
Outro fenómeno de tralha camuflada a nível televisivo são os denominados programas pink que pintam as pinceladas do (i)real social.A metáfora e exarcebação das caras bonitas, dos corpos perfeitos, das casas principescamente decoradas, foi transposta dos tábloides para o pequeno-grande ecrã. Após mais um dia de luta (muitas vezes frustrante) o ser individual une-se na hipnose colectiva (leia-se coerciva) frente à TV, ora para ter acesso ao mito do belo, ora para visionar os (i)reality shows. Apenas duas faces da mesma moeda, por intermédio das quais esquecemos a fome em África, os conflitos do médio-oriente, as asneiradas de Bush ou a pequena corrupção irritante da Lusitânia pátria à beira mar adormecida num longo sono letárgico, no qual não existem príncipes encantados ou princesas a necessitarem de ser salvas de dragões, mas simples e tão somente figuras mitificantes produzidas (e destruidas...) pela TV. Quem duvida que o valor das "tias de Cascais" ou dos filhinhos do papá e mamã poderosos que brincam ao faz de conta laboral é pouco mais que zero elevado à raiz quadrada da estupidez?