segunda-feira, julho 28, 2008

Natália Dixit

SOBE O PANO
Onde se solta estrangulado gritoHumaniza-se a vida e sobe o pano.
Chegam aparições dóceis ao ritoVindas do fosso mais fundo do humano.
Ilumina-se a cena e é soberano,no palco, o real oculto no conflito.
É tragédia? É comédia?
É, por engano,
O sequestro de um deus num barro aflito?
É o teatro: a magia que descobre
O rosto que a cara do homem cobre,
E reflectidos no teu espelho - o actor -
Os teus fantasmas levam-te para onde
O tempo puro que te corresponde
Entre horas ardidas está em flor.

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