudo se conjugou para o regresso (e retrocesso) à velha lei do pequeno terror e alta pressão. A densidade do ar ribeirinho começou a ficar um pouco turvada de cheiros indescritíveis e movimentos bruscos de figuras sombra assumidas. No mitico Ribeirinha lutava-se com as armas possiveis para suplantar cenários reais de terror e perseguição sistematizada pela lógica fria do sistema institucionalizado. Numa sexta-feira louca e movimentada; fruto de trabalho e planificação anárquica (como dita o velho código de Da Vinci das regras dos filhos da noche), figuras policiais ciosas na avareza dos seus fracos deveres, vasculharam fantasmas (e cds...) e ordenaram o fecho do templo por aquela noite que nascia louca e selvagem. Acho que na cabine do dj alguém tocou "Chamei a Policia". Ofensa rapidamente assimilada com voz de prisão ao Relações Públicas de serviço. Uma estadia rápida de 2 horas na tristemente célebre 9ª esquadra, esgrimindo argumentos sólidos com figuras que a história apagará em cinzas banais. Saida em glória triste, rodeado por dezenas de clientes e amigos. Que siga a fiesta...são 6 e 30 da madrugada. Tempo de after hours e canalizar a revolta da tribo em música e copos tragados na liquidez da fúria e revolta. Quando tudo acabou, fruto talvez da irreverência do alcool, passei em tons de desafio na porta dos vendilhões medrosos do templo policial. Olhei olhos nos olhos para a lua, e sussurei "I fought the law and the law was".
PARA IRENE COM AMOR
Lembro-me apenas dos cheiros fortes visuais; das fragâncias perdidas na pele enrugada de várias décadas de trabalho duro e precário. Recordo-me também do jeito irreverente e cumplice, das conversas tragadas na nossa intimidade publica familiar. Penso na força que iradiava na sua aparente fragilidade de mulher-mãe e de mulher-avó; afinal criatura galinha de seus ovos que - à sua maneira - eram sempre de ouro puro, reluzente e forte. Humor cáustico corrosivo até ao fim. Viajou e divagou, partiu e fez voo sem se despedir de mim. Crime sem perdão no fulgor do momento. Perdoado pelo tempo intemporal que traz a maturidade e tolerância feita de açucar refinado que se derrete nas ondas da memória. Guardo até ao final da minha vida conturbada uma frase tranquila, ditada horas antes do começo da minha aventura rumo à Invicta : Com amor tudo se cria e tudo se consegue. Acho que minha memória descritiva lhe chamava outrora Irene. Hoje não recordo o nome, apenas a miscelândia de sentimentos quentes que me percorrem as veias da memória. Beijo grande. Until we meet again. Not yet. Not yet.
BODY COUNT
Segundo dados da amnistia internacional, no ano de 2006 morreram 39 mulheres em Portugal, fruto de maus tratos e abusos. Numeros nos quais convém meditar, aprofundar questões, e - essencialmente - encontrar mecanismos de protecção que previnam ao máximo um crime abusivo e hediondo. Maria Clementina Pires poderia fazer parte deste numeros manchados a sangue de vermelho vivo. No entanto, após 40 anos de maus tratos sistemáticos, deu uma machada literal no companheiro de tormentos e pesadelos negros. Ontem ao ser julgada, foi ilibada da acusação de homicidio privilegiado e libertada perante os aplausos da multidão. Obviamente que eu também aplaudo a decisão inteligente e sagaz do juiz João Grilo. Poderemos afirmar que um homicidio é um homicidio. Puro engano...homicida é todo aquele que mata sem justificação, com o factor real da imposição da força bruta sem caracter justificativo. Maria Clementina durante 40 anos sentiu. Ao ano 41 agiu e reagiu. Machada forte no sistema das coisas, envolvida numa certa aurea mistica de justiça poética e funcional.
terça-feira, maio 29, 2007
O LADO MONSTRO DO FUTEBOL
Jorge Valdano, reputado analista do futebol mundial e ex-jogador de eleição, escrevia há cerca de um mês na sua coluna de opinião em "A Bola", que na Argentina actual as claques castram, limitam e ditam as leis dentro e fora do relvado do universo-futebol. Nos últimos dias novos confrontos, jogos suspensos, feridos, terror e drama. Cá no burgo ainda não chegou a tanto; mas não deixa de ser irónico observar os denominados três grandes a assobiar para o ar relativamente à questão hot das suas respectivas claques. Em tempos de aparente acalmia criticam-se as claques, cortam-se (aparentemente...) apoios. Nas alturas de assembleias gerais e outros genéricos intragáveis, recorre-se ao "produto" antes rejeitado para acalmar as hostes e impôr a lei de alguns (falsos) iluminados. Por estas e por outras é que me tornei um apaixonado pelo futebol de sofá, entre uma garrafa de borba e a companhia quente dos amigos, esquecendo que o espectáculo rei tem um lado negro. Pego no comando e perante a concordância geral passo do campeonato pachorrento tuga para as maravilhas espanholas e inglesa, versão liga competitiva. Por cá joga-se a feijões, batendo-se em sacos de batatas imaginários, qual versão quixotesca dos moinhos de vento imaginários de La Mancha. Interrogo-me será a Carolina Salgado a nossa Doroteia?!Nanh!!!
