Confesso-vos: Estou quase a desistir de ler jornais e ver noticiários. Todos os dias as letras derramadas e as imagens em desfile televisivo falam da crise - puta real em forma de bête noir - e na sua influência "cientifica" - (tudo bem "explicadinho" claro está) na vida de todos nós.
Desde a teoria de como no Natal não iremos comer bacalhau mas sim atum, passando pelos preços (proibitivos) dos manuais escolares ou pelo aumento do desemprego para 2012. Sinceramente, se não fosse careca, ficaria diariamente com os cabelos em pé perante os cenários (reais) apresentados.
Todos nós sabemos, sentimos e respiramos a porra desta crise maldita e voraz, que dia após dia nos obriga (aos conscientes) a tentar reduzir custos e encontrar malabarismos para pudermos cumprir com as nossas obrigações (sejam elas quais forem) e mantermos um nível de vida digno e com alguma qualidade.
Sempre apreciei as coisas simples (não confundir com banais...), mas nesta fase ainda mais reforço o gosto dum copo de vinho entre amigos no final do dia em Santa Catarina, um café derramado sob a praia no sol de Matosinhos ou jantares com palavras ( e de preferência bom vinho tinto alentejano daqueles da promoção Pingo Doce...) destiladas até que o sono venha e as garrafas pinguem apenas miragens do liquido tragado pelas goelas sedentas de esperança para afugentar o fantasma da crise e reconstruir as teias do positivismo que devem pulvilhar a vida.