quinta-feira, julho 29, 2010
(+)Vergonha
Como já seria de supôr, ficou novamente adiada a leitura do acórdâo final relativamente ao (tristemente) famoso processo Casa Pia.
Entre enrabanços sucessivos de adiamentos processuais, entre fornicadelas e truques dos advogados de defesa (cerca de 1300 contestações apresentadas...); entre encavadelas de coito (não) interrompido, entre a ligeireza do costume num processo que se arrasta que nem uma puta moribunda no (de)leite de uma cama de ossadas encobertas nos lençóis de cetim dos poderes podres e velhos.
Bem...forma irónica em português de taberna, de vos transmitir a minha indignação sobre o...estado "desta merda toda"...
quarta-feira, julho 28, 2010
Fada(s) dos Dentes
A onda de calor continua em crescendo, despoletando uma dor de dentes forte e intensa, fruto de um dente de siso mal amanhado e com descuido óbvio do detentor que derrama estas linhas. Insónia forçada e teimosamente longa, leva-me a pegar no portátil, emigrar momentaneamente para a varanda, disfarçando na escrita a dor incomodativa.
Lembro-me das histórias de fábula que povoaram a minha versão infantil, onde os contos populares da minha mãe e avós, se misturavam com as "tangas" normais de histórias (re)inventadas pelo clã familiar central mencionado, visando dar ordem e disciplina mental a uma criança irrequitea e ávida de curiosidade do mundo.
Imaginava uma qualquer fada dos dentes, voando raso, recebendo os meus dentes de leite caidos em troca de desejos vários. Com cabelo brilhante e olhos claros, reluzia em associações mentais de criança, fazendo-me voar para cenários desconhecidos e novas aventuras.
Os anos passam e as dores e desafios perfumados por vezes de barreiras densas, são de outro tom. No entanto a capacidade de sonhar e ver nas dificuldades o ponto de partida para novas vitórias continuam a me alimentar a alma - nua - daquelas defesas que nos transformam em animais conformados em que o negro do negativismo impera.
Por vezes não é fácil combatermo-nos a nós próprios e (re)inventarmos os caminhos a galgar. Nessas alturas penso em todos aqueles que amo e respeito, os que estão perto e os que (aparentemente) estão longe e distantes. Afinal, herdei essa capacidade das minhas Fadas dos Dentes...
domingo, julho 25, 2010
Canção do Engate
Dia de calor aproveitado para uma caipirinha à beira mar, seguida de areia nos pés e leitura, molengona e saborosa, destilada até ao final da tarde solarenga. Verão quente com os primeiros incêndios (deliberados ou não...) a surgirem nos media à beira mar plantados, onde o mundo parece parar e a minha mente encontra paz interior.
O meu olhar desvia-se (nada) subtilmente do livro de ocasião (fugaz)para se fixar de forma compenetrada num casal de idosos também colocados no areal tórrido e quente. Ela, com cabelo ainda grisalho e com uns olhos azuis magnéticos; incrustados simetricamente numa tez morena e com traços da beleza de outrora. Ele, com ar malandro e descarado, bigode branco e farto; sinais de vida bem vivida e com maneirismos de uma viuvez de longa data, já aceite na tranquilidade das pedras que povoam o caminho da vida.
Não contenho o riso (in)discreto pela troca de palavras amenas no ocaso das idades; em que o "macho" faz a corte à "femea". Ela timidamente recua satisfeita pela insistência determinada do "bigodes". Ele solta um riso sedutor e recomeça a "canção do engate". Bom chegar ao limiar do sol e da lua e ainda pensar na arte complexa da conquista. Arrumo a tolha e o livro, e discretamente deixo os love birds sozinhos no areal denso e já quase deserto.
sexta-feira, julho 23, 2010
Verão Azul
Confesso-vos, que eu - algarvio convicto - tenho a maior das dificuldades mentais de aceitar o verão desajustado que povoa nesta altura a minha Invicta de adopção. Entre ondas de calor galopante, ventos frios e noites em que é necessário puxar o lençol para tapar as partes "pudibundas"; lembro-me com ansiedade da contagem decrescente rumo às minhas vacaciones no meu Algarve de acolhimento umbilical.
Na retina, surgem as imagens que se multiplicam: A velha enrugada do costume a vender no areal branco bolas de berlim gordurosas e açucaradas, o café fumegante bebido em qualquer esplanada perto da praia; ou a imagem sensual/cómica dos corpos femininos reluzentes ao sol, mostrando ora as curvas sensuais, ora a celulite maldita acumulada durante mais um ano.
