Este final de semana foi marcado pelo 50 aniversário da construção do Cristo Rei na outrora capital absolutista do imperio de Salazar (Oliveira). Ao visionar as imagens da fé tipicamente tuga, lembro-me dos alicerçes do regime de terror que fundamentaram a construção; reforçando a triologia futebol-fátima-fado. Pelo caminho ficaram dezenas de familias que foram obrigadas a abandonar suas casas em nome da fé construcionista que visava reforçar não a fé dos homens, mas o punho de ferro de um regime ditatorial e despótico. O papel da igreja no tempo da ditadura de Salazar ficou por explicar, bem como o silêncio comprometedor do papa Pio XII na segunda guerra mundial. O homem comum do povo é sábio intemporalmente e continua a saber separar a sua fé individual e sua expressão consequente, do acto estático de uma igreja que continua a viver à sombra de pactos de regime com poderes de ocasião. Valha-nos a todos
- povo colectivo - a coerência que conseguimos ter ao separar o "trigo do joio".
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