As chefias militares guineenses distribuíram hoje um comunicado de modo a esclarecer que não se encontra em curso nenhum golpe de Estado. Os comandos militares fizeram questão de esclarecer que "irão respeitar os poderes constituídos e dialogar com o Governo" de Carlos Gomes Júnior, noticiou o correspondente da RDP África, Califa Cassamá.No entanto, ainda nada foi dito sobre a concretização da via constitucional para resolver a presente situação: a ocupação interina da chefia do Estado, por um período de 60 dias, pelo actual presidente da Assembleia Naccional Popular, Raimundo Pereira, do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).Por outro lado, "tudo está agora sossegado na cidade de Bissau, não havendo pânico", declarou ao PÚBLICO, num contacto telefónico, o professor catedrático Delfim Silva, que pertence à direcção daquele partido.Acontece, porém, que bancos e casas comerciais estão encerrados, pouco trânsito se notando na capital guineense. Quase só se vêem carros militares e outras viaturas do Estado. Quanto ao edifício do Estado-Maior General das Forças Armadas, ruiu por completo devido ao atentado bombista de ontem, no qual morreu o respectivo chefe, general Tagme Na Waie, tendo levado a que, como represália, fosse atacada de madrugada a residência do Presidente João Bernardo Vieira, Nino, onde este acabou por morrer.O corpo de Nino Vieira encontra-se na morgue do Hospital Simão Mendes, mas ainda não existe conhecimento de quaisquer preparativos quanto ao seu funeral.