O verão despoleta sempre recordações de cheiros e sensações de outros tempos vividos na ingenuidade dos verde anos. Lembro-me das idas à praia na adolescência; os jogos de sedução "teenagers". Cheira-me a café fumegante, a chá gelado ou sumo tropical, fresco na embriaguez da adolescência rebelde como as vagas do mar morno no Algarve. Futebol nos pés descalços e areia na cabeça arrogante da memória colectiva de um punhado de adolescentes a quererem penetrar no mundo dos adultos. Crescemos no tempo e espaço, mas talvez preservêmos uma réstia de esperança de criança rebelde dentro de nós. O mar revolto guarda o nosso segredo qual túmulo faraónico. Um dia o revelará, deitando na praia calma em Faro as memórias de outros náufragos. Fora do tempo, fora do contexto.
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