Descalço-me na varanda e derramo o corpo sobre o chão frio, ondulando as mãos para a subjectividade das teclas do portátil e pensando nas palavras que irão espontaneamente surgir.
Li em algum sitio, que a escrita é um acto (quase) cientifico em que o autor escreve quando está preparado para tal, qual movimento espartano disciplinado. Não concordo. Para mim a escrita - para quem gosta de escrever - não é mais que o demonstrar dos padrões da alma que sofre, sangra, ri, se alegra ou entristece.
Já escrevi peças jornalísticas "secas" e desprovidas de sal com a maior concentração. Por outro lado, os meus melhores textos - os subjectivos e críticos - surgiram após um bom copo de vinho, após uma noite de paixão ou na reconstrução de períodos onde as nuvens e as gotas de chuva cinzenta imperavam.
Escrever: Derramar linhas. Uma maldição. Um Tesão doce de prazer. Talvez - por vezes - um tormento viciante como longas e pausadas passas num cigarro lânguido após uma noite de carne de alma d'amor. Como muita coisa na vida: Simplesmente Talvez...
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