Os recentes acontecimentos da noite nacional, causam-me calafrios de preocupação profunda e sincera. Durante cerca de 7 anos - como muitos de vós sabem - a minha principal fonte de rendimento (sempre repartida com outras actividades) foi o fenómeno noctivago. Tive o gosto pessoal e profissional de ser relações públicas de algumas das melhores casas académicas da noite portuense, e organizar também eventos em casas de renome como o defunto e saudoso Sound Planet, a mitica Nunber One, o também já desaparecido Vício do Alcool, entre outras. Confesso-vos que uma das prime resons que me levou a colocar em off uma relação de 7 anos, foi mesmo o sentimento crescente de insegurança quer para quem trabalha e vive do fenómeno da animação nocturna (como era o meu caso) como para o vasto leque de clientes que saem à noite para se divertir. O problema da insegurança na noite portuense (e nacional) não vem somente das recentes mortes ocorridas, mas é sim um fenómeno que, como uma bola de neve de napalm, se tem vindo a desenvolver de forma tentacular nas barbas das estruturas governativas e de segurança deste pais. Temos que ser directos e lapidares : Temos uma estrutura de forças policiais no seu génese formativo mal equipadas, mal formadas (a nivel técnico e humano) e em muitos casos mal pagas. Temos uma estrutura governativa extremamente bem paga para o (muito) pouco que produz e com lógica de avestruz autísta colectiva que enterra sistematicamente a cabeça na areia das fagulhas dos problemas regulares que surgem nesta área sensivel que constitui o actual estado - lastimoso - do negócio nocturno. Toda a gente sabe que existem os bons e os maus; mas os maus não serão necessariamente somente os bandidos mas também forças policiais corruptas e estruturas dentro do poder governativo local e nacional que são passivos e passiveis de corrupção. Se existir coragem funcional para varrer a erva daninha e colocar o dedo na ferida, muitos dos problemas inerentes começarão a ser resolvidos, mas fiquem tranquilos os maus da fita porque estamos na Lusitânia praia desalinhada, mascarada de nação, onde o crime económico e de sangue compensam largamente...
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