Parece estar em alta novamente o fenómeno egocêntrico dos massacres. Egocêntrico ? Yes...o padrão tipo parece ser o eterno adolescente problemático com sede pelos holofotes da fama efémera, utilizando o advento da internet para pré-publicitar o seu happening social de horrror, no qual promete de forma séria matar e massacrar em nome de uma qualquer ideologia não existente. Exibe calmamente o seu instrumento de poder. Geralmente uma Big Gun estilizada, porque isto de estar na moda tem mais que se lhe dita. Nos meus tempos de pré adolescente a ganhar rotina para o devir existencial da adolescência per si, as preocupações latentes eram mais de ordem carnal e de afirmação junto aos elementos do sexo oposto. Éramos limitados intelectualmente - coitados de nós - não nos preocupavamos muito com ideologias, nem tinhamos posturas messiânicas sobre o egocentrismo de cada um de nós. Éramos colectivistas. Partilhávamos um cigarro ou 2 passas de um charro saudável. Tragávamos os momentos, antecipando a nostalgia que nos invadiria anos depois. Queriamos copos e garinas todos os dias; futebol aos domingos outonais de caneladas amigáveis mas competitivas e sangrentas. Queriamos noites longas entre conversas à porta da Igreja da Sé. Gostávamos de desafiar a bófia de forma quase respeitável, com a frieza insegura de um olhar desafiador de adolescente, legitimo detentor da inverdade do mundo. Basicamente nenhum de nós deu em assassino problemático apesar da mesada curta e das agruras das borbulhas da puberdade. Ainda hoje sobrevivemos num mundo estranho, prova viva que o homem anterior à década de 90 veio do amor entre dois seres; e que tudo o que precedeu teve origem nos corredores oleosos do Mac Donald´s, nas salas frias dos chats da internet e na etiqueta estilizada da Benneton. Desculpem...perdi-me...estávamos a falar de massacres?!
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