Já me imagino a pegar na toalha, esticar-me ao sol como camarão a fritar com margarina derretida na crosta e a ler qualquer livro de ocasião. O vento suave do final de tarde a indicar-me caminho para um mergulho tranquilo; antes de (mais) uma noite com amigos destilada e umas cervejas geladas em qualquer ponto de encontro à beira mar.
Brasil? Palma de Maiorca? Côte D'Azur? Ok...respeito...mas Algarve for me...
quarta-feira, julho 21, 2010
Fascismo
Tenho sempre presente na memória subliminar as histórias várias que meu pai, homem de convicções de esquerda como eu, me contava acerca da tirania de Salazar e seus capangas musculados com forma animal na temida PIDE/DGS.
Pequeno parágrafo introdutório para criticar de forma racinal mas quente, as alterações que o PSD de Passos Coelho quer formatar na constituição tuga. De facto, suprimir o ensino gratuito consagrado na constituição aos comuns cidadãos, apagar a consagraçao de serviço free de saúde aos tugas, bem como "mexer" nas lógicas democráticas de associações ( e associação de...) de cidadãos (grupos de defesa de direitos comuns, corporativas e afins) não é mais que um ataque descarado ao conceito de democracia (boa e má) que os ventos de Abril de 74 nos trouxeram.
Para mim, passe a dureza crua das palavras, este ataque encapotado num qualquer conceito de pós modernidade legislativa, somente tem um nome: Fascismo!!!
terça-feira, julho 20, 2010
O Buraco (da BP)
Os recentes happenings no Golfo do México revelam os perigos ecológicos que estão sempre latentes nesta sociedade tendencialmente consumista e devoradora voraz do devir tecnológico sempre em mutação. Os lobbies (fenómeno consagrado por lei nos States por exemplo) dão azo a que estes desastres nefastastos acontecam ciclicamente.
A BP, como todos as grandes lógicas estruturais corporated, passa por cima das regras com o aval de governos (neste caso o Americano) e comete atrocidades como a agora ocorrida e sem solução (aparente) à vista. Lá, como Cá, tapa-se o sol com uma peneira e com remendos para "inglês ver". Lá como Cá...engana-se com o aval dos poderes institucionalizados. Lá, como Cá...o mundo gira no sentido da rotação dos poderosos...
De Madrugada
Rasgo os pensamentos no meio de um chá morno e de um cigarro que teima em acender. Cansado, arrasto-me até à varanda após uma noite fodidamente laboral que ditou tempo extra, acrescentado ao dia normal de trabalho. Contemplo a lua, descalço os meus pré-conceitos, sabendo que não irei conseguir estruturar um texto lógico e fluido.
Calmamente, aceito as regras do jogo e vagueio nómada em frases quebradas e sem nexo conclusivo do "como" um texto deve ser derramado: Com fluidez, principio, meio e fim. A idéia de, a esta hora tardia, colocar uma moral no texto ao meu jeito e modo arrepia-me, quase tanto como o cansaço que sinto.
Formato o ar estranhamente denso parecendo anunciar algo (ainda) não tangível. Arrasto os ossos até ao leito de descanso para dormitar algumas (poucas) horas e acordar com a auto motivação que molda os desafios por (re)conquistar. A vida é mesmo esta puta tramada e aliciante: O aço a moldar-se ao sabor da espada diária...ou será ao contrário?!
segunda-feira, julho 19, 2010
México
Quando me recordo do México vem-me sempre à memória uma noite de copos em Vigo há uns anos atrás na companhia de amigos e com o "embarcar" (não emborcar...) de passageiros conforme a noite se destilava em cenários vários.
Conheci ai uma simpática Mexicana, jornalista de uma TV Espanhola, que me falou do seu país com a alma saudosista do fado tuga mas com a raiz em tons mais coloridos e positivos. Recordo-me das rodadas de tequilha, com "coronitas" à mistura, e da conversa que fluiu até de madrugada clara e envolvente.
Hoje ao visionar pela "enésima" vez a violência que varre todo o pais, lembrei-me dessa noche buena e de que afinal o terror dos cartéis de droga mexicanos e seus lords são filme não ficcional e sem final à vista. Triste mas real e factual.
domingo, julho 18, 2010
E Se...?
