sexta-feira, dezembro 14, 2007

CONTOS DE NATAL (II)


O coração na época natalicia derrete-se mais facilmente. Quais flocos de neve terpidantes, tingido de vermelho púrpura, palpitando pelo passado de um ano passado com agruras e alegrias; sendo que o balanço terminal nunca é satisfatório ou completamente positivo. O nosso coração conhece sempre designios estranhos e insondáveis que nos permitem vacilar, continuar, cair, reerguer, voltar a tropeçar, voltar a levantar e todos os actos adjacentes à condição humana. Confesso-vos que eu não escapo a essa lógica avassaladora na qual o coração sente, consente, mas não cala e galopa furiosamente de forma anti aritmética e anti geométria linear e fria. Sempre fui assim. Pessoa de instintos e de afectos. Não consigo fazer "algo" sem o sentir verdadeiramente, sem estar envolvido na chama da luta, da conquista. Sou humano imperfeito, feito de tropeções e erros. Procurando siempre não prejudicar ninguém com esses mesmos erros de casting. Tarefa impossivel porque as nossas balas fazem ricochete e provocam danos colaterais. Mas não era esta a divagação que queria fazer quando começei a galope a escrever estas linhas cybernéticas à velocidade do chip de memória. No entanto - acto mecânico quente - a minha mão foge de forma alucinante para o teclado do pc e destila palavras por vezes sem nexo, embuidas em estilizações pessoais quase inteligíveis. Queria partilhar com vocês, tão somente o facto que para mim um belo conto de natal é ter a sensação quente do regresso ao meu Algarve de eleição; ás conversas tardias regadas a vinho tinto e presunto dos deuses, ao conforto do abraço Maternal e do sentimento de companheirismo Paternal. O natal para mim é tão e simplesmente o reencontro com o passado-presente quente e caloroso da essência daqueles que constituem por direito e mérito próprio o meu núcleo duro. Este ano o sentimento vai ser de nostalgia pelos amigos que ficam no Porto e por uma guerreira loira com olhos verde-água que me realiza e fascina tendencialmente. Espero em Janeiro retornar para novos projectos, mas a nível pessoal, continuar a beber daqueles olhos verdes água sinceros e profundos que me completam...o Amor é isso mesmo um sentimento constante de perda e de conquista; de medo de perder, mas de ânsia por continuar a amar e beber da seiva quente que alimenta a vida e faz andar o carossel pessoal e interior; não concordam?!

Sem comentários: