...de que esta é a a quadra do ano que gostamos de sentir o conforto dos que nos são próximos; em que o nosso lado intuitivo e sensitivo está mais próximo de um qualquer deus por vezes desconhecido e quase intangível. Ao meu pensamento vem essencialmente aqueles que neste Natal não vão ter Natal : Os mendigos que dormirão na baixa do Porto à sombra da super árvore natalicia estilizada; dos que pernoitarão na porta de Santa Apolónia em Lisboa. Lembro-me dos putos do Iraque, Sudão ou Somália, que crescem todos os dias com ódio no pensamento e com Ak-47 nas mãos já enrrugadas por uma não existência no limbo da guerra. Assola-me no pensamento todos aqueles que em Portugal comem fome e vestem frio; aqueles que desesperadamente tentam obter um mísero emprego sofrível para continuarem de pé no combate do dia a dia e para alimentarem os seus filhos. É Natal mas no cemitério da minha terra abençoada de Faro, a Ti Antónia continuará a chorar luto pelo filho que perdeu à 35 anos na guerra colonial. Tudo muda...nada muda...mas enfim...no calendário católico e comercial é Natal...
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