No plano da vitória anunciada, Cavaco Silva perfilha-se como o triunfador sem brilho das próximas presidenciais na tugolândia. Mas e se... Cavaco optar pela não recandidatura a Belém e deixar caminho aberto para uma nova vaga(s) de direita, bem como para os barões da esquerda e independentes (?!) soaristas se degladiarem por um lugar ao sol do ceptro de presidente?
O FC Porto, do tenrinho Vilas Boas, acaba de ganhar ao Ajax por 1-0. Encomendam-se já as faixas da glória perdida para os lados do Dragão; comentando-se juras de vingança desportiva (extra túneis de preferência) como resposta às recentes vitórias das águias (outroras depenadas) do messiânico Jesus. Mas e se...Vilas Boas não chegar ao Natal e abrir a ferida hedonista a Pinto da Costa de que "nem tudo o que Mourinho toca é ouro"?
O PSD de Passos Coelho arrepia caminho e ultrapassa Sócrates e seu PS nas sondagens encomendadas, dando corporização cientifica à crise Sócratica do "orgulhosamente só" (cavaco dixit há alguns anos aprés...). O mesmo Coelho (Passos) afasta o cenário de um bloco central solidário para fazer face à crise. Portas (Paulo) espreita qual caçador furtivo à espera de melhor timing de assalto ao poder partilhado. Mas...e se Sócrates bater com a porta e encerrar o seu ciclo antes do tempo previsto?
E Se...?
Escritas (no sofá)
Derramo um moscatel sublime deitado no sofá aberto de palavras soltas. Estendido, adquiro a posição certa para o clique mental, que permite o disparo de pólvora molhada; mola impulsionadora para mais palavras e ideias sem rumo definido.
O acto de escrita, para mim, representa um processo criativo de rebeldia. Forma de corporizar num contexto fisico o que penso do mundo, das pessoas e das vivências inerentes. Não gosto de compartimentos estanque nem das denominadas regras formais da escrita cinzenta e pré-formatada de estética e conteúdo.
Vomito palavras e sua pontuação com a a cadência que a minha mente ordena e assume os desejos de, através do verbo, partilhar a minha posição no mundo. Faço uma pausa para acender um cigarro, enroscando-me no sofá como um bebé no colo materno.
Afinal solto apenas a criança sincera que existe em todos nós...sem barreiras nem dogmas...verto nas teclas e observo fugazmente o copo meio vazio, meio cheio. Lá fora o sol brilha e o mundo gira...tal como a vida...
Back to Back
Decididamente, conforme a idade flui, adquirimos uma capacidade para enfrentar problemas e barreiras de caminho muito similares ao nosso clã patriarcal. A maturidade que a idade arrasta, é acompanhada por mecanismos de defesa que "compramos" nos caminhos e ruelas da vida, mas que "bebemos" da seiva base da experiência daqueles - outrora - duramente criticados por nós.
Ao fim ao cabo, a vida é um mecanismo de processos não tão rico e vasto como podemos pensar; tão somente o constatar que afinal o "rei vai nu" e existem padrões de defesa e de ataque com sensações de déjà vu subliminar; corporizado nas nossas lutas, anseios, vitórias e derrotas do dia a dia.
Somos o que somos, pelas nossas partilhas com os outros e pelos circulos simbióticos que se repetem nos padrões, mas com cores próprias da identidade de cada um. Somos o que amamos, somos o que sofremos, somos o que conquistamos e perdemos; afinal a vida é um mar de influências em que, momentaneamente, conseguimos pintar a nossa identidade individual.
Mas continuo com a minha teoria "banal": Esta viagem não é mais de que um regresso às origens que constituem cada um de nós...um "Back to Back"...
terça-feira, julho 13, 2010
Profissão: Assessor
Ainda ensonado, "avio" o 2º café do dia, preparando-me para mais uma batalha laboral e mundana. Entre apontamentos rabiscados na ponta da minha caneta de estimação; revejo os tópicos mais importantes do dia: Sonho d'Afectos, Eco Kids (Espaço Encantado), bem como o estudo que o MM me "encomendou" sobre algumas nuances da já mitica Forever Young.
Mais do que números frios e elaboração de processos comunicacionais com denominadores de partida comuns; procuro empregar em tudo o que desenvolvo, um toque em que o human touch com aqueles que solicitam minha colaboração, seja o ponto base de partida para soluções e sinergias positivas.
Tal como na vida, o que sou como pessoa reflecte-se nas lógicas laborais que procuro estabelecer. Mais fácil e agradável conviver com a sinceridade e critica de pessoas como o Paulo Oliveira, Diana, Miguel Baptista ou Miguel Mesquita, do que com a flacidez e capas pseudo profissionais de muitos burros estéticos cá do burgo...