DANGER!!! CHAVEZ IS IN THE AIR
O sui generis presidente venezuelano, continua a fazer das suas no que concerne a transformar o seu pais num modelo fechado de não desenvolvimento, e de feudalização da estrutura económica/produtiva, politica e social, de forma a servir os seus propósitos. Agora chegou a vez de atacar a área suculenta e apetitosa dos media. Com o encerramento de um dos mais populares canais privados do pais, Chavez decapitou um dos seus principais oponentes mediáticos; afinal politica normal de quem quer impôr um regime totalitário e em circuito fechado, somente com aliados de proximidade ideológica e geográfica como a Bolivia ou a ortodoxa Cuba. Não se adivinham tempos fáceis nem para os Venezuelanos nem para a vasta (e próspera...) comunidade tuga a residir no pais. Mundo de opostos ideológicos radicais que se tocam no que concerne à arte de impôr, agredir e castrar o ser individual na sua capacidade de liberdade, bem como automatizar a própria estrutura da sociedade, dotando o estado de mecanismos repressivos e totalitários. Tendencialmente os extremismos de esquerda e direita tocam-se de forma firme, caminhando unos na arte de desafiar a maior essência e capacidade do ser humano : O livre arbitrio.
sábado, maio 26, 2007
TOTALITARISMO FUNCIONAL
Pensei erradamente que a triologia dos três "Fs" (Futebol, Fátima e Fado) tivesse sido totalmente erradicada com os ventos de Abril de 74. Infelizmente a nossa classe politica teima em exercer toques de Midas com mãos totalitaristas. Tudo isto a propósito da propalada suspensão de um professor de inglês (Fernando Charrua, antigo funcionário do DREN) pelo simples facto de ter, alegadamente, (re)contado uma piada spicy sobre o Primeiro Ministro José Sócrates. Triste pais que não se sabe rir de si próprio e de seus devaneios e falhas, ameaçando -actuando - de forma censória para quem não segue os padrões de uma sociedade, que afinal perdeu Abril, e descobre novos trilhos perigosos para percorrer.
quinta-feira, maio 24, 2007
CARMONA SIM CARMONA NÃO
A anunciada derrocada social democrata em Lisboa, fechou o ciclo em si mesma, com o anuncio da candidatura à presidência da Câmara de Lisboa por parte do ex-presidente da edilidade Carmona Rodrigues. Sentindo-se ferido (quem não se sente não é hijo de boa gente) pela forma como foi conduzido para fora da cadeira presidencial, Carmona demonstra coragem independente (e politica...) para, tal como Helena Roseta, desafiar as máquinas e lobbies partidários. Carmona Sim. No entanto ao assumir que os principais impulsionadores da sua recandidatura são dois dos arguidos no processo BragaParque, Carmona assume um hara-kiri moral indefensável. Definitivamente os Lisboetas dirão : Carmona Não!
quarta-feira, maio 23, 2007
FANATIZAÇÃO DOS NÃO CRENTES
O médio-oriente continua a ser retalhado a ferro de aço ensaguentado, com sucessivas batalhas apocalipticas nos quais - como em qualquer conflito - quem sofre o maior numero de baixas é a população civil. Os não crentes - disfarçados de devotos fanáticos - continuam a ditar leis de destruição em ondas sucessivas e crescentes de ventos bafejados com o odor pestilento da morte anunciada. Entre árabes radicais e judeus pudicamente ortodoxos, somente a conivência da velha europa e o jogo densamente estratégico (cinico) dos states, parecem ser pior que a matança diária. Pior de quem sente, é quem - dubiamente- consente.
A OUTRA FACE DA QUESTÃO
A nova lei (?!) que estabelece quotas obrigatórias para o tempo de antena geral dos partidos politicos, consoante a sua importância e share eleitoral, adaptada para a realidade do canal publico, só merece um simples comentário : Após 33 anos de instrumentalização da televisão publica pelos sucessivos governos, a emenda é terrivelmente pior que o triste soneto. Também a avaliação do trabalho jornalistico sobre as peças produzidas sobre os partidos politicos, remete para a imagem escolhida por mim para ilustrar este pequeno artigo. Foi efectivamente escrita e legislada por caras de...(não tão sensuais como o da foto...).
WILD CATS AND WHITE ANGELS
Existem pessoas que marcam e pessoas que passam simplesmente pela história colectiva e individual de forma ténue, sem deixar pegadas nas areias do deserto rápido do relógio do tempo. Dou comigo a pensar que tenho sido um privilegiado de poder conhecer, intuir, sentir e estar com pessoas especiais e marcantes. De mim não falo, se serei apenas uma pegada na areia que o tempo se encarregará de fazer esqueçer e apagar de forma radical, ou se serei alguém que deixarei um rasto que se afirmará no tempo sem tempo. Entre o equilibrio momentâneo e a insanindade terpidante permanente, lembro-me de Wild cats e White Angels, prova que o segredo do elixir da vida, é beber no sumo dos anjos brancos de luz e das feras selvagens que conhecemos; afinal o eterno binómio no qual tudo se resume a uma luta de extremos dentro de nós próprios. Acendo um cigarro perigoso e ouço "sangue oculto" dos GNR. Existem dias mais misticos do que outros.
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