Nuestros Hermanos
Revejo a festa monumental que uniu toda a Espanha em torno da vitória da roja no mundial sul africano, e não deixo de derramar um pensamento sincero sobre os nuestros hermanos: Não os invejo, simplesmente admiro-os.
O espirito de comunhão rumo a um objectivo comum, a alegria espontânea da celebração, demonstram o que dolorosamente nos separa dos vizinhos do "quintal do lado". A cagança peidante tipicamente portuguesa, o arranjar de desculpas para falhanços e barreiras de caminhos trilhados; bem como o indisfarçável mal estar acerca das vitórias e triunfos dos outros, espelham tão somente a nossa mentalidade cinzenta enraizada num fado negativo e sem rumo.
Hoje, orgulhosamente, sinto-me um pouco espanhol, pela sua vitória magnifica e pela forma sincera na arte derramada dos festejos. Pragmaticamente, tudo na vida é constituido na génese por vitórias e derrotas. O que "muda" é a forma corporizada de assumir as mesmas.
Por mim - reafirmo - hoje, amanhã e sempre serei espanhol na atitude e na crença que o futuro somente é construido com as dores lombares das grandes quedas que antecedem o gosto doce do mel das vitórias e saltos de fé qualitativos. Sem fado negativo e com rumo...
domingo, julho 11, 2010
Trapézio Voador
Lembro-me de ser um puto verde e inocente e adorar as feras do circo, os palhaços coloridos e os malabaristas elásticos. Metia-me medo os leões e os elefantes que desfilavam ao som do chicote de um qualquer domador férreo e ditador nos actos mecânicos de subjugação.
Mas o meu fascinio galopava nas asas de um bom número de trapézio voador. Encarava a chegada dos meus heróis, no meio de collants justas e lantejoulas fora de moda, como o momento único que marcava a minha ida ao circo da minha juventude.
O factor do risco anunciado era assumido no silêncio de morte que, derramado no ar, tomava conta das centenas de espectadores anónimos na bancada colorida pelo algodão doce rosado e picocas estridentes de gula juvenil e adulta.
Agarrava as mãos de meus país com a força de um amante jogado vorazmente na boca doce de sua cara metade. Suspirando fundo, fixava o olhar nos desafiadores da lógica gravitacional, daqueles que se prendem no sonho que comanda a vida e não tem medo de voar livres.
Diferença(s)
Escrevo estas linhas minutos após a selecção de nuestros hermanos ter ganho (justamente) o mundial 2010 in South Africa. Os meus "favoritos" da laranja mecânica sumarenta, perdem a sua 3ª final e voltam para o país das túlipas com as mãos a abanar mas com a sensação de dever (quase) cumprido.
Lembro-me das diferenças cada vez mais acentuadas entre Portugal e Espanha. Recordo que em 92, aproveitando as Olimpiadas em Barcelona, as entidades competentes do país vizinho encetaram esforços para dotar Espanha não somente de infra-estruturas desportivas modernas e funcionais mas essencialmente de programas de "crescimento desportivo" com lógica, forma corporizada e conteúdo consistente.
18 anos depois, assumem-se como potência mundial na nuance desportiva global e não somente no futebol mas também no motociclismo, basquetebol, automobilismo e tantas outras variantes de desportos individuais e colectivos.
Falando em colectivismo...vejo na tv a festa em Espanha, com cor e optimismo nos rostos apesar de um desemprego galopante e um decrescimento económico acentuado. A esperança...sempre a esperança...do nosso canto à beira mar esburacado não vale apena falar hoje. Seria um discurso (quase) fatalista de amargo fado...
sexta-feira, julho 09, 2010
O Polvo
Com o Mundial 2010 a apenas 1 game do final, as atenções voltam-se para o...polvo Paul, arauto animal das runas da sorte e do azar futebolistico. Este peculiar vidente tentacular tem o condão de ter acertado em todos os resultados de grandes competições nos últimos 2 anos (Euro 2008/Mundial 2010); falhando apenas 1 resultado na escala dos prognósticos.
Para este Domingo o Polvo já vaticinou e escolheu os nuestros hermanos como vencedores potenciais perante a laranja mecânica Holandesa. Falo por moi...além de Polvo ser das poucas comidas intragáveis para mim; espero sinceramente que o carrossel do refinado futebol Espanhol seja travado pelos meus preferidos, em tons de laranja dos países-baixos.
O futebol, tal como o amor, não se explica, simplesmente sente-se e escolhe-se um dos lados instintivamente...sem tréguas e com muita luta...
quinta-feira, julho 08, 2010
quarta-feira, julho 07, 2010
Em Viagem
Rodopio de calor enquanto o comboio se movimenta de forma lânguida e sonora. Entre velhos e novos, brancos e negros; o rosto variável dos estados de espirito que percorrem cada um. "Escamo" as novas plataformas sociais de comunicação da O.N.G Sonho d'Afectos, ganhando um pouco de tempo para o dia calorento e com horas que vão passar rapidamente.
Paro um pouco e penso que afinal a vida é mesmo um comboio, ora meio cheio, ora meio vazio. Versão metafórica somente para recordar que nem sempre somos maquinistas e puxamos (pensamos erradamente de que..) as carruagens sozinhos (não há super heros...) e que, por vezes, pensamos ser um passageiro (aparentemente) solitário sem futuro definido.
Basta olhar para os rostos numa carruagem de comboio para lermos a sina positiva que a vida é feita e ecoa no "nós colectivo". Desço na estação que me é destinada e acendo um cigarro tranquilo enquanto que procuro um qualquer canto para beber um café fumegante.
3000 (+1)
Quando há mais de 3 anos decidi colocar nas teias cibernáuticas um blogue on line, estava longe de imaginar o caminho que se avizinhava pela frente. Em plena febre da moda blogger, senti a necessidade de partilhar o que sou, o que faço; e derramar a minha visão subjectiva do mundo, enquanto pequeno actor da teia global.
Como em todos os actos de amor, este "filho" teve dores de parto, de crescimento, crises existenciais. Com alegrias e tristezas no caminho a minha escrita revelou - revela - sem máscaras o que eu sou, minha forma de encarar o mundo; meus anseios e desejos. Minhas frustrações e medos.
Escrevo estas linhas à pressa sem a pompa de 3001 artigos colocados on-line de mim para vós, fiéis destinatários de minhas linhas, imagens e videos. Supreendido mas feliz com as mais de 35 mil visitas de 102 paises da esfera planetária e de um crescimento estruturado que coloca este espaço entre os mais vistos da blogosfera nacional (e não só...).
Acendo o primeiro cigarro do dia, pego na sacola de ombro e começo a derramar os objectos de trabalho para mais uma jornada de luta. Na mente já penso nos próximos 3000...e 1....e sorrio...
terça-feira, julho 06, 2010
Calor
Mais um dia de calor crescente, em que o factor motivação de mais um dia de trabalho tem de se aliar à escolha adequada de roupa soft para enfrentar mais um dia hard.
A vantagem de trabalhar na área da comunicação (das poucas vantagens diga-se...) é que, salvo algum formalismo necessário, a lógica da descontracção impera e salva-nos das roupagens metódicas do normal mundo do trabalho. Afinal ainda se exclama a célebre frase "deixa estar...é jornalista!!!".
Favela Chique
Os recentes incidentes com membros de pseudo-gangues na praia do Tamariz, remetem-nos para a relação directa entre os níveis de pobreza cada vez mais elevados, associados ao facto que - verdade dura - tendencialmente fomentamos o crescimento de guetos de betão moral e fisico bem à vista de todos.
Acho de muito mau tom a hipocrisia reinante afirmativa de que somos um país aberto e tolerante sem laivos de racismo. Não existe maior ironia camuflada do que assumirmos essa frase como verdadeira e absoluta. Somos um país de gente com mente pequena e mesquinha; onde o racismo "inofensivo" está presente em pequenos actos e banalidades mundanas do dia a dia.
Culpamos os "outros" pelos nossos fracassos absolutos e nossos pequenos dramas. Se não temos emprego a culpa é dos "pretos", dos "brasucas"; dos gajos do leste. Esquecemos "apenas" que somos um país de emigrantes com cerca de 10 milhões de tugas espalhados pelo mundo globalizado e vivemos numsa sociedade global e aberta. Esquecemos também que muitos desses "outros" vem para Portugal para fazerem pela vida-puta de forma recta e honesta; afinal o melhor que sabem nestes tempos fornicantes de dificuldades acrescidas.
Nota final para os incidentes in Tamariz: O factor prevenção não passa somente por reforços policiais e acções para "inglês ver" após os confrontos e actos de violência. Passa por mais, muito mais...a começar nas mentalidades e mecanismos mentais de cada um de nós